A ARTE DE FURTAR
O regime do capital a qualquer preço faz parte do
inconsciente coletivo do homem brasileiro. Não vai ser uma devassa nas grandes
empresas do país, uma verdadeira caça as bruxas, que irá limpar o serviço
público dos corruptos. Para isso ter algum valor é preciso modificar as
relações entre o capital e o trabalho. O Brasil precisa de uma reforma geral e
não jogo de cena política protagonizada por novos políticos sedentos de poder.
O regime do capital a qualquer custo leva as
melhores pessoas a cometerem loucuras. Assim que surge a oportunidade do
ilícito passam a sofrer do desequilíbrio áurico e se expõe ao opróbrio. São homens
estudados, empresários, políticos, que mergulham na esbórnia esquecendo-se que tudo
neste mercado tem o seu preço, surrupiar onde o pior é o melhor, provoca a cobiça é o seu
maior valor em um regime onde tudo que está acima de zero é lucro.
O verbo tergiversar é o mais usado hoje nas rodas
dos burocratas em todas as relações com as elites aglomeradas dos bem sucedidos.
Eles são homens que tem o perfeito conhecimento de onde se confabula, tramita e
transita o ilegal, sempre se colocaram impunes e se sentem intocáveis.
Foi Brizola que criou o aforismo do saco de
caranguejo de onde se puxa o primeiro e o resto sai todos agarrados, uns aos
outros por seus fortes quelópodes.
Acredito que só um governante que não tem nada a
temer, pois não está envolvido em nenhum saco de caranguejo e que age com as
cartas abertas, “como nunca antes aconteceu na história desse país”, proporcionando
transparência nas apurações dos ilícitos dos petroboys, “doa a quem doer”, é
quem pode propor as reformas necessárias para colocar o país novamente no rumo
certo.
Agora, é preciso avisar aos congressistas eleitos, aos
políticos aliados e outros que desejam se alinhar, das metas propostas por um
governo que se quer transformador da sociedade brasileira. Um Governo das
Reformas.
Podemos ter quatro anos de desenvolvimento para
passar o país a limpo. Uma coisa de cada vez e assim não se estancando tudo de
bom que já vem acontecendo.
Agora parar com tudo para uma devassa da Petrobras, levando
ao total descrédito a única grande empresa estatal que não foi ainda
privatizada é inadmissível. É isso que
os mentores do caos querem que aconteça, pois só assim conseguirão atingir seus
objetivos de privatização da estatal, “dita por eles de corrupta”, que
descobriu uma das maiores reservas petrolífera do mundo, o Pré-sal, e entregá-la
depois de um golpe ao capital financeiro internacional.
A elite empresarial brasileira será atingida a
qualquer custo e pagarão caro pela soberba.
Ora! Eles não acreditam neles mesmo, acham o povo, os trabalhadores
assalariados, os funcionários públicos, os profissionais e os pequenos
empresários, uma coisa menor no país, que se engana fácil com qualquer trocado,
pois querem crescer a qualquer custo.
Hoje a maioria dos brasileiros, que foram educados
sem conhecimento e amor a cultura do seu país, são os figurantes de um novo
pensamento moralista, conservador, religioso e por isso mesmo falso e ultrapassado,
eles não tem discernimento social entre o certo e o errado, entre o bom e o mau e assim, para sobreviver, viram empregados ou
funcionários de grandes empresas ou do estado,
e por fim, tornam-se velhos e miseráveis, morrendo desamparado
em algum hospital do subúrbio, pois eles, massa de manobras, e a maioria desafortunada,
não tiveram a capacidade e muito menos o conhecimento da arte de furtar.
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