Mentira.
Si lo hacía de engaños,
y nada más. Ya está. De otro modo,
también tú vas a ver
cuánto va a dolerme el haber sido así.
Mentira. Calla.
Ya está bien.
Como otras veces tú me haces esto mismo,
pero yo también he sido así.
A mí, que había tanto atisbado si de veras
llorabas,
ya que otras veces sólo te quedaste
en tus dulces pucheros,
a mí, que ni soñé que los creyeses,
me ganaron tus lágrimas.
Ya está.
Mas ya lo sabes: todo fue mentira.
Y si sigues llorando, bueno, pues!
Otra vez ni he de verte cuando juegues.
y nada más. Ya está. De otro modo,
también tú vas a ver
cuánto va a dolerme el haber sido así.
Mentira. Calla.
Ya está bien.
Como otras veces tú me haces esto mismo,
pero yo también he sido así.
A mí, que había tanto atisbado si de veras
llorabas,
ya que otras veces sólo te quedaste
en tus dulces pucheros,
a mí, que ni soñé que los creyeses,
me ganaron tus lágrimas.
Ya está.
Mas ya lo sabes: todo fue mentira.
Y si sigues llorando, bueno, pues!
Otra vez ni he de verte cuando juegues.
Reflexões do Desespero
Nana Carneiro Da Cunha
Ontem eu tava exausta,
chorei baldes. O negócio foi forte, tipo histérica, louca, desesperada. Andei
pela casa, sentei no chão aos prantos, rezei, acalmei um pouco, desesperei de
novo e entrei no chuveiro, meleca escorrendo pra todo lado e o ápice : aquela
falta de ar de quem se esqueceu como é que se respira. Tipo assim a coisa tava
braba mesmo. Daí parti pro S.O.S. Natureza e fui andar no Jardim Botânico.
Cheguei numa arvrona que tem lá e que eu amo, olhei pra cima vendo aquele
esplendor imenso e chorei mais baldes. Pensei, caramba essa árvore tá aqui há
séculos, impávida, e a realeza dela me acalmou. Sentei numa das raízes e fiquei
respirando de olhos fechados. Deu resultado. Melhorei horrores. Fiquei ali
sentindo o solzinho do fim de tarde e achei que tinha passado o surto de
desespero. Me dei por satisfeita e fui andando pra saída do parque. Passei por
uma alameda que dá vista pro Cristo Redentor. E ao avistar aquela montanhona
linda com a floresta em baixo e o céu azulíssimo atrás me debulhei de novo... botei
os óculos escuros pra não dar muito na vista e segui andando e chorando dessa
vez tranquilamente, não tão soluçante. Já tava numa boa, quase cantando quando
um guarda veio de bicicleta e disse que o parque tava fechando. Eu disse que
sabia e tava indo pra saída mesmo... Foi só abrir a boca pra falar que comecei
a chorar de novo. E assim segui até a saída. Dali achei melhor continuar a
terapia na Natureza e me embrenhei na mata em direção a cachoeira. Foi lindo
porque tive que me concentrar muito no caminho que normalmente é fácil e
conhecido, mas que tava um caos por causa da última chuva. Quase me arrependi
da idéia quando vi aquele cenário pós torrente mas acabei encarando a parada e
virei uma macaca. Não deu tempo mais de chorar. Segui. Suando. A cara vermelha
e quente com o esforço da escalada pelos troncos imensos caídos pelo meio da
trilha rio acima. Finalmente cheguei na gruta. Não tinha ninguém e já tava
quase escurecendo. Entrei. Cantei baixinho, dei mais uma choradinha básica e
finalmente um grito daqueles que se você escutar e não souber o que é vai te
dar medo. Saí da gruta e fiquei quieta no silêncio da mata. Escutando os
bichinhos da noite. Coisa boa de se fazer quando se está meio maluca. O escuro
da noite chegando me fez pensar que tava de bom tamanho e comecei a voltar.
Cheguei no asfalto já quase noite. Cheguei em casa exausta e bem mais relaxada.
Comi um peixinho e dormi profundamente. Hoje acordei ótima e me dei conta de
que além de todas as paradas desse fim de ano revolucionário que já bastariam
pra uma leve enlouquecida na minha cabecita o que rolou ontem foi a TPM!!!
Gente, é realmente incrível o poder dos hormônios na vida de uma pessoa. Mais
incrível ainda o poder da Natureza na regeneração da saúde mental e física. Sem
ela não consigo seguir. Floresta é a minha droga. E viva os hormônios!!!
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