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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Texto de Cabo Frio

Lula com uma camera de filmar 16mm e boné da abd


Direto de Um Pequeno Café no Bairro Boêmio de Cabo Frio

Cuidado amigos, eles querem voltar... Quem?... Os sábios do Sião... Ah, não! Eles não...
Obama não é diferente de Bush, nem Cristo é de João, de Buda a Maomé, são todos iguais em um só pensamento, em uma só idéia, em um só partido, em uma só fé. Podes crer!


Ontem no café do bate-papo político da cidade, (... nome do café), servido pela simpática morena (Edilene), a original representante da beleza do povo cabo-friense, eu mantive uma troca salutar de conhecimento e de cultura política, em uma rápida conversa com o representante do histórico PCB desta tão maltratada e belíssima região.

Seu nome é (Babade). Ele, um professor de história e eu, um cineasta apaixonado pelo povo brasileiro.

Nós falávamos sobre o governo petista do Senhor Luiz Inácio, o popular Lula, que teve a aprovação do seu governo pelo povo e eu dizia que ele foi o melhor Presidente que tivemos após a redemocratização do país. O professor (Babade), em toda a nossa conversa, não entendeu a minha fraca “defesa” do “sapo barbudo”. Quis dizê-lo que sei de todas as utopias da internacional, pré e pós-revolução e de todas as formas ortodoxas e muitas vezes confusas que o pensamento dialético revolucionário pode levar um sujeito despreparado ao caos político.

O lula é um despreparado? Sem dúvida! Tem um marketing pessoal invejável? Perfeito! Traiu os ideais que o elegeram? Sim, no todo. Não, no particular..., e assim a conversa fluía com a participação discreta do (Fábio...) quando ela foi abruptamente interrompida pela visita do Milton Temer, o meu candidato ao senado, e dissipou-se totalmente do que estávamos falando, com o cheque final do conhecimento, dado e exposto pelo professor (Babade), de forma definitiva, como é do seu jeito, na seguinte pergunta: Então Zé, diga para nós o que o governo Lula fez de original, de bom, que vale a pena ser lembrado... Fiquei em pânico e não sabia como respondê-lo, nada me vinha à memória que eu pudesse com firmeza narrar, com os fatos originais, todas as boas ações que justificassem em eu lhe ter dito que Lula foi o melhor presidente que tivemos desde o golpe militar de 1964.

A turma do PSOL, em clima de campanha, entra no bar. Na frente Milton Temer, irradiando alegria com seu sorriso franco. Ladeando-o estava Claudio Leitão, o futuro político do PSOL na região dos lagos e a partir daí o assunto nas mesas foi outro.

Antes de voltar para casa sentei-me a mesa de outro café com alguns empresários da cidade, que tinham também horror do Lula e de maneira nenhuma aprovavam o seu governo. Por isso elegeriam na próxima eleição o candidato tucano. Pensei comigo: alguma coisa está errada nesses dois encontros.

Cheguei a minha casa com o professor (Babade) na cabeça. Depois de pensar um pouco resolvi escrever um texto para lhe dar em mãos, terminando assim a minha parte naquela conversa, mas achei melhor, mais pertinente, colocar o assunto público descrito nas ondas finas deste blog de ponta escrito pelo amigo e professor Totonho e que é lido por um grande número de pessoas inteligentes que querem estar bem informadas das noticias e comentários que se passam nos meios políticos da cidade.

Então vamos lá meu amigo professor (Babade): - Você lembra-se do FHC, o farol, o sociólogo, o príncipe emplumado da USP, que vivia dizendo que o Lula não sabe disso, não entende daquilo, não tem competência para dirigir um país continental como o Brasil... Lembra? Hoje sabemos que FHC entende tanto de sociologia quanto o ex-governador de São Paulo, o candidato José Serra, entende de economia.

Lula, que não entende de sociologia, levou mais 50 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; ele, que não entende de economia, pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.Lula, o “analfabeto”, como falou Caetano Veloso, não privatizou as estatais, como fez o FHC, mas as fortaleceu, tanto que hoje a Petrobrás é a 2º maior empresa de Petróleo do mundo e caminhando para ser a 1º.

Lula, o "analfabeto", *que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos.

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para quase 300 dólares, e não quebrou a previdência como queria FHC. Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis.

Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, encarou o tigre do norte e olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo Tribunal Federal (Ministro Joaquim Barbosa), uma mulher no cargo de primeira ministra, e poderá fazê-la sua sucessora.

Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir. e hoje o PAC é um amortecedor da crise.

Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde de produção e vendas.

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é respeitado e citado entre as pessoas mais influentes no mundo atual.

Lula, “que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu”, foi eleito o homem do ano de 2009, e é favorito para ganhar o Premio Nobel da Paz em 2010.

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa, é ator da mudança geopolítica das Américas.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um “locutor de bravatas”, faz a história, mesmo com seus arremedos de governabilidade, que ele aprendeu com o FHC, um pouco antes de ser eleito para o primeiro mandato, em uma conversa de duas horas em algum aeroporto desse imenso país. Você se lembra?

Professor (Babade?), o Lula será lembrado não por ser um revolucionário marxista transformador, ele nem sabe o que é isso, mas por deixar ao povo brasileiro um grande legado, dentro e fora do Brasil - Que o povo, mesmo sendo ainda analfabeto, é inteligente, é brasileiro e pode governar esse imenso país melhor que a sua elite financeira e intelectual. Viva a utopia!

Ele é de longe o melhor que todos os outros. Digo com certeza que ele não é o meu governante ideal, pero não creio en las buxas, mas que las ai..., e deixo claro, que só creio na revolução, tenho pressa de mudanças.

Para terminar o Lula detém uma aprovação popular de quase 85% - 170.000.000 (cento e setenta milhões) de brasileiros. Isso pesa o bastante para derrubar muitos obstáculos e mitos para que se possa ter um avanço revolucionário socialista e libertário no Brasil e em toda América latina. E, veja você professor: os tucanos desenvolvimentistas querem ainda voltar. Tenha paciência! Vamos andar pra traz? O nosso povo não é bolinha de ping-pong, que vai e volta no troca-troca de seus governantes.

O Brasil urgentemente precisa avançar mais, muito mais!

Pense bem: vamos deixar o Lula fazer o seu avançar, com a Dilma, agora que me parece que ele entende de alguma coisa.



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Vejam, se ainda não viram, esses filmes na Internet:

BERLIM 87 (Panorama do Festival de Cinema onde se exibiu o Filme 100% Brazileiro)
htttp://vídeo.google.com/videoplay?docide=0151t46744966153190153

VER TIGEM I e II (Filmes sobre o artista plástico Arlindo Daibert)
http://video.google.com/videoplay?docid=9205822902690251625
http://video.google.com/videoplay?docid=1157734421108534123

Trailer AMAXON (Novo longa-metragem de Jose Sette)
http://video.google.com/videoplay?docid=-9048805111654506440

terça-feira, 8 de junho de 2010

Loucura Pouca é Bobagem

TEMOS VIDA ALÉM DA TERRA! Imagem produzida pela NASA mostra um lago na superfície de Titã, a lua de Saturno

A NASA (agência espacial norte-americana) anunciou que a missão Cassini encontrou evidências da existência de vida em Titã, uma das luas de Saturno. A superfície de Titã é fria demais para ter água em sua forma líquida, mas os cientistas sugerem que formas exóticas de vida poderiam existir nos lagos de metano ou etano líquidos, como a imagem acima mostra.
Em 2005, o pesquisador Chris McKay afirmou que alguns microorganismos poderiam viver respirando hidrogênio e se alimento da molécula orgânica acetileno, criando metano no processo. Isso explicaria a falta de acetileno em Titã e de hidrogênio na superfície em que esses espécimes estariam vivendo, dizem os cientistas da NASA.
"Nós sugerimos o consumo de hidrogênio porque é o gás óbvio para a vida em Titã, semelhante ao nosso consumo de oxigênio na Terra", afirmou McKay. "Se esses sinais foram mesmo de vida, seria excitante, sem dúvida, porque representaria uma segunda forma de vida independente daquela que é vista na Terra, baseada na água."

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Novamente outra vez

Diálogo de loucos por cinema brasileiro nas nossas telinhas... ... PL29

- Desculpe-me Mauro. Eu não entendi. Meu muito conhecimento técnico e pouco das leis dá nisso. Edmar.
- Edmar, a culpa não é sua. Essa discussão tinha que estar na boca do povo. E é paradoxal, pois o assunto se trata de comunicação... e a comunicação tá nula. "Como em outros casos similares, a sociedade não toma conhecimento do assunto, até porque sequer é informada sobre o tema. O máximo que a sociedade soube, o foi através de uma propaganda enganosa da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) dirigida exclusivamente aos assinantes de suas operadoras associadas. O mais estranho, porém, é que aquela parcela politicamente mobilizada da sociedade, embora sabendo da existência dessa PL, até agora, salvo melhor juízo, também pouco se manifestou a respeito." A PL29 começou com o Borhausen (do DEM), pra evitar que as megabilionárias empresas de telefonia entrassem na Tv por assinatura. Mas virou outra coisa, com o tempo. Uma importante discussão sobre o FOMENTO DO AUDIOVISUAL. Ou seja, é nós na fita. Mas o embate é gigante, imaginem vocês. De um lado, os independentes (acho que nós, ne?), que querem mais produtos brasileiros nas tvs (inclusive, as por assinatura), do outro, as Globos da vida, com o poder político. E, com o poder econômico, as telecos. Um embate assim foi feito pra escolha do sistema de tv digital, com ganho da globo. Lula abriu as pernas, tirando o Miro Teixeira do ministério, e colocando o Helio Costa, um lobbie antigo da Globo. Helio Costa assumiu o ministério na época do escândalo do mensalão. E, na mesma semana, a Globo parou de falar mal do Lula. Logo em seguida, Helio Costa escolha o sistema japonês (deixando de lado anos e dinheiro de pesquisa do SBTVD - Sistema Brasileiro de TV Digital - num sei se é essa a sigla correta). A Globo, falida, mas com um poder político imenso (nossa comunicação é coronelista - basta ver as grandes famílias comunicadoras: Sarney, Calheiros, Magalhães, Barbalho...) . A Globo falida foi salva pelo BNDES. Bem, foi briga de cachorro grande e nós, pequenininhos e população, nem fomos consultados direito. Adoçaram nossas bocas com a TV Brasil, que hoje se viu ser um engodo. Não a toa quem manda nela é a Teresa Cruvinel e o Franklin Martins (globais). Mas antes, FHC já nos tinha sacaneado, com o sucateamento e privatização da Embratel, que era empresa de ponta e das mais fortes do mundo (graças a sana dos milicos). Hoje, a Embratel é da Telmex, do mexicano e cara mais rico do mundo. Era pra gente ter, segundo especialistas (inclusive do exterior), a força de 2 Petrobras (Petrobras e Embratel). Isso, sem contar na Vale... mas isso é outra história tenebrosa.
Bem, estou me alongando demais. Mas isso nos diz muito respeito. A PL 29, que foi criada pra privilegiar a Globo etc, tomou outro escopo. (e mais uma vez, a gente tá perdendo feio, pelo visto). A gente tem que lutar por mais espaço de produtos brasileiros independentes na tv e menos enlatados. Isso é mais trabalho para nós.
É uma vergonha que isso esteja sendo discutido na calada. Assim como foi com o sistema de transmissão digital de tv. Aliás, o sistema de transmissão digital de rádio foi uma covardia! Ganhou os coronéis.
- Valeu Mauro pela explicação sucinta e boa!

- Brigadim. Intonces, é ficarmos atentos com os desdobramentos.
...
- Eu não estou por dentro do assunto, mas sou da área de comunicação, e no meu entendimento a demanda de audiovisual será sempre em função da audiência. Lei nenhuma tem poder sobre isso. Se hoje temos um monte de porcaria e enlatados é pq o povo quer porcaria e enlatados. Elyson
...
- Fique por dentro: http://www.adnews.%20com.br/artigos/%20104197.html

domingo, 6 de junho de 2010

Vídeo que vale

Veja o rosto da mulher através de 500 anos de arte.

Imagina-se que o gênio renascentista Leonardo da Vinci, tenha trabalhado vários rostos, até criar a sua MONA LISA... Ainda hoje, não se tem conhecimento em quem ele se inspirou. Afinal,é uma obra de arte datada de 15/03/1506, sem os "truques" da informática... Este vídeo é uma obra digital. O lado interessante é que o autor se guiou pelos olhos que durante séculos foi o maior referencial de feminilidade de todos os grandes pintores. Os olhos estão perfeitamente sincronizados, ganhando vida em seus movimentos. O trabalho foi grande. Vídeo realizado no programa FantaMorph d'Abrosoft. Foi visto por mais de 5,3 milhões visitantes.

http://www.artgallery.lu/digitalart/women_in_art.html

Mais uma vez

É exaustivo ter que discutir novamente os rumos do cinema brasileiro.
Faço isso desde 1974 quando voltei à terra amada.
Nós cineastas gostamos de complicar o meio do campo.
É preciso ser forte, franco, objetivo e principalmente unidos.
É preciso compreender primeiro para depois desatar as amarras que são muitas.
Nem o passado trabalhista, nem a esquerda cautelosa petista, que está no poder, nem outros partidos “tutifruit”, nem à direita centrada peessedebista, nem os novos partidos da esquerda radical, nem todos aqueles que passaram pelo poder da república, compreenderam a importância do audiovisual para o povo brasileiro. É lamentável.
Não acho que com esse corpo político, seja qual for o governo, popular de esquerda, ou os velhos comunistas, tenham peito de começar a desatar os nós cegos de nossa identidade cultural cinematográfica.
São três os nós básicos deste sistema: produção, distribuição e exibição.
Todo o sistema está a serviço do cinema americano e de seus interesses fantasmas.
Esse mingau quente tem de ser comido pela beirada do prato, pouco a pouco, pra não queimar a boca.
Assim sendo, não adianta colocar os mesmos de sempre nos gabinetes gestores da eterna crise da indústria do audiovisual brasileiro. Nada mais farão! Pois estão comprometidos com o tal mercado fantasma – dizem que precisam sobreviver e manter o padrão de suas vidas, às vezes nababescas e sem sentido. Vivem indiretamente dos altos salários pagos pelo erário. Não digo que eles não merecem. Todos nós merecemos! É dureza fazer um bom filme.
Como podemos atravessar esse deserto?
O novo governo tem de incentivar toda a produção audiovisual a ele proposto? Sem dúvida, mas não da maneira que está sendo feito.
O novo governo tem que incentivar a distribuição? Não de todos os filmes, pois os filmes ditos de mercado devem ser incentivados pelo mercado.
O novo governo tem que também cuidar da exibição? É a mais importante de todas as tarefas de qualquer governo preocupado com a nossa identidade cultural. A exibição de todas os filmes brasileiros só será resolvidA quando se criar mil centros de cultura brasileira por todo país. Mas nada disso é possível sem a vontade política. Ou seja: É preciso ter dentro do novo governo alguém que possa, sem medo de perder o cargo, colocar com clareza o que é preciso fazer para levar ao povo brasileiro a todas suas manifestações culturais, através do audiovisual obrigatoriamente exibido e programado nos cinemas e nas televisões estatais, de cultura, de todo país. Não há uma única voz que possa clamar no deserto em que a política cultural desse país se transformou. Um vanguardista experiente, bom político, combativo e justo com os interesses de nossa nacionalidade, deve existir nesse mar de cineastas e sabichões em que se transformou o país. Existindo esse nome, essa voz, poderemos começar a comer, com alguma segurança, esse mingau quente chamado mercado cultural.
O resto é chover no molhado.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Texto quase panfletário

Emiliano Zapata
UTOPIA

É estar diante de algo que corresponda ao que é esperado e que não se pode chegar.

Quando não se pode chegar, o melhor é anarquizar para transformar o nada em alguma coisa.

Eu, cineasta e artista brasileiro, desejo, neste momento de transformação política com novas eleições, expressar alguns pontos que acho importante sobre estas infindáveis discussões dos rumos que se pretende dar a todo processo do nosso desenvolvimento cultural.

Novamente a esperança do sonho perdido.

Sempre há alguma luz em um governo novo, principalmente vindo eleito de partidos compromissados com o socialismo e com a liberdade.

- Sabemos que precisamos reformar o país naquilo que ele não está funcionando bem, eles dizem. Eu digo: em verdade todo o país precisa de reformas urgentes.

Sou pessimista na defesa de nossa identidade cultural e de nossa soberania. Mas a cada eleição que passo, eu digo e eles negam sempre as mesmas coisas.

As barreiras e os interesses em comprar e vender o que não interessa, faz parte da política cultural da espoliação, do engano e da alienação. Da farsa e do medo. Do terror e do ódio. Não adianta ganhar e governar alicerçado em velhos paradigmas. De nada adianta, mudar o governo, se não se muda tudo com relação à defesa intransigente de nosso processo de afirmação cultural educacional.

Mudar é criar meios de difusão cultural. É educar. Conscientizar a todos, todos os dias, o tempo todo com um trabalho de difusão independente e direcionado para o Brasil conhecer o Brasil. Isto é que é política de cultura.

É só preciso abrir os nossos canais de comunicação com o povo brasileiro. O lixo imposto, exposto, é flagrante e contínuo, só um cego não vê.

Se esta luz reformadora, se ela existir ou eleita for, se ela souber que da força motriz do povo unido, esperançoso, embalando a vitória nos primeiros dias de um governo que se quer socialista, surge ali, naquele momento, à única oportunidade transformadora, o único instante onde tudo é possível...

Com uma canetada o Brasil pode ser redescoberto.

Para isso é preciso realizar, de pronto, a primeira e a mais importante de todas as reformas: a grande reforma da distribuição para o povo do acervo cultural brasileiro, apresentá-lo por todos os meios de comunicação, de exibição, de penetração, em todos os mais distantes rincões do país, valorizando o que foi perdido, o que nos fala mais alto, o que nos é oculto.

O acúmulo de erros na nossa massacrada cultura, estigmatizada nos governos passados, confundem hoje os possíveis acertos dos novos governantes.

Nossa identidade cultural vai mal. Nem o presidente Lula, que sem dúvida tentou avançar, e nem o seu ministro da cultura, em oito anos de poder, não conseguiram estancar a pressão corporativa contra a libertação da mídia do domínio estrangeiro comandadas por seus representantes da elite nacional.

É incrível: preocupada em perder parte de suas conquistas econômicas, a elite brasileira, ideologicamente comandada pelo pensamento neoliberal internacional e seus aliados paulistas, lança um candidato apadrinhado nacionalmente por poderosas redes de comunicação: televisão, rádio, revista, jornal e por grandes empresas privatizadas no governo do teórico e emplumado FHC.

Esse aglomerado de doutores procura, com um discurso desenvolvimentista, os meios agradar a classe média, esfomeada pela ganância financeira de sempre ter mais que o vizinho que anda com pressa para ascender-se socialmente, levando vantagem em tudo, querendo meter a mão na cumbuca, presa e corrompida por políticos e dondocas deslumbradas com os textos e a inteligência udenista, lacerdista, de um Arnaldo qualquer. Todos ali não passam de personagens do enredo novelesco e superficial de uma comédia americanizadas nos seus melhores sonhos de consumo.

Essa gente quer comprar Miami e as grandes produções da Broadway, sonha com os filmes de roliude, cantando e dançando no ritmo da moda, fazendo do teatro um besteirol, do cinema um urinol, da literatura um escárnio de mal dizer, do jornalismo uma vergonha, com seus desejos vinculados ao mais pífio interesses do homem.

Essa gente é conhecida e tem pressa em atingir os seus objetivos financeiros acumulativos, à custa de todo o país.

Essa gente sofre de uma metanóia degenerativa, vivem na eterna dúvida de estar bem entre deus e o diabo, pois cultua a ganância com bondade angelical.

Essa gente representa, na prática, o pensamento doentio de certos segmentos da política cultural brasileira. Juntos formam a elite nacional da inteligência oportunista. São forças ocultas de uma elite cultural devassa que a partir do golpe militar foram sempre os privilegiados e tentam, ainda, de todas as maneiras, transgredirem, boicotar e esconder, os possíveis avanços no que diz respeito à liberdade de criação da arte brasileira. São estas forças que este governo não tem conseguido conter. Essa gente ainda dirige, comanda e privilegia financeiramente a deslumbrada e globalizada classe artística conformista e conservadora desta cultura tropicalista dos anos de chumbo, conduzindo-a pelas rédeas curtas da ditadura capitalista do cala-boca ou tu morre de fome.

A turma paulista está querendo que o povo desacredite da competência da mineira Dilma; na impossibilidade da Marina governar; na pouca penetração dos pequenos partidos mais a esquerda; valendo-se para isso do Serra, antigo estudante da esquerda católica (será que isto existe?), tudo em prol do deslumbre de novamente comandar uma política oportunista, entreguista, colonizada, com os privilegiados de sempre, mais os saudosistas, de volta aos altos cargos de onde tentariam, de todas as maneiras, reverterem à pequena guinada socialista que o país deu aos trancos e barrancos, nestes últimos oito anos.

Vocês sabem o que aconteceu quando o então Ministro Gilberto Gil quis fazer uma tímida reforma na Ancine, transformando-a em uma agência forte e combativa na defesa do audiovisual brasileiro? Ele encarou o tigre de frente e pressionando, todos os dias, por entidades patronais, jornais, noticiários bombásticos, até comprometer todo governo com os meios de comunicações do país, quase pediu demissão, mas ficou e concordou.

Que pena, tempo perdido. O governo não via na conquista de nossa identidade cultural a prioridade das metas governamentais, ao ponto do Presidente não poder mais estancar as pressões da mídia, dos políticos e partidos lobistas, dos oportunistas, dos artistas mal informados e cortar o projeto na raiz, destruindo o sonho transformador e anulando a quase nada a pasta da cultura.

Com o pensamento na liberdade, no fazer das artes e no domínio cultural de uma poderosa indústria de comunicação, uma indústria do saber, de educação, reivindico em nome da arte, como programa político para todos os nossos candidatos, por todo Brasil, que seja o redescobrimento de nossa identidade cultural e artística e educacional a prioridade de um novo governo.


Defender a difusão de nossa cultura é preservar a nossa soberania e fortalecer os nossos direitos, é fazer justiça através da educação da grande maioria de nossa juventude. Jovens tão alienados, tão colonizados pela mídia consumista e passageira, que não possuem mais identidade – já não sabem mais quem é quem e caminham a passos largos para a massificação do lugar comum, do clichê - foi-se o paraíso tropical e perde-se o delírio de uma vida brasileira. Sem o sentido verdadeiro do existir, para uns, só restou o caos.

Entre todas as reformas necessárias esta é a mais difícil.

No Brasil e também em todo o mundo, a juventude realizadora de arte, que vem ocupando os espaços na disputada indústria da criação, se apresenta hoje como artistas criadores de peças comercialmente vendáveis, criadas e trabalhadas nos clichês desgastados, muitas vezes medíocres, de apelo fácil, de coisas vulgares, expostas pela arte da sobrevivência e da subserviência ao comum, ao chulo, ao que nada vale. Na arte de furtar, no vale-tudo da política globalizante imposta a cultura nacional, firmemente e finamente, comandada pelo poder financeiro internacional, quem sai perdendo é o Brasil.

Moldam o jovem ao seu gosto, do primário ao ensino superior, eliminando sua identidade, mascando chiclete, tomando coca, comendo Mac, controlam a sua mente, criando uma massa de seres de manobras que se satisfazem com o que de pior a vida pode oferecer. Depois que crescem e chegando ao poder, vivem no firme propósito de concretizar suas necessidades burguesas, colocam-se a frente dos interesses nacionais, negam tudo que é ético e nobre, promovem grandes negócios e prometem faturar milhões de dólares, pois os seus produtos, é claro, são os piores e de grande aceitação popular.

Não vejo, entre os jovens, a necessidade do novo, da busca do desconhecido, da renovação da linguagem criativa. Uma única estética domina suas cabeças: a estética de que é preciso vencer a qualquer custo, ser rico, ter sucesso e prestígio, nem que para isso seja preciso vender a alma ao demônio.

Só que a arte de se fazer e de se vender idéias é composta de muitos itens que se querem desconhecidos para essa juventude.

Nos países em que os governantes se preocupam e querem registrar e exibir a construção da identidade nacional de seu povo, representado na realização e exibição do seu patrimônio cultural, as leis de obrigatoriedade e os incentivos de apoio financeiros são ferramentas necessárias e fundamentais a existência dessa milenar indústria.

Por isso é preciso questionar os candidatos a presidência república quanto a sua proposta de governo em relação à arte brasileira e a liberdade de poder criar.

Eu, por exemplo, que não sou candidato a nada, sou a favor da criação dos Mil Centros de Cultura do Brasil (unindo a exibição e a introdução do conhecimento teórico e prático da arte nacional), manifestada em nosso cinema, teatro, música, poesia, literatura, artes plásticas, pois só assim poderemos transformar, para melhor, os jovens, que cada vez mais estão totalmente perdidos na fantasia de um mundo alienante, insensível, irreal, novelesco. Só a educação, através da arte, pode libertar essas cabeças saturadas do lixo estrangeiro e despertá-las para um mundo melhor de idéias.

Mil centros de cultura interligados. Mil salas de distribuição digital unindo a arte e a cultura brasileira do norte ao sul do país. Está ai o primeiro passo para se transformar o Brasil.

Sou a favor de que os recém criados “Pontos de Cultura”, em consonância com todos os segmentos municipal de cultura, estruturem-se em suas cidades, para que sejam os gestores deste revolucionário empreendimento, antes que forças ocultas, manipulando verbas altíssimas, passem a comandar o grande circo tecnológico digital que invadirá o país de norte a sul.

Esta grande rede de comunicação se for criada, não poderá ficar sem a orientação dos grandes artistas e seus representantes.

Não adianta brigar, dividir, reclamar, o que é preciso é acertar politicamente e estruturalmente o financiamento público para a exibição e apresentação ao grande público, em todos os canais de comunicação, a verdadeira arte brasileira representada pelo Cinema, Teatro, Literatura, Música, Artes-plásticas, Dança, Televisão, pela Arte Digital, pela Arte popular, pelo Folclore e por todos os saberes histórico-filosóficos do nosso povo.

Um presidente forte de oposição, eleito no primeiro turno, para mudar as regras do jogo, basta criar, com o apoio dos governos estaduais e municipais, por todo o país esses Centros de Estudo e Desenvolvimento da Identidade Brasileira, que teria o estatuto de uma universidade aberta, onde a juventude poderia em conversas, debates, aulas em salas de trabalho, exibições de vídeos, filmes, bate-papos, leitura e publicação de livros pela internet, apresentações de teatro, de música, poesia, artes plásticas, etc., com artistas convidados, renovar a nossa cultura e discutir o nosso país.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Notícia

Para quem ama Paris
Ofélia Torres esta em Paris com a sua arte brasileira de alma mineira.
Artista plástica há várias décadas, quando no Atelier MUNA em sua chácara MUSEU NATUREZA, próximo à cidade de São Paulo, executava obras em recyclarte e pinturas, sempre buscando uma ponte entre o imaginário, a poética, a música e o cotidiano, exorcizando as neuras da paulicéia desvairada. Paralelamente, possui quilômetros de visitas a exposições e museus pelo mundo afora, não dispensando, é claro, bons ensinamentos, leituras e papos sobre pinturas, pintores e visões poéticas. Registra aqui homenagem a dois amigos pintores Anatol Wladislaw e Walter Cavalheiro, ausências assimiladas. O nome artístico Ofélia Torres é homenagem ao seu avô Arnaldo Torres, que escapou de Portugal aos 13 anos como clandestino em um navio para não ser obrigado a fazer a guerra nas Áfricas. Objetor, de consciência avant garde, aqui se casou, teve dez filhos e viveu 84 anos. Com ele, Ofélia aprendeu que o mundo é um navio. E la nave va. Foi em suas estadas mais prolongadas em Paris (1968-1969; 1976-1984) para obtenção dos diplomas d'Etudes Approfondies (DEA) e Doctorat d' Etat ès Sciences Economiques respectivamente, que Oféllia passou a se interessar pelo mundo das artes. E, de fato, foi iniciada no curso livre de História da Arte realizado no Louvre. No período 1968-1969 teve o privilégio de realizar visitas comentadas pelo arquiteto Venek Primus ao Louvre e outros museus e exposições parisienses, estendendo-se, mais tarde, a mais visitas a museus e exposições em Roma, Florença, Veneza, Londres, Amsterdã, Berna, Madrid, Bruxelas e Atenas. Nas ilhas gregas pode contemplar esculturas e monumentos. Mas foi em Paris que começou a pintar os primeiros quadros. De volta ao Brasil, em 1984, após instalar o Atelier/Exposição MUNA, visitou várias vezes Nova York, Québec, México, e fez curta estada em Moscou e São Petersburgo, em 2002. Nos intervalos, em férias ou visitas técnicas, sempre voltava a Paris. Exerceu paralelamente atividades de magistério superior e consultoria em administração. Desligou-se dessas atividades profissionais, transferindo-se para Belo Horizonte em 1986 para dedicar-se exclusivamente às atividades em artes plásticas. Em 1976 ingressa na Maison Escola de Arte, Belo Horizonte, onde segue cursos semestrais sobre técnicas: Pintura e Desenho-Glauco Moraes; Possibilidades: Yara Tupinambá; Janhel e Sandra Bianchi, Pintura Espatulada: Jahnel; Paisagem: Yara Tupinambá; Figura Humana I e Figura Humana II: Sandra Bianchi; Escultura Belkiss Diniz. A partir de 2008 faz parte do Grupo Maison de artistas plásticos expositores, frequentando o atelier de atividades supervisionadas por Glauco Moraes e participando de exposições diversas. Ofélia Torres é membro fundador da Sociedade dos Amigos e Curadores da Fundação Oscar Araripe - Tiradentes - Minas Gerais.

Conheça melhor a arte de Ofélia Torres

A primeira biografia francesa de Godard

Luiz Carlos Merten - O Estado de S. Paulo
Godard, o diretor de 'Acossado'
PARIS - Jean-Luc Godard era a grande presença anunciada da mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes. No final, o próprio Godard cancelou sua ida à Croisette. Justificou a decisão apelando para um problema "grego" - e todo mundo ficou sem entender se era solidariedade pelo povo da Grécia, que vive seu inferno econômico. Godard talvez não tenha ido, simplesmente por estar insatisfeito com seu filme. Está na imprensa francesa: ele remonta atualmente a obra que mostrou em Cannes, Film Socialisme, com Daniel Cohn-Bendit.
Há também esse filme sobre Godard e Truffaut, Les Deux de La Vague (no original), que estreia amanhã no Br as il. E, ainda, a monumental biografia de Godard, por Antoine de Baecque, que saiu agora na França pela editora Gr as set & F as quelle ( 25). São 935 págin as . Na capa, o nome do diretor dividido em du as linh as : God e Ard, de certo reminiscência do God-Art de Andy Warhol.
E não se trata de "uma" biografia. É "La Biographie", a primeira de Godard em língua francesa. Saíram du as em in gl ês - por Richard Brody e Colm McCabe -, ambas desautorizadas pelo biografado. Godard também não gostou da biografia de Antoine de Baecque, m as já anunciou que não vai fazer nada para impedir sua circulação. Numa entrevista concedida à revista Les Inrockuptibles, confessa que "percorreu", não leu, o livro, e se aborreceu por sua companheira, Anne-Marie Miéville. "Existe muita coisa falsa (no livro)", diz Godard. E ele também se aborreceu porque integrantes de sua família colaboraram com Baecque, cedendo documentos. Sentiu-se traído.
Aproveitando a estreia de Le Deux de La Vague - e a entrevista a Les Inrockuptibles -, Godard pode ter começado sob o signo de Truffaut, que lhe forneceu a história de Acossado, m as François nunca o perdoou por haver dito, certa vez, que considerava seus filmes nulos. Truffaut sofria, segundo Godard, porque não podia dizer a mesma coisa, que os filmes de Jean-Luc eram nulos. Ele realmente considerava os filmes de Truffaut nulos? "Não mais do que os de Claude (Chabrol)." E fustiga: "Não eram os filmes com os quais sonhávamos (ao iniciar a vague)."
Baecque conta, na introdução, que a biografia de Godard era a tarefa insana que ele prometia a si mesmo, um dia, encarar. Co-autor, com Serge Toubiana, da biografia do outro da "onda" - François Truffaut -, ele explica seu trabalho "jornalístico". Baecque não se encontrou com Godard para o livro. Pesquisou toneladas de textos, análises e entrevist as , às quais somou hor as de entrevistas com familiares e colaboradores. O cinéfilo deve se lembrar que Truffaut foi salvo do reformatório por seu amor pelo cinema (e a dedicação de André Bazin). O garoto Godard roubava.
Antes, é bom falar da família. O ramo paterno, Godard, era pobre (e suíço). O materno, Monod, pertencia à alta burguesia francesa. O avô foi amigo de Paul Valèry e executor do testamento do poeta . Garoto, sem dinheiro, Jean-Luc se apropriou de itens - livros - do acervo de Valèry, que repassou a colecionadores. Descoberto, virou o pária da família e arrastou consigo o pai. Separado da mãe de Godard, ele foi proibido - com o filho - de ir ao enterro, quando ela morreu em consequência de um acidente (caiu e bateu com a cabeça). Quando começou a escrever em Cahiers du Cinema, Godard também as saltou o caixa da revista.
Guevara. Ele sempre contestou a propriedade, a intelectual, inclusive. Gosta de dizer que não existe direito de autor - um autor tem somente obrigações. Film Socialisme surge para resgatar a Grécia de sua crise. Filosofia, democracia, tragédia, tudo veio de lá. Se fosse para pagar royalties, o país estaria salvo. Muito jovem, Godard viajou pela América Latina, fazendo - mais ou menos - o mesmo percurso de Ernesto Guevara, antes de virar o Che. Com a diferença de que começou pelos EUA (Nova York, em 1949). Esteve no Peru, no Chile. Hospedou-se numa pensão em Copacabana. A confrontação com a miséria latina foi decisiva em sua formação. Não foi um bom estudante. E era suicida. Eric Rohmer conta que ele dava de cabeça contra muros e paredes (literalmente).
As mulheres de Godard. A relação com Anna Karina, celebrada em tantos filmes que fazem parte da história do cinema, teve momentos sinistros. Viveram às turr as , tentaram (ambos) se matar. Ele demitiu Isabelle Adjani e fez de Maruscha Detmers a sua Carmem. Descobriu Myriam Roussel durante a filmagem de Passion, em 1982. Escreveu para ela roteiro inspirado na relação de Freud com Dora, sua primeira paciente. Depois, outro sobre incesto. Finalmente, fez Je Vous Salue, Marie, que produziu escândalo.
A vida íntima, familiar e afetiva é um dos eixos do livro. O outro trata do artista. Um revolucionário do cinema como Godard dificilmente poderia reunir a unanimidade da crítica. Viver a Vida e O Desprezo, talvez os melhores filmes do autor, foram mal recebidos. Baecque enumera f as es (da vida e da carreira) - disseca o Godard militante do grupo Dziga Vertov. Uma vida como a de Godard não poderia ser resumida. E o homem é um mito. Antoine de Baecque conseguiu o mais difícil. Dar conta dessa complexidade - e não é que respeite o mito, m as Godard sai maior de seu livro.