Sete Comentários Curtos.
1. O governo da Presidenta Dilma está escorregando no lugar comum de todos os outros governos passados que é o da lentidão nas soluções dos principais problemas brasileiros. São graves os problemas, por exemplo, relacionados à educação. Quando é que o governo vai entender que só com escolas de tempo integral, como imaginou o professor Darcy Ribeiro, pode-se salvar o país da barbárie? Gastem o dinheiro que tiverem que gastar, mas criem o caminho para que nenhuma criança fique fora das escolas até completar o ensino completo e depois, por opção, vocação ou desejo, irem para as escolas técnicas e/ou universidades, que deverão ser livres, abertas e dinâmicas. Para isso é preciso de reformar, ou melhor, revolucionar o processo educacional em todo o país. Só pela educação pode-se resolver outro grave problema que nos parece insolúvel: a saúde pública e a preservação de nossa identidade cultural.
2. Um fato que ocupa hoje toda a mídia é as histórias do Dominique e as do Palocci. Um acusado de estupro em um hotel de Nova Yorque e o outro de enriquecimento ilícito. Em que comungam estas duas figuras públicas? Ambos são socialistas de carterinha. Um do partido socialista na França e o outro do partido dos trabalhadores no Brasil. Um é diretor de um banco e outro é Ministro de governo. Ambos estão milionários. Ambos renunciaram ao poder.
3. Quando explodiu no governo do Presidente Lula a história do mensalão, eu ouvi de um jornalista o seguinte relato: ... - O que está acontecendo foi que a eleição do presidente ficou muito cara e o partido estava em frangalhos economicamente. Zé estava em Cuba e na conversa com o comandante relatou a situação econômica do partido e Fidel comentou que não se ataca com pedras blindados de guerra, como não se combate o regime capitalista sem o capital e depois me perguntou: - E agora Zé: Os meios justificam o fim?... No que respondi: - É, tem lógica.
4. Li a notícia que o ex- presidente FHC é o ancora de um filme documentário de longa-metragem, com produção brasileira, que está para ser lançado no mercado ainda esse ano,com opiniões e depoimentos de pessoas e doutores de vários países sobre a venda e o consumo de drogas. Estou muito curioso para ver esse filme... Acho que vai ser um sucesso.
5. A violência tomou de tal maneira a cabeça das pessoas que até o Lobão acha que não é tão grave e doloroso, perto do que o mundo anda sofrendo, um torturador ter arrancado, em um passado não muito distante, algumas unhazinhas dessa turma da esquerda...
6. O cinema brasileiro está em constantes comemorações. São festas e mais festas. Centenas de festivais e mostras por todo país. Todo mundo fazendo cinema. Não é maravilhoso? Só, com raras exceções, os filmes aqui produzidos são exibidos no mercado (cinema e televisão) dominado pela produção roliudiana. Então eu pergunto, quando vejo pela tevê aqueles artistas chiques desfilando garbosamente para as câmeras: o que eles estão comemorando? O seu sucesso pessoal? Não? O nosso cinema? O cinema de todos nós brasileiros é que não é. Então que festas são essas? Como se gasta tanto dinheiro com nada neste país.
7. Às vezes assento-me no sofá com a minha mulher de frente para Tevê que tenho na sala, como qualquer mortal que ama a sua companheira e quer estar do lado dela depois de um dia todo de trabalho.Assistimos aos jornais com o controle remoto na mão. Quando alugamos um filme, vemos um clássico na telinha, raramente vejo os meus filmes, quando não temos nada para ver, assisto ao lado dela um pedaço da novela das oito. Digo um pedaço pois não consigo assisti-la toda. Minha mulher vê, sem muita atenção, a trama como quem lê um romance de amor e dorme entre um capítulo e outro. Mesmo pelo pouco que vejo sei o que se passa o tempo todo na diabólica telinha: do noticiário, aos programas e as novelas, até algumas propagandas vergonhosas nos intervalos. Mas outro dia minha mulher me perguntou se eu estava maluco pois comecei a discutir e brigar com o que eu via e ouvia. Agora tem momentos que a tevê é mágica, principalmente quando ela fala das coisas nossas e retrata com dignidade o nosso povo. A despedida do Ronaldo, brasileiro, popular, gênio da pelota, jogador de futebol, por exemplo foi uma delas.
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