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sexta-feira, 22 de junho de 2012

JÁ LI ESSE LIVRO!

UM POEMA E UMA REFLEXÃO DO POETA E MÚSICO JOSE VIEIRA


POEMA MISERÁVEL
A vida me jura de morte
Enquanto ao fundo
Minha sombra me cura

O TEMPO DA ARTE E A REVOLUÃO SOCIALISTA

INTRODUÇÃO

Este texto retrata, com poucas palavras, direto ao fato, toda uma época vivida por uma geração que foi massacrada pela violência feroz de animais famintos de sangue e de poder. Alguns, principalmente artistas-intelectuais rebeldes e revolucionários, que se colocaram à margem do sistema, continuam ainda encurralados pela força do capital, pela ganância dos poderosos e pela soberba das famílias que dominam a mídia escrita, falada, televisionada e de todas as formas de produção e divulgação da nossa matéria cultural que seja essencialmente libertária... Só têm vez, neste mundo globalizado, aqueles que (se) servem ao sistema e ao poder estabelecido por uma casta de afortunados.

PREFÁCIL
José Vieira

Deixo aqui o texto redigido sobre a obra “Revolução Permanente” de Leon Trotsky por um senhor de 65 anos que me induz a seguinte reflexão: - Por que a maioria dos artistas, pensadores, filósofos remanescentes de outras gerações, mesmo tendo passado por períodos de drásticas e turbulentas transformações, ainda hoje se mantêm inquietos? Por que mantêm ainda a incessante busca pelo ideal inatingível do pleno ser, não só como indivíduo, mas como ser social, nunca admitindo um em detrimento de outro? Por que ainda hoje, mesmo contendo uma porção menor de vida, se mostram mais dispostos a idealizar formas e conteúdos do que nós? “Por que se colocam mais atentos e com menor capacidade de aceitação, diante da primeira “solução fácil” ou fórmula mágica”, do que nós? Por que temos nós, dessa geração, a exacerbada capacidade de ignorar as questões mais fundamentais e delas nos isentar? Atemo-nos a situações corriqueiras de consequências não transformadoras e na maioria das vezes individuais. O coletivo é composto de indivíduos, se o indivíduo não é priorizado, o coletivo também não o será...

SOBRE A REVOLUÇÃO PERMANENTE DE LEON TROTSKY

Quando eu era adolescente e comecei a pensar que podíamos mudar o mundo, descobri que naquela época a maioria de nós, jovens filhos da burguesia que estudavam em colégios públicos – eram os melhores, tínhamos a tendência, a necessidade, de fazer algo, alguma ação, para apressar o sistema, o governo, a nacionalizar toda a economia do nosso país a cada dia mais massacrado pelos interesses mesquinhos e reacionários da política imperialista made USA, que o governo trabalhista do presidente Jango começava a combater com as reformas de base e a necessária estatização de algumas empresas estrangeiras, o regime do colonizador, não havia dúvidas políticas, havia sim uma rebeldia latente naquela nova geração. Alimentávamos a necessidade de conhecer e saber sobre as experiências históricas de transformação e sobre e uma nova maneira de viver e de ver o mundo e essa fome de lucidez levou-nos a conhecer e a freqüentar rodas boemias de intelectuais e líderes estudantis da cidade, onde se discutia horas, noites a fio, em um tempo sem fim, as histórias dos movimentos políticos de libertação popular. Já existiam tendências e preferências por um ou por outro líder revolucionário: Che Guevara, Fidel e a revolução cubana de 1958, eram o mote das intermináveis conversas. A União Soviética e a China de Mao eram à base da segurança e da possibilidade de internacionalização do socialismo. Um só sentimento nos unia quando o golpe militar de 1964 matou os nossos sonhos românticos. Era agora, mais do que nunca, preciso fazer a revolução no terceiro mundo a qualquer preço.Líamos todos os livros que chegavam as escondidas em nossas mãos. Uma polêmica interminável entre os mais velhos militantes era qual foram os motivos que levaram Stálin a expulsar do país, e depois mandar assassinar Trotsky e toda a sua família no exílio do México. Como isso podia ter acontecido? Com este insano ato punha-se em jogo todo o destino dos movimentos socialistas pelo mundo. Stálin era um doente egocêntrico, ou um déspota feroz assassino? Era um assunto complexo e confesso que não conseguia entender mais profundamente o que havia passado. Não conseguia encontrar nenhum livro que me desse às respostas que a minha devoção pela justiça pedia. Só quando surgiu o filme de Joseph Losey “O Assassinato de Trostsky”, é que eu comecei a entender o que havia de fato acontecido com o genial pensador socialista. Em 1977 consegui comprar o livro que eu mais procurava. Livro fundamental para compreender o pensamento deste homem de luta, deste intelectual amigo de Breton, deste guerreiro que havia juntamente com Lenine feito a revolução russa de 1917 e que deveria substituí-lo. Livro que teorizava sobre as contradições do estado socialista e da necessidade de por em prática nas bases populares, entre o proletariado e o campesinato a sua revolução permanente. Acabei de relê-lo e digo a todos vocês que ainda vale à pena compartilhar o meu pensamento com esse grande homem que foi Leon Trotsky.

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