QUANDO JOVEM NÃO ERA COMIGO
Fábio Carvalho
“O risco de uma primeira faísca na serra
trai os recantos escuros, apavorando um rato;
uma fuga atrás de velharias que crepitam.”
Mário Peixoto
Fui esta noite rever meus amigos que já morreram. Poderia ser durante o dia, como acontecera de outras vezes. Em muitos destes acontecimentos eles vinham me rever. Hoje de noite senti esta necessidade encantada. Era como um sonho, embora eu estivesse bem acordado. Como não sonhar acordado. Já aprendi a dominar de alguma maneira este tipo de viagem, desde muito cedo com o poeta do meu avô. E com o meu pai poeta disfarçado e ainda vivo continuo aprendendo mesmo com as dificuldades naturais. Tem sido assim. Eles têm olhos. A verdade não me interessa nesta pequena altura. Neste caminho não existe volta. Na provecta idade que ainda vou chegar, volto bem com todos a me acompanhar ao nosso bar logo ali no Leblon. Tomara. Nunca antes tinha pensado nesta palavra, sem pensar ela me veio agora. Gostei. Repito: tomara. Eu nesta ilha sem paz. Afinal paz para quê? Todo mundo sabe a resposta para as palavras contumazes.
Tenho que aceitar que a paz é necessária, querer a guerra pega mal para quem está ouvindo. E daí é mais uma pergunta. Quase como que se dane para os ouvidos do entorno. Agora quero só esta palavra. Quero só você. Este é o problema. Como sabemos a vida é uma colisão de vários problemas. Sempre penso em conjunto ainda nem desconfio o motivo. Femininas são as imagens. Elas só têm me provocado por estes dias, temos a noite pela frente. Hoje só volto amanhã. E esta manhã tem peitinhos. Por incrível que pareça me ensinaram que a palavra é masculina. O sintagma. Uma figura de linguagem mulher. Sinuosa e curvilínea. Cheiinha nos lugares certos e adequados. Posso fazer uma manipulação. Não penso em outra mulher sem ser esta que estou escrevendo. Vinte duas e onze. Novamente a imagem me acelerando a vontade.
Depois da síndrome de oito e meio do Paulo Barbosa só posso fugir mais uma vez para o Rio com aquela ruivinha de óculos de grau que dizia que era minha aluna. Quero aprender o que ela disse que tem para me ensinar. Frugívora. Vamos ao mundo animal.
Fábio Carvalho
“O risco de uma primeira faísca na serra
trai os recantos escuros, apavorando um rato;
uma fuga atrás de velharias que crepitam.”
Mário Peixoto
Fui esta noite rever meus amigos que já morreram. Poderia ser durante o dia, como acontecera de outras vezes. Em muitos destes acontecimentos eles vinham me rever. Hoje de noite senti esta necessidade encantada. Era como um sonho, embora eu estivesse bem acordado. Como não sonhar acordado. Já aprendi a dominar de alguma maneira este tipo de viagem, desde muito cedo com o poeta do meu avô. E com o meu pai poeta disfarçado e ainda vivo continuo aprendendo mesmo com as dificuldades naturais. Tem sido assim. Eles têm olhos. A verdade não me interessa nesta pequena altura. Neste caminho não existe volta. Na provecta idade que ainda vou chegar, volto bem com todos a me acompanhar ao nosso bar logo ali no Leblon. Tomara. Nunca antes tinha pensado nesta palavra, sem pensar ela me veio agora. Gostei. Repito: tomara. Eu nesta ilha sem paz. Afinal paz para quê? Todo mundo sabe a resposta para as palavras contumazes.
Tenho que aceitar que a paz é necessária, querer a guerra pega mal para quem está ouvindo. E daí é mais uma pergunta. Quase como que se dane para os ouvidos do entorno. Agora quero só esta palavra. Quero só você. Este é o problema. Como sabemos a vida é uma colisão de vários problemas. Sempre penso em conjunto ainda nem desconfio o motivo. Femininas são as imagens. Elas só têm me provocado por estes dias, temos a noite pela frente. Hoje só volto amanhã. E esta manhã tem peitinhos. Por incrível que pareça me ensinaram que a palavra é masculina. O sintagma. Uma figura de linguagem mulher. Sinuosa e curvilínea. Cheiinha nos lugares certos e adequados. Posso fazer uma manipulação. Não penso em outra mulher sem ser esta que estou escrevendo. Vinte duas e onze. Novamente a imagem me acelerando a vontade.
Depois da síndrome de oito e meio do Paulo Barbosa só posso fugir mais uma vez para o Rio com aquela ruivinha de óculos de grau que dizia que era minha aluna. Quero aprender o que ela disse que tem para me ensinar. Frugívora. Vamos ao mundo animal.
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