Primeira Visão
No debate da Band mostrou-se a burrice da
mentira política deste país.
Nada será resolvido se tudo continuar
como está.
Sem a composição do toma lá da cá nada
se aprova no universo político legislativo do país.
Como então estancar a mediocridade que
hoje ocupa a vida política?
Vimos então à ingenuidade falar mais
alto que a competência de transformar esse país.
Nenhum dos candidatos, por mais bem
intencionados que eles possam ser, terão condições de governar o país com
liberdade transformadora que eles tanto apregoaram neste primeiro debate.
Assim por mais que tenha me
impressionado o candidato do PV, eu sei que ele estará engessado pelo sistema e
em verdade nada poderá se fazer de diferente do que hoje faz a presidente Dilma.
A mais pura fanfarrice foi representada
pelos dois idiotas que estavam ali para fazer jogo de cena.
A candidata do PSOL abandonada no seu
canto mas me pareceu uma estudante que pedia para ser ouvida e não era atendida
e muito menos entendida.
Aécio é mais reacionário que os dois
idiotas que nada tinham a oferecer ao debate. Todos falam o mesmo verbo dos
interesses privatistas.
A Marina vive o sonho cristão das mãos
dadas em um país antropofágico onde ninguém se entende e cada um quer levar
vantagem em cima do outro e onde também ninguém tem nada para oferecer ao povo
pois todos os brasileiros perderam sua identidade cultural e hoje são
marginalizados pelo poder público que se vende aos interesses do mercado.
Assim meus queridos amigos, entre todos
PERDIDOS candidatos eu ainda fico com a presidente DILMA.
Meus amigos,
Não voto no PT, mas voto na Dilma (13)
para presidente.
Não voto no PCB, mas voto no Eduardo
Serra (211) para senador.
Não voto no PSOL, mas voto no Jean
Wyllys (5005) para deputado federal.
Não voto no PSD, mas voto no Roberto
Henriques (55055) para deputado estadual.
Não voto em partidos, voto em pessoas.
E você?
UMA REFLEXÃO SOBRE A CRISE DO
CAPITALISMO
Sergio Granja
Sergio Granja
Desde meados de 2007, o
sistema capitalista entrou em crise. O que se pretende dizer com isso é que o
capital, valor em processo de valorização, entrou em processo de
desvalorização. A crise do capital é, por conseguinte, a desmedida do valor, ou
seja, o valor que perde a sua medida porque se desvaloriza. É claro que estamos
tratando aqui do valor de troca. Mas, é bom que se diga, a mercadoria não é só
valor de troca, ela é também valor de uso. Ocorre que, no capitalismo, o valor
de uso está subsumido ao valor de troca. E, quando se fala em crise do capital,
está se falando do valor que se desvaloriza como valor de troca.
Se olharmos o mesmo
processo do ponto de vista do valor de uso, a conclusão será diferente. Por
exemplo. Temos um enorme deficit habitacional; logo, há carência de novas
habitações para satisfazer as necessidades humanas de milhões. Pelo ângulo
desses milhões de sem teto, há uma brutal crise. Mas o problema é que o sistema
é capitalista e nele só se reconhecem as demandas do mercado consumidor. Essas
necessidades evidenciadas pelo deficit de moradias estão fora de mercado, porque
o poder aquisitivo dos pobres é baixo e, em consequência, o seu consumo é
pouco.
Resultado, embora para os
pobres haja uma brutal crise de moradia, para a indústria da construção civil
não há crise nenhuma, desde que o mercado de imóveis esteja “aquecido”, desde
que exista gente com dinheiro interessada em comprar imóveis, permitindo desse
modo que os capitais aí investidos se valorizem. Assim, a tendência é que o
capital gere crises de superprodução em situações de carência: superprodução de
moradias em meio a uma população com gente sem teto, superprodução de alimentos
em meio a uma população com gente faminta, superprodução de roupas em meio a
uma população com gente descamisada, superprodução de sapatos em meio a uma
população com gente descalça, etc. É por isso que se diz que o capital tende a
gerar uma oferta superior à demanda. É porque o que qualifica a demanda é o
poder aquisitivo dos consumidores e não as necessidades humanas postas pela
população.
Como se pode ver, a crise
do capital não se produz por carência, mas por abundância, exuberância; não por
falta, mas por excesso, pletora. A hýbris do capital não reconhece limites na
sua ânsia pelo lucro máximo. E é a hýbris do capital que cria suas formas
amalucadas: o capital fictício, lastreado em papéis supervalorizados, que, por
sua vez, estão lastreados em coisa nenhuma, pura ilusão de valor (mas, atenção,
o capital é mestre em vender ilusões!)
No seu afã de acumulação, o
capital vai transformando tudo em mercadoria. E não apenas a força de trabalho
tem o seu valor de troca no salário, mas tudo o mais tem o seu valor em moeda,
inclusive os valores morais e a honra pessoal. Como a gente cansa de ouvir,
“tudo tem seu preço”. E por aí fica claro que a consciência também pode ser
comprada. É por isso que se diz que a corrupção no capitalismo é sistêmica: é
porque ela está inscrita na lógica mercantil do capital.
Quer ver só? Em meio à
discussão do financiamento público das campanhas eleitorais, um cientista
político, professor de uma universidade gaúcha, manifestou-se contra a ideia e
sugeriu, em seu lugar, duas iniciativas: (a) a redução do tempo de campanha
(debater pra quê?), como forma de barateá-la; e, de quebra, (b) incentivo
fiscal para o financiamento privado das candidaturas.
Assim, a privatização das
eleições se faria com financiamento público (que já é praxe em termos de
privatização!) e o capital estaria no melhor dos mundos, pagando com dinheiro
público (renúncia fiscal) a eleição da bancada dos seus sonhos. Desse modo, o
capital aperfeiçoaria a já dada mercantilização do voto, aprimorando o mercado
eleitoral que aí está.
Mas, do mesmo modo que há
duas maneiras de avaliar a crise ─ do horizonte próprio do valor de troca ou do
horizonte próprio do valor de uso ─, assim também há duas perspectivas para o
seu enfrentamento: do ponto de vista dos capitalistas ou do ponto de vista dos
trabalhadores.
Para o capitalista,
trata-se de recolocar a economia nos eixos do mercado. E, embora sua predileção
seja liberal, seu senso prático não renuncia ao estatismo. Então, o burguês
liberal recorre ao Estado para salvar o mercado. Como? De várias formas, mas
principalmente transferindo renda pública para a empresa privada em bancarrota,
socorrendo a livre iniciativa malsucedida; em suma, privatizando lucros e socializando
prejuízos. E o faz com tal ênfase, que não seria abusivo dizer: no final das
contas, o capitalismo resulta em uma espécie de “socialismo dos ricos”.
Assim, o Estado burguês
repõe a economia capitalista nos eixos do mercado. Até a próxima crise. Sim,
porque a crise é da própria essência do regime do capital: desde 1854, o
sistema capitalista contabiliza trinta e quatro crises econômicas.
Já para o trabalhador, é o caso de dar curso a uma reformulação profunda, para que a produção satisfaça as necessidades humanas colocadas pela população, em vez de atender à demanda imposta pelo poder aquisitivo do mercado. O móvel dessa nova economia terá que ser o bem-estar social (no lugar do lucro, que move a economia de mercado). Mas está aí algo muito fácil de conceber e muito difícil de fazer.
Já para o trabalhador, é o caso de dar curso a uma reformulação profunda, para que a produção satisfaça as necessidades humanas colocadas pela população, em vez de atender à demanda imposta pelo poder aquisitivo do mercado. O móvel dessa nova economia terá que ser o bem-estar social (no lugar do lucro, que move a economia de mercado). Mas está aí algo muito fácil de conceber e muito difícil de fazer.
É fácil de conceber porque
salta à vista como uma necessidade para se fazer face à barbárie do
capitalismo. É difícil de fazer porque é um ato de vontade que não depende só
da disposição militante de uma vanguarda esclarecida e aguerrida, mas do
consentimento ativo da imensa maioria da população. Sua dificuldade não se
restringe ao terreno da economia nem é de ordem exclusivamente técnica. É uma
dificuldade que só pode ser resolvida na esfera da política, da correlação de
forças entre as classes sociais. Por isso, requer o empreendimento de uma longa
marcha ─ caminhada de caminhantes que abrem caminho ao caminhar ─ através de
sucessivos embates reivindicatórios, políticos, ideológicos, culturais, nos
quais o que está em jogo é, em última instância, a hegemonia na sociedade
(hegemonia = capacidade de dar direção a um conjunto variegado de forças).
Para começar uma grande marcha, só é preciso dar o primeiro passo.
Para começar uma grande marcha, só é preciso dar o primeiro passo.
Esse
primeiro passo já foi dado pelos que nos precederam, há muitos anos. Portanto,
estamos em meio à marcha. Há aí uma boa e uma má notícia. A má notícia é que
sofremos duros reveses nessa caminhada. A boa notícia é que, apesar de tudo, a
esperança não nos abandonou e aprendemos ao caminhar.
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