Folhetim
Elétrico
“Longos são os
caminhos da verdade...”.
Organizando e
limpando o meu computador pensei no que eu poderia fazer com aqueles bons
roteiros que ficaram na memória em busca do tempo perdido e que embora
tratassem de temas importantes ao nosso abismo cultural, seriam, quando eu
morrer (falo isso por que alguns dos meus diletos amigos já começaram a partir)
esquecidos, comidos pelas traças, destruídos pelos vírus deste cérebro
eletrônico. Assim, no desespero de ver todo um trabalho perdido, procurei
descobri uma maneira de torná-los visíveis sem ter de editá-los, gastar papel e
dinheiro que não tenho. Foi lendo o grande Aluisio de Azevedo que descobri o
folhetim que tanto sucesso fez na imprensa do século 19. Heureca! Esse novo
Folhetim, hoje Elétrico, permitirá, a partir de agora, com periodicidade, a
quem se interessar um passeio nos textos de roteiros que poderia ter sido um
dia imagens em movimento, cinema. Acrescentarei prefacios com algumas reflexões
do dia-dia que intitulei de folheteadas.
Qual seria o
primeiro filme, o primeiro roteiro do folhetim?... Vale a pena este esforço?
Sei lá! Não seria melhor deixar ele guardado? Não fazer mais cinema? Fiquei
atormentado com a ideia de que alguém, como diria o meu amigo Guará, vampirizasse
o tema, a luz, a ideia e depois não me desse o crédito merecido. Isso já me
aconteceu várias vezes, a última foi no filme sobre o Vinícius de Moraes, onde
fotografei várias cenas com o poeta, no antigo filme dirigido por sua filha
Suzana, que foram reutilizadas novamente neste novo filme e o meu nome não
apareceu, nem agradecimento... Tudo é possível no Brasil. Valeu a pena? Depois de tudo isso pode ser que apareça
alguém reclamando que as listas não possuem espaço e não são liberadas para
esse tipo de mensagem... - Crie um site! Um blog... Dirão outros... Tem outros
espaços onde se publica roteiros... Etc. Mas essa ideia me surgiu pensando nas
listas que eu recebo! - E se outro da lista fizer outro folhetim? Qual é o
problema? Espero que não tenha problema. As listas são jornais diários de
assuntos com os quais estou ligado. Não quero perder tempo e provocar uma
tremenda polêmica democrática onde eu teria que gastar horas preciosas ora na
defesa, ora no ataque, de sei lá o quê... Esse primeiro folhetim é pra saber se
vale à pena este esforço. A idéia da Rosário do Almanaque é muito boa, faz
parte desse grande jornal eletrônico que são as listas da Internet, lê quem
quer. Aviso aos navegantes: Não participarei de nenhuma polêmica sobre o que
não quero discutir. Se os textos conseguirem iluminar alguém, que seja dele a
luz. E se alguém não gostar, não precisa abrir, é só apagar, faço isso todos os
dias... Quem? Sei lá! Você de repente...
Fui ao Festival
de Berlim em 1987 exibir o meu primeiro filme, um longo poema rebelde, em 1987
e lá encontrei 2 outros cineastas brasileiros com seus primeiros filmes: Sérgio
Toledo e Jorge Duran. Não sei o que aconteceu com o Sérgio, mas do Jorge Duran
soube que havia terminado o seu segundo filme este ano. Vinte anos sem realizar
um novo projeto de cinema... O Limite! Uma vida inteira num único filme.
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