VIVA NINA!
É importante dizer algo a respeito das pinturas (dos traços)
esboçadas por Nina, minha neta, nas duas imagens que aqui publico. Imaginei,
quando observei suas pinceladas de cores fortes, quando aqui ela esteve brincando
em meu estúdio, que haveria uma essência figurativa no que originalmente ela
havia desenhado com movimentos de um pincel desordenados sobre o papel branco.
Passados alguns dias, notei casas no meio da floresta, que só passaram a
existir quando inverti o papel. No outro quadro, também invertido, surgiu logo um
misterioso rosto no escuro de uma mancha sobre o amarelo, o que de pronto me
pareceu ser uma bailarina. Na hora pensei que tinha duas opções: deixar como
estava ou compor, sem exagero, o quadro que o inconsciente daquela menina me
presenteava. Optei em intervir, realçando as cores e achando a imagem
escondida. Pensei que com o tempo Nina, mais velha, pudesse ver ali um signo
atávico e que ao descobri-lo, desvenda-lo, lhe provocaria um grande prazer. Se
atingi assim esse meu objetivo intervencionista, só o tempo dirá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário