ABAIXO TEXTOS - CRÍTICAS - ENSAIOS - CONTOS - ROTEIROS CURTOS - REFLEXÕES - FOTOS - DESENHOS - PINTURAS - NOTÍCIAS

Translate

domingo, 2 de janeiro de 2011

2011 - ESTAMOS DE VOLTA!

NO BRASIL EM BRAZA
O REI DA CANÇÃO
A RAINHA DO CINEMA

Foto de Roberto Carlos com a atriz Maria Gladys

Passei o natal, como faço todos os anos, com minha mãe, 91 anos, no Rio de Janeiro. Este ano não foi igual aquele que passou – a estrada estava vazia e cheguei à noite com facilidade ao Leme, bairro pacato da agitada Copacabana, em véspera de uma grande festa popular.
Encostei o carro de frente ao edifício onde ela mora, na única vaga estreita que por milagre apareceu.
Quando entrei em casa já pude sentir o cheiro do tradicional bacalhau ao forno que minha irmã Ana preparava para ceia.
Abriu-se logo um champanhe e começou a comilança comemorativa do nascimento de um deus, referenciado pela mesa repleta de castanhas, pães e queijos de todos os tipos.
Um banquete de rei.
Pode-se não ter muito dinheiro, mas o natal na casa do brasileiro é farto e tradicionalmente pantagruélico.
Quando chego ao Rio sempre pergunto a minha irmã por notícias da Maria Gladys, minha grande amiga e no meu entender a melhor atriz do cinema brasileiro, e ela me disse que a nossa rainha estava convidada para ceia e já estava chegando.
Na mesa estava toda a família: eu, mamãe, Raquel, Jose Luiz, Ana, João. Damião tinha viajado para Madri ao encontro de sua mulher Renata e Emiliano estava na casa da sogra com Cris, futura mãe da sua filha, minha neta, quando Maria Gladys chegou.
O divino bacalhau, dividido em régias e gordas postas, chegava à mesa envolvida em batatas e cebolas douradas ao forno com azeite virgem português.
Acabávamos de comer a sobremesa, um delicioso pudim de pão, deixado pronto pela ausente e competente secretária e amiga Irene, quando apareceu Emiliano e sua bela e simpática mulher. A família estava completa e minha querida mãe feliz.
Maria Gladys que sempre esta em alto-astral estava neste dia triste – a ausência das duas filhas, da neta querida, do filho e falta total de recursos financeiros neste final de ano faziam com que ela em alguns momentos demonstrasse, em suas feições e gestos contidos, o quanto estava preocupada com o seu dia seguinte.
Mas o dia seguinte estava reservado ao Rei Roberto Carlos, que foi namorado da atriz no começo de sua carreira e hoje era o dia do seu grande show na praia de Copacabana – Será que Maria foi convidada para a platéia vip de astros e estrelas? Na certa não! Não pude saber. Fui dormir.
Acordei com a voz de Raquel, minha mulher, com a notícia que o nosso carro tinha sido rebocado por eu ter parado em local proibido. Puta que pariu prefeitura de merda – pensei alto enlouquecido pela ocorrência totalmente injustificada da prefeitura do Rio, pois nem eu, nem minha mulher, cansados da viagem, não vimos nesta noite nenhuma placa de sinalização.
Dia de Natal. Minha mulher Raquel e minha irmã Ana, depois de grande e exaustiva pesquisa na internet, acharam onde o carro poderia estar e saíram em direção do depósito de carros para liberar o veículo. Tudo custou uma boa quantidade de dinheiro e de tempo perdido.

QUEBRANTO

O século foi e será
2011 – 1911 – 2111
Um século de adivinhadores
Um século oculto
Um século de prosa
Poético e cósmico
Sorrateiro infiel
Um século dada
Um século isto
Ismo e aquilo
Um século capital
Nem liberal
Nem libertário
Ditatorial
No geral formal
Um século de medo
De infâmia
Um século literário
Cinematográfico
Maldito e desafiador
Um século às vezes revolucionário
Principalmente na arte do saber
Um século experimental
Explode o indivíduo
Despedaça o homem
Retorna-se a gênese
Começa-se de novo
Descobre-se na verdade
Desnuda-se o amanhã
Um século de palavras
Um século de milhões
Um século cristão
Seremos lembrados
Queira você ou não

Nenhum comentário: