Fábio Carvalho
Hemograma, creatinina, glicemia, psa, lipidograma e urina rotina.
Dr. Gilmar Barbosa de Souza
Nem mesmo o amor existe. Tenho uma memória de elefante, mas por vezes esqueço o que falei antes. Ninguém ajuda. A dor dela nasceu agora a pouco. Não doeu em mim, nem mesmo um tantinho do que ela sabe fazer. E a Flor está ouvindo e gostando deste piano com o baixo e esta bateria, é a cozinha antes das quatorze horas. Era o MILTON BANANA. Que era amigo do meu amigo. Como amigo me tirou deste verão inóspito, está na hora de sair. Ela estava lá me esperando naquele céu branco de neve enquanto aquela motocicleta subia em câmera lenta a rua de mão única. Era a SERRASÔNICA. Este céu já dura três dias. Ando sem paciência. MELANCOLIA DE MOSCOW. Consegui apagar o que tinha escrito como lembrar do que quero antes do almoço, isto sim é uma boa pergunta. Porque me falha a interrogação, deve ser porque ela acha que me conhece nesta nova temporada, enganada pelo violão que toca vindo do interior de alguém desconhecido. Ou sendo eu mesmo. Nunca gostei muito do cinema do Andrei TARKOVSKY, tenho que declarar, até descobrir o BRASIL, nele desencontro logo, lá em estado russo sem vodka imediatamente passei a gostar deste Cinema como das outras lindas que reclamam nesta mesma língua lépidas e disfarçadamente. Estou projetado em CINEMASCOPE. O SACRIFÍCIO. Nem sei da onde vieram tantas vírgulas. Muito menos aonde vão. Ninguém saberá. Ou saberão. É uma ou são várias? Finalmente ela chegou. Como me livrar delas? Sem chance, ou melhor, vou tocar trumpete na esquina mais próxima. Ainda bem temos as esquinas. Nunca me esqueci dela, a esquina. Que Cinema que nada, vou às mulheres e aos copos como se diria em bom português. Ou seja, com o perdão da palavra, estou sem saída. Oh. Acabei me saindo bem. E ela ainda canta magnificamente, mais gordinha de cabelo novo e cumprido. Olhando seu reflexo no espelho. Ela adora se ver. Ah vida. Cruel. Não, não dá mais sem marcar. Aquele freio não brecou, a sorte e a minha clarividência momentânea conseguiu me fazer escapar de mais esta. Desconfio que ouvindo a cantora, por hora posso me manter redivivo, ainda sem fazer os exames que o médico me pediu no ano passado. Graças a ela. Há algum tempo aquela atriz linda sem uma perna me disse na Lapa o seguinte: não me diga que vai me chamar para o filme, me chame. Ela fez uma omelete.
Dr. Gilmar Barbosa de Souza
Nem mesmo o amor existe. Tenho uma memória de elefante, mas por vezes esqueço o que falei antes. Ninguém ajuda. A dor dela nasceu agora a pouco. Não doeu em mim, nem mesmo um tantinho do que ela sabe fazer. E a Flor está ouvindo e gostando deste piano com o baixo e esta bateria, é a cozinha antes das quatorze horas. Era o MILTON BANANA. Que era amigo do meu amigo. Como amigo me tirou deste verão inóspito, está na hora de sair. Ela estava lá me esperando naquele céu branco de neve enquanto aquela motocicleta subia em câmera lenta a rua de mão única. Era a SERRASÔNICA. Este céu já dura três dias. Ando sem paciência. MELANCOLIA DE MOSCOW. Consegui apagar o que tinha escrito como lembrar do que quero antes do almoço, isto sim é uma boa pergunta. Porque me falha a interrogação, deve ser porque ela acha que me conhece nesta nova temporada, enganada pelo violão que toca vindo do interior de alguém desconhecido. Ou sendo eu mesmo. Nunca gostei muito do cinema do Andrei TARKOVSKY, tenho que declarar, até descobrir o BRASIL, nele desencontro logo, lá em estado russo sem vodka imediatamente passei a gostar deste Cinema como das outras lindas que reclamam nesta mesma língua lépidas e disfarçadamente. Estou projetado em CINEMASCOPE. O SACRIFÍCIO. Nem sei da onde vieram tantas vírgulas. Muito menos aonde vão. Ninguém saberá. Ou saberão. É uma ou são várias? Finalmente ela chegou. Como me livrar delas? Sem chance, ou melhor, vou tocar trumpete na esquina mais próxima. Ainda bem temos as esquinas. Nunca me esqueci dela, a esquina. Que Cinema que nada, vou às mulheres e aos copos como se diria em bom português. Ou seja, com o perdão da palavra, estou sem saída. Oh. Acabei me saindo bem. E ela ainda canta magnificamente, mais gordinha de cabelo novo e cumprido. Olhando seu reflexo no espelho. Ela adora se ver. Ah vida. Cruel. Não, não dá mais sem marcar. Aquele freio não brecou, a sorte e a minha clarividência momentânea conseguiu me fazer escapar de mais esta. Desconfio que ouvindo a cantora, por hora posso me manter redivivo, ainda sem fazer os exames que o médico me pediu no ano passado. Graças a ela. Há algum tempo aquela atriz linda sem uma perna me disse na Lapa o seguinte: não me diga que vai me chamar para o filme, me chame. Ela fez uma omelete.
Um comentário:
Gostaria de entender o sentido do texto... Foi escrito por quem? Gilmar ou Fábio?
Érika Fortuna
Postar um comentário