BISBILHOTEIRO DE ALMA
Quando fui perguntado por um estudante de comunicação porque um cineasta tinha um blog? Eu respondi que no começo pensei em ter um arquivo permanente e ilimitado na internet para guardar a minha produção imediata de textos, idéias e afins, e que também pudesse acessar textos em criação de qualquer lugar, a qualquer hora.
No final do primeiro ano já havia criado vários blogs como se fossem pastas e subpastas do primeiro. E assim, como uma biblioteca individual, pessoal, comecei a guardar de tudo que eu já havia digitalizado. A pasta (link) Folhetim é um exemplo disso.
Sempre soube que a internet é livre e que a principal função de um blog é de se comunicar, mas pensei: se você não anuncia a sua existência, o seu blog se perde no limbo, nas nuvens, dos que estão vivos mas ainda não nasceram. Poucas pessoas saberiam da sua existência.
Estava perfeito o plano, mas aconselhado por um amigo com quem eu dividia essa experiência, coloquei um contador de visitas. Surpresa! Notei algumas visitas na primeira semana do contador que foram crescendo com o passar dos dias, não tinha saída, nascia então Kynoma, o artesão. O livro estava aberto, sem controle como eu gosto, bisbilhotado todos os dias por pessoas que jamais eu iria conhecer. Sem ganhar nenhum tostão com isso, confesso: fiquei assustado. Mas já estava feito e na verdade tudo que eu faço é para ser visto, lido e ouvido. O dinheiro nunca foi impedimento para eu fazer a boa arte. Reestruturei o Blog como se ele fosse uma revista diária de cultura e passei a escrever para ele todos os dias. Tenho recebido colaborações. Tenho me divertido muito. Muito mais agora que coloquei os filmes na telinha.
Nestes três anos de existência foram mais de trinta mil visitas pelo mundo afora de bisbilhoteiros da alma deste artista. Sinto que fui recompensado. Pelo menos a minha alma de artista não estava à venda.
Tenho, além de tudo isso, a impressão que este blog passará a existir, mesmo após deixá-lo órfão, eterno, enquanto durem as ondas da internet. Sarava!
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