Tenho tentado não fazer nada que me dê desgosto, desassossego, arrependimento, mágoa, tristeza. Por exemplo: Festejar o ano novo, o natal, o dia disto ou daquilo, até o meu aniversário, que sempre comemorei nestes 64 anos de existência, já não mais me interesso. Sinto falta dos amigos que partiram ou daqueles que estão distantes. Gosto e fico feliz de me estar com eles, só quando a história nos proporciona encontros casuais e algumas vezes espirituais (vibrações cósmicas – como diria o caboclo Yapacany- Mata e Silva). Tenho descoberto que na relação humana, diferente de um computador, tudo que é programado não presta. Quando eu abro os jornais e vejo a sociedade mecanicamente programada por interesses mesquinhos financeiros, penso com os meus botões: isto não pode dar certo. Podem me lançar o anátema! Mas sou de família católica. Quando criança a igreja onde comunguei programou e proclamou aos meus ouvidos, através do catecismo, que para se atingir o nirvana era preciso respeitar as suas leis, as leis divinas. Eu vim depois a saber que estas leis não foram escritas pelo homem deus, mas foram criadas pelos seus apóstolos e seguidores, homens simples e rudes, que se multiplicaram e saíram nos 2012 anos passados espalhando os seus dogmas punitivos, suas verdades inquestionáveis, mundo afora. A igreja matou muita gente, ganhou fama e dinheiro, mas, para mim, perdeu a sua gênese, o seu preceito revolucionário, o que mais me interessava, o amor entre todos, homens e mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário