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sexta-feira, 29 de junho de 2012


(transcrito da Tribuna da Imprensa)

 

RIO+20 nas toneladas de esgotos lançados ao mar sem tratamento

Welinton Naveira e Silva
É muito complicado falar em RIO+20 deixando de abordar um gigantesco crime ecológico e econômico contra o Rio de Janeiro. Estranhamente, nem o governo, nem empresários, nem ONGs, nem mesmo, a grande mídia, ousam tocar nesse assunto, vital para o turismo do Rio de Janeiro e para o Brasil.
Trata-se de um gravíssimo problema contra a indústria do turismo, contra a nossa economia, contra a ecologia carioca decorrente da contaminação de nossas praias por conta de 85% dos esgotos lançados ao mar sem tratamento sanitário. Tamanho descalabro prossegue, impunemente, sob um total silêncio e, em pleno RIO+20.
Por essa inexplicável insanidade econômica, turística e ecológica, todas as praias do Rio de Janeiro estão contaminadas, inviabilizando aquelas águas limpas e cristalinas que faziam a felicidade dos banhistas e dos turistas, outrora existentes nas praias do Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca, e outras mais, perdidas nas memórias de quem as frequentou na década de 50 e início de 60.
Atualmente, somente 15% do esgoto sanitário lançado ao mar pelos emissários submarinos recebem efetivo tratamento. Toneladas por segundo de esgoto sanitário e industrial são impunemente empurrados para o mar, via emissários. Mas ninguém fala nada. Gigantesco absurdo, turístico, econômico, social e ecológico, até agora não percebido por nossos políticos e empresários.
Se fosse aproveitada toda a disposição do Governo na preparação da Copa do Mundo e das Olimpíadas para investir uma parte desses recursos na construção das necessárias instalações de tratamentos de esgoto sanitário e industrial, por certo que estarão prestando um fantástico presente para a cidade do Rio de Janeiro e para o Brasil, atraindo o turismo internacional e nacional, puro ouro para a nossa economia.
A água do mar, uma vez isenta de esgotos, em poucos anos a própria natureza se encarregaria de torná-la limpa e cristalina, fazendo de nossas praias, as mais belas do mundo, de invejáveis abundantes areias finas e brancas, situando-as em imbatíveis condições de atrair milhões de turistas do exterior e de todo o Brasil, o ano inteiro.
Melhor e mais potente atrativo não poderia existir. Seria a plena felicidade de nossos comerciantes, da hotelaria, de nossa indústria turística, com a abertura de milhares de oportunidades para o nosso povo nos bilhões de recursos trazidos por milhares de turistas. Seriam fantásticos recursos para tornar a nossa cidade a mais bela do mundo, acabando com a miséria, com as favelas, com os excluídos, com as sujeiras, com as violências e inseguranças que tanto conhecemos.
Com toda a grana advinda dos turistas de todas as partes do mundo, seria possível em poucos anos resgatar tudo que foi investido na construção e instalação das estações de tratamento de esgotos. É a oportunidade para o embelezamento geral da cidade do Rio de Janeiro, tornando-a de fato, bela e humana, em poucos anos. Passaremos a ter plenas condições de concorrer no bilionário mercado do turismo internacional, obtendo fantásticos recursos para erradicar a miséria e a pobreza, em curto espaço de tempo, bem como as diversas melhorias que o nosso povo merece. O momento é agora.


UM BOM ROTEIRO - UM GRANDE FILME - REBELDE - POLÍTICO - CONTESTADOR

O SER OCULTO

“Mais importante que a beleza interior é a riqueza exterior.”
PC Faria

Acusado por Pedro Collor de Mello, irmão do na ocasião Presidente da República do Brasil, em matéria de capa da revista Veja, em 1992, PC Farias seria o testa de ferro em diversos esquemas de corrupção divulgados de 1992 em diante. Em valores atuais, o “esquema PC” arrecadou exclusivamente de empresários privados o equivalente a US$ 8 milhões, equivalente a R$ 15 milhões, em dois anos e meio do governo Collor (1990-1992).


(Transcrito do Estadão - Jornal de São Paulo)
No ano em que o primeiro processo de impeachment de um presidente na América Latina completa 20 anos, a morte de um personagem importante dessa história completa 16 anos ainda à espera de julgamento. Paulo César (PC) Farias, o tesoureiro da campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello, foi morto com um tiro no peito em 23 de junho de 1996 na praia de Guaxuma, em Maceió, junto com a sua então namorada Suzana Marcolino.
Na época, PC estava em liberdade condicional e era réu em inúmeros processos por crimes financeiros, sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. Tinha audiências marcadas e poderia fazer revelações sobre a participação de outras pessoas nas atividades ilícitas que comandava. Por isso, sua morte foi investigada como queima de arquivo.
A cena do crime tentava simular um assassinato seguido de suicídio, mas as circustâncias nunca foram de fato esclarecidas. Embora o Ministério Público Estadual tenha feito a denúncia sem apontar o autor para o crime, os quatro seguranças que trabalhavam na noite do crime são suspeitos pelo crime: Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva. Todos vão a júri popular.
A 8ª Vara Criminal da capital, onde o caso corre, ainda não tem um juiz titular, o que atrasa ainda mais o julgamento, ainda sem data para acontecer. Há expectativa de que o caso seja julgado no segundo semestre deste ano, mas nenhuma data foi divulgada ainda.
PEDRO COLLOR
O emblemático PC Farias foi um dos personagens mais marcantes do caso do impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A denúncia feita por Pedro Collor à Veja, que acabou por derrubar o presidente, citava PC como sócio do presidente em negócios ilícitos para levantar recursos que custeavam gastos pessoais e campanhas políticas. Pedro se referia a PC como “lepra ambulante”.
Pedro Collor vinha revelando uma série de denúncias contra PC Farias. Na entrevista, ele afirmou que PC Farias era o “testa de ferro” do presidente e que os dois atuavam em “simbiose profunda”. Ele também disse que o presidente tinha um apartamento em Paris e sabia que PC Farias agia em seu nome para realizar tráfico de influência.
Pedro ainda foi mais à frente. Depois da denúncia à Veja, ele afirmou ao ‘Estado’ que PC havia lhe oferecido US$ 50 milhões para que desistisse das denúncias contra o presidente, mas ele não aceitou o dinheiro porque sua luta “não tinha preço”
AS INVESTIGAÇÕES (?)
A primeira versão para o caso – apresentada pelo delegado Cícero Torres e pelo legista Badan Palhares – foi de crime passional. Para os defensores da tese, Suzana teria matado PC e depois se suicidado. Essa versão foi contestada pelo médico George Sanguinetti e depois derrubada por uma equipe de peritos convocados para atuar no caso, fornecendo às autoridades policiais um contralaudo.
Em 1998, a equipe dos peritos Daniel Munhoz, da Universidade de São Paulo (USP), e Genival Veloso de França, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), derrubou a tese de crime passional e concluiu pela tese de duplo homicídio. Com isso, nova investigação foi iniciada, tendo à frente os delegados Antônio Carlos Azevedo Lessa e Alcides Andrade, que contaram com a colaboração do perito Ailton Vila Nova.
Foi com base na segunda perícia que os delegados indiciaram os 4 seguranças como autores materiais e apontaram o então deputado federal Augusto Farias como o autor intelectual do duplo homicídio. O ex-deputado nega envolvimento na morte do irmão e continua dizendo que acredita em crime passional.

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