Óleo sobre tela
Incrível, fantástico, extraordinário!
Esta expressão de deslumbramento imortalizada pelo
genial Almirante no rádio na década de quarenta, foi o sentimento que eu tive
quando, acompanhado pelo editor Mario Drumond, adentrei a casa do velho amigo, do
genial artista plástico Fernando Tavares, na cidade de Belo Horizonte
Situada em uma rua tranquila do bairro de Santa
Efigênia, onde na minha adolescência estudei o ginásio, a casa pintada de
branco e recentemente reformada é de arquitetura simples e nada difere de
tantas outras que compõem o cenário das habitações que foram surgindo ao largo
da Avenida do Contorno, limite urbano do antigo traçado da nova capital de
Minas.
Fernando abriu a porta e entramos pela varanda e,
como bons mineiros que somos, estacionamos na cozinha por um curto tempo, pois
a ânsia de chegar à casinha construída no quintal da casa era grande. Saímos então
pela porta da cozinha, falávamos sem parar na euforia do encontro marcado e
quando olhei para fora me senti atraído pela energia de toda uma história
vivida, lembrei-me do eterno retorno e caminhei apressado par ver como tudo
havia ficado, mas estrategicamente Fernando nos fez parar de frente a um
arbusto frondoso repleto de deliciosas framboesas (Rubus
idaeus) que estavam quase pretas de tão maduras e doces que passamos a
devorá-las como três adolescentes famintos. Fernando, como o grande artista que
é, adoçou a nossa boca antes de nos apresentar o doce maior da criação de suas
viagens no tempo de todos nós.
Incrível! Ao abrir a porta uma
lufada de arte varreu a minha pele marcada pela idade. Entrei passo a passo
naquele ambiente sagrado da criação e vi que tudo permanecia como quando entrei
pela primeira vez há 35 anos atrás na Oficina Goeldi.
Um Sorriso por Favor. É esse o
papel do artista. Onde tudo passa só a obra fica. Estava tudo lá nos registros
da memória para quem quisesse e pudesse ver com os olhos livre.
Fantástico! Passamos a tarde
conversando sobre tudo e todos. Fernando me mostrou com paciência sacerdotal
suas novas pinturas e Mario Drumond antes de sair me revelou a sua ideia de
reedição do nosso livro de texto e gravuras em metal “Navegar Brasília Terra”.
Olha, a vida nos reserva surpresas e essa foi sim extraordinária.
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