O RIO PEGA FOGO II
Depois dos novos ataques aos carros e voltando ao tema que cobrem as páginas dos jornais do país e do mundo, podemos identificar a ação incendiária que tomou conta do Rio como sendo um conluio entre os bandidos e os mocinhos das histórias em quadrinho do nosso cotidiano. O governo através da polícia infiltra-se nos morros com poder de fogo imbatível na mão de homens músculos, guerreiros munidos de alta tecnologia e depois de matar um grande número de inimigos, passam a tomar conta da comunidade, dos guetos que cobrem grande parte da cidade do Rio de Janeiro, em uma ação dita pacificadora que maquia a realidade social de todos que ali vivem com o manto frágil da paz antibelicista e antidroga. E assim acuados, os ditos marginais, se refugiam em outras localidades e se espalham como formigas provocando outros tipos de ações ilegais por todo o estado. Como eles vivem neste sistema cruel, “a cada bandido que morre nascem dois outros”, essa ação só seria vitoriosa e realmente pacificadora com o extermínio de todos bandidos, o que é impossível. Então a pergunta que eu faço é a quem esse tipo de ação pode interessar? Uma teia de aranha grande envolve esses episódios de quem mexe com drogas e armas. Você acredita que um bando de loucos, perseguidos, subnutridos e famintos, que faziam parte do tráfico nos morros cariocas e fugiram para outros complexos habitacionais, teriam criado por iniciativa própria esse tipo de ação que passa a ocorrer em cascata pelo estado de Rio? E se a onda incendiária se espalha para outros estados? Eles estão organizados em grupos que obedecem algum comando superior ou resolveram individualmente praticar esse tipo de ação? O burguês que perde o seu carrinho comprado a duras custas e que talvez ainda não acabou de pagar e quem vai pagar o pato? Os Bancos e suas seguradoras manterão os preços para o seguro do carro da classe média? Eu acho que não existe nada organizado, comando de penitenciaria distante, etc. O que acontece é que um homem isolado, por pura revolta, ateou fogo em um carro, criou o pânico, movimentou o noticiário e de uma maneira única, confusa, a onda se espalhou e os bandidos, com suas motos possantes, descobriram um meio seguro de intimidar o estado através da classe média apavorada. Estão dando o seu recado truncado. O grande perigo e agregar a violência gratuita ao espetáculo pirotécnico. O que o governo que iniciou essa ofensiva pode agora fazer? E o que a sociedade tem a oferecer além do caos?
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