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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

FATO & FOTOS


“Quarenta minutos antes do nada...”

O Filme do Oscar Maron, “Mario Filho, O Criador de Multidões”, foi apresentado no cine Odeon, durante o Festival do Rio, com grande sucesso de público e de crítica (matéria de página inteira no jornal o Globo), o que muito me alegrou, pois sei das dificuldades na sua produção.
Oscar Maron, além de ser um amigo querido, abriu o seu projeto para meu filho, o músico Emiliano Sette, fazer a sua trilha sonora, que por sinal foi muito elogiada pela “multidão” que prestigiou a sua pré-estréia. Infelizmente não pude comparecer a está festa repleta de amigos saudosos, mas a minha irmã Ana Sette, fotografou e me remeteu o material que publico aqui.

Este é o segundo filme do Oscar,
o primeiro foi sobre Carlos Manga,
que participei como fotógrafo de algumas cenas.

Posso dizer que a sensibilidade e o conhecimento dele no trato do tema futebol é único, e é original.
Trabalhando com poucos recursos, ele tira leite de pedra, diria o professor Gilberto Vasconcelos, criando um novo tipo de documentário esportivo, dramatizando cenas históricas, mesmo durante as entrevistas, quando não estabelece a relação direta, frias, entre a câmera e o retratado, comum no universo cinematográfico, mas sim registrando ao contrário, regado pela emoção do olhar poético e pela intuição do experimental, ele tem visões poéticas, que é a sua escola, ele recria Mario Filho em um painel repleto de memória nacional, tanto pelas imagens belíssimas de um Rio antigo, pelos textos escolhidos, pelos depoimentos tomados, quanto pela competente edição construída com material de arquivo da Atlântida Cinematográfica, auxiliado pelo seu intrépido editor Toni Bizarro,
Oscar nos presenteia com seu requinte plástico e seu olhar voltado para o oriente, com o mais importante documento cinematográfico sobre um gênio da raça, já quase esquecido, que criou e presenteou o Brasil com o seu maior estádio, o Maracanã e o retratou com seus textos repletos de humor e poesia.
Mario Filho, escritor, jornalista, que lutou e compreendeu, como nenhum outro em sua época, a importância do futebol inglês como manifestação da cultura popular brasileira. É como disse prevendo, justificando, muitos anos antes o futuro filme a ser feito, Oscar Maron, no pré-fácil do livro FLA-FLU, com textos de Mario Filho e Nelson Rodrigues, que ele organizou: “... o futebol o nosso maior espetáculo dramático.” Eis ai o mote do filme a ser visto.
Parabéns Oscar! Você merece ter o Oscar do documentário e muitos outros prêmios, como uma boa e nova produção para fazer outros bons filmes documentários como esse que tive a honra de ter dado alguma contribuição.

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