Oração a Santa Tereza.
O diálogo continua... Só que retrocedemos no tempo 35 anos vividos.
- No século do progresso; neste janeiro efervescente; nos últimos dias modernistas; neste final de milênio; observa-se, de binóculos, uma destruição, uma desinformação cultural, que vem abalando a identidade secular das Américas.
-Ah! Cegos de espírito e pobres de prazer, ricos de matéria no abastado reino e do abstrato mundo dos neófobos e pobres de sabedoria e de liberdade.
- Os prepotentes do universo criam o veneno das serpentes e a baba dos bichos peçonhentos - víboras da terra, vermes tropicais, juramento de crente, óbolo dos dementes.
- São sempre os eternos senhores que sussurram em suas alcovas à uma puta qualquer, sua mulher, teorias de uma nova escravidão das massas populares.
- Sindicalistas, uni-vos! Poetas e proxenetas - fodam-se! Políticos, pardos personagens urbanos - fujam! Gorilas e gatos, soldados que passeiam nos telhados alheios e com prazer passam pisoteando levemente as patuléias - morram todos! Marginais, sejam heróis!
- Pelas antenas desligadas dos televisores de cem milhões de vítimas, o brasileiro morre na onda de quem já foi rei e hoje é destruído enganado e balança no poste do coitadinho.
- A platéia aplaude o fracasso da revolução à nossa esquerda...
- Terá um fim (enfim) o movimento alienígena do massacre nacional.
- Não podemos pedir uma vitória imediata de quem iniciou a marcha revolucionária ainda neste milênio. A humildade está para o reconhecimento assim como o saber para a vontade humana.
- A morte sentada nas asas negras de um morcego gigante persegue a todos nós, dia e noite, sem parar.
- O medo da fome e da bala amarga de um fuzil, imprime no meu corpo um saber misterioso sob o véu estúpido da ignorância.
- Os poetas sobem o Araguaia. Atores e artistas também.
- E os autores vigaristas?
- Fodam-se todos vocês na glória de um estado sindicalista autoritário que não tem piedade nem compaixão com a liberdade de criação.
- Nossas almas foram vendidas aos interesses inconfessáveis de um novo império globalizado e nos sobraram o abandono e a morte...
- É o dado da sorte quando a tortura é a gorjeta.
- Há no Brasil muito pouco espaço entre o turista e o aprendiz.
- O cinema novo foi o grande culpado da transformação...
- Do nada para o pior ainda
- Mudança é evolução. Édison Machado é samba novo perdido nos confins americano. Brasília é Juscelino exposto numa explosão de megatons em nossa insanidade.
- Bandalheira Infernal é o meu cinema perdido nos festivais enquanto o público ignora o revanchismo histórico de miseráveis fantasmas.
- Minha avó me dizia que quando a maré não ta pra peixe o melhor e rezar para Santa Tereza, e me recitou um poeminha cristão elucidativo que um beato de nome Simão ensinou e escreveu pra ela lá pelos anos de 1906, dizendo que era canto protetor:
- Morre na pobre cela de um convento
toda de branco uma donzela pobre.
Os sinos enchem de aborrecimento,
as solitárias monjas com seus dobrões.
Naqueles corações canta a tristeza
um hino feito de emoções suaves.
É a alma branca de Santa Tereza
voando para o céu levada pelas aves.
Tinha no corpo a cândice de um lírio
e a carne macerada de martírio,
nunca pecou, nem sonhou o que é pecado
Qual avarenta pomba que morria
o cadáver pálido parecia
uma noiva enfeitada para o seu noivado.
-Ah! Cegos de espírito e pobres de prazer, ricos de matéria no abastado reino e do abstrato mundo dos neófobos e pobres de sabedoria e de liberdade.
- Os prepotentes do universo criam o veneno das serpentes e a baba dos bichos peçonhentos - víboras da terra, vermes tropicais, juramento de crente, óbolo dos dementes.
- São sempre os eternos senhores que sussurram em suas alcovas à uma puta qualquer, sua mulher, teorias de uma nova escravidão das massas populares.
- Sindicalistas, uni-vos! Poetas e proxenetas - fodam-se! Políticos, pardos personagens urbanos - fujam! Gorilas e gatos, soldados que passeiam nos telhados alheios e com prazer passam pisoteando levemente as patuléias - morram todos! Marginais, sejam heróis!
- Pelas antenas desligadas dos televisores de cem milhões de vítimas, o brasileiro morre na onda de quem já foi rei e hoje é destruído enganado e balança no poste do coitadinho.
- A platéia aplaude o fracasso da revolução à nossa esquerda...
- Terá um fim (enfim) o movimento alienígena do massacre nacional.
- Não podemos pedir uma vitória imediata de quem iniciou a marcha revolucionária ainda neste milênio. A humildade está para o reconhecimento assim como o saber para a vontade humana.
- A morte sentada nas asas negras de um morcego gigante persegue a todos nós, dia e noite, sem parar.
- O medo da fome e da bala amarga de um fuzil, imprime no meu corpo um saber misterioso sob o véu estúpido da ignorância.
- Os poetas sobem o Araguaia. Atores e artistas também.
- E os autores vigaristas?
- Fodam-se todos vocês na glória de um estado sindicalista autoritário que não tem piedade nem compaixão com a liberdade de criação.
- Nossas almas foram vendidas aos interesses inconfessáveis de um novo império globalizado e nos sobraram o abandono e a morte...
- É o dado da sorte quando a tortura é a gorjeta.
- Há no Brasil muito pouco espaço entre o turista e o aprendiz.
- O cinema novo foi o grande culpado da transformação...
- Do nada para o pior ainda
- Mudança é evolução. Édison Machado é samba novo perdido nos confins americano. Brasília é Juscelino exposto numa explosão de megatons em nossa insanidade.
- Bandalheira Infernal é o meu cinema perdido nos festivais enquanto o público ignora o revanchismo histórico de miseráveis fantasmas.
- Minha avó me dizia que quando a maré não ta pra peixe o melhor e rezar para Santa Tereza, e me recitou um poeminha cristão elucidativo que um beato de nome Simão ensinou e escreveu pra ela lá pelos anos de 1906, dizendo que era canto protetor:
- Morre na pobre cela de um convento
toda de branco uma donzela pobre.
Os sinos enchem de aborrecimento,
as solitárias monjas com seus dobrões.
Naqueles corações canta a tristeza
um hino feito de emoções suaves.
É a alma branca de Santa Tereza
voando para o céu levada pelas aves.
Tinha no corpo a cândice de um lírio
e a carne macerada de martírio,
nunca pecou, nem sonhou o que é pecado
Qual avarenta pomba que morria
o cadáver pálido parecia
uma noiva enfeitada para o seu noivado.
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