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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Nossa Língua


REVISÃO
Depois de reler alguns textos, sem revisão, neste blog, deparo-me com coisas que até os mais céticos duvidam. Sei que se não estudar profundamente o português ele te mete o tamanco. Na minha formação tive péssimos professores da nossa língua, mas sempre gostei de ler, foi o que me salvou. Hoje, quando já vou para os 63 anos de vida, estou estudando mais a gramática e tentando me aprimorar. Mas a base, a formação, o primário, nunca mais vai existir. Só hoje sei como ela é importante. Mesmo lendo e consultando o mestre Eduardo Martins, eu continuo, às vezes, tropeçando. Prometo para esse novo ano dobrar minha atenção.


Alguns Tropeços com verbos e pronomes que é bom lembrar
Há quem diga e escreva “fazem x dias que…” e Eduardo Martins os desasna assim: “Fazer, quando exprime tempo, é impessoal (não varia: faz dez dias./ Fez dois meses./ Fazia cinco séculos.”
Outros tropeços são detectados com o verbo haver. Didático, ele dá primeiro o erro – “haviam” muitos alunos – e depois explica: “Haver, no sentido de existir, também é invariável: Havia muitos alunos na classe./ Houve muitos acidentes./ Pode haver novos casos de dengue.”
Outro terreno pantanoso é o do uso dos pronomes. Em “está tudo certo entre eu e você”, Eduardo Martins explica àqueles que faltaram à aula no dia em que isso foi explicado: “Depois de preposição, usa-se mim e ou ti: Está tudo certo entre mim e você´.” Ele não dá o seguinte exemplo, mas é bom recordar: “Está tudo certo entre você e eu.”
Outro caso desconcertante no uso dos pronomes é o do “lhe”. Você baixa o programa de antivírus e lá vêm as temidas instruções, com os habituais crimes de lesa-gramática, do tipo “para lhe proteger”, semelhante ao de algumas canções que apregoam para “lhe amar”. O incansável Eduardo Martins retoma a paciência e lembra aos enfermos da língua a bula gramatical: “Lhe não pode ser usado com verbos diretos, pois substitui a ele, a eles, a você e a vocês: Não o conheço./ Nunca a deixarei./ Nós o convidamos./ O marido a ama./ Dois exemplos com lhe: Pedi-lhe (pedi a ele) o favor./ Ficou contente e lhe (a ele) agradeceu.”
Na questão das formas verbais, ele ilustra o que prescreve com um exemplo muito comum: “O Estado interviu”, em que o falante ou escrevente errou a conjugação. O certo é “o Estado interveio”. “Intervir conjuga-se como vir.” Adiante explica outros dois verbos em que muitos tropeçam: mediar e intermediar. É errado “A ONU intermedia conflitos”. “Mediar e intermediar segue odiar: A ONU intermedeia conflitos./ Empresários medeiam negócios.”

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