FESTIVAL DE CINEMA PRIMEIRO PLANO
Na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais...
Esse ano, novamente foi entregue ao melhor vídeo regional da zona da mata mineira, o prêmio José Sette. Junto a tradicional cachaça dessa vez resolvemos entregar também um certificado- HQ, para registrar melhor o prêmio. O desenho foi feito por mim e inspirado em um vídeo na internet chamado: manifesto José Sette. O texto do certificado foi feito pelo Marquinho, Terra e eu. Espero que goste.Engraçado é que a direção do Primeiro Plano resolveu imitar o Prêmio José Sette e também distribuiu cachaça para todos os ganhadores. Segundo eles, há dois anos os ganhadores da mostra nacional reclamam que o melhor prêmio é o regional José Sette. O ganhador desse ano foi: Veredas Santeiro, documentário, 19min. direção:Leandro domith. Saudações alvinegras,Leo Ribeiro - Cineasta de Animação
Prêmio José Sette - Melhor Vídeo Regional
Festival Primeiro Plano, Juiz de Fora - MG.
Algumas palavras sobre José Sette:
Juiz de Fora continuava a mesma: os ônibus subindo e descendo a Rio Branco,
os estudantes levantando e descendo copos de cerveja nos bares de São Mateus,
o Paraibuna passando suas águas barrentas sob as pontes que o sombrejam
na Avenida Brasil, quando, de repente, se escutou pelas ruas da cidade uma
voz grave e misteriosa: “- Ação! Corta! Genial!”
Era a voz do cineasta José Sette, diretor de filmes como Bandalheira Infernal,
Um Filme 100% Brasileiro, Um Sorriso Por Favor- O Mundo Gráfico de Goeldi,
Amaxon, que, no final dos anos 90, trouxe pra estas terras uma câmera 35mm
não blimpada, uma câmera Super 16mm com lentes e filtros desgastados e um
turbilhão de ideias que saiam daquela cabeça inquieta de poucos cabelos. Pronto,
era o que faltava para que a cachaça do cinema se instaurasse por aqui!
Na época, éramos todos universitários. Alguns de nós já estavam habituados
com o vídeo, mas a magia que existia em um set cinematográfico era algo novo
para todos. Ficamos definitivamente seduzidos por outro ciclo, outro ritmo... Os
24 quadros por segundo da câmera cinematográfica passaram a conviver com
as cadências das nossas vidas e da própria cidade. As centelhas cinematográficas
que saltavam de José Sette - um genuíno “animal cinematográfico” - foram
cruciais para que várias pessoas de Juiz de Fora optassem pela sétima arte. De
uma forma generosa, anárquica e poética, ele nos brindou a verdadeira possibilidade
de se fazer cinema.
Juiz de fora não foi suficiente para José Sette. Seu tempo na cidade há muito se
findou. Porém, acima das obras produzidas aqui, como O Rei do Samba, A Janela
do Caos e Ver Tigem, deixou amigos, influências e saudades. Como forma
de agradecer pelos anos de convivência e por suas inconfundíveis gargalhadas,
criamos esta modesta homenagem: o Prêmio José Sette de Melhor Vídeo Regional.
Nossa intenção é compartilhar com a nova geração de realizadores da
Zona da Mata Mineira a inspiração, liberdade e alegria que nosso amigo nos
trouxe. Com ele, aprendemos que fazer cinema tem que ser um ato mágico e visceral.
Se você ganhou este certificado e esta garrafa, cuidado! Pois, segundo as
palavras do velho Sette: “O cinema é uma cachaça! Só tem porta de entrada,
não tem porta de saída..”
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