Querido amigo,
Compreendo e concordo plenamente com o seu sentimento e ponto de vista. Vivemos em todo o mundo num momento regressivo, em que os sonhos do passado vão sendo progressivamente aniquilados pela ideologia do mercado, pelo grande capital e pela ilusória avalanche de gadgets, quando não o são pelos mísseis de precisão guiados por satélite.
O nosso cinema atual que, com raras excessões é imitador do modelo da matriz, acentua ainda mais a sua mediocridade, agora sob o falso argumento da melhor qualidade técnica e de uma aparente heterogeneidade de assuntos.
Espero e torço para que você consiga o certificado de produto brasileiro, um título inteiramente desnecessário numa época em que se fala tanto em "liberalização do mercado", "desregulamentação" e outras conversas fiadas ao gosto dos americanos. O que é um produto audiovisual brasileiro? Suponho que seja - segundo as normas da globalização neoliberal - alguma coisa produzida por uma empresa sediada no País. Você se lembra de uma onda, há alguns anos atrás, de vários filmes brasileiros falados num inglês grotesco e macarrônico? Ainda assim, estas obras receberam o seu certificado de produto brasileiro.
Revendo o material do Milagre dos Peixes, acho que encontrei o plano de quebra da câmera. Como você já me disse que gostaria de revê-lo, estou enviando-o num formato muito comprimido que se ajusta às restrições impostas ao tamanho do e-mail.
A resposta às suas questões está no prelo e lhe será remetida logo. Espero que a sua mãe já esteja melhor.
Um grande abraço do
Sérvulo Siqueira
Zé....
estamos todos nós que
fazemos este "negócio" cinema
como força vital de vida e arte
fudidos com a imbecilidade
reinante. só existem formulas
únicas no tratar o cinema...
quem faz fora delas tem sofrer
no fogo do inferno. to de saco cheio
dos janotas burocratas do capital... mas
CONTINUO FAZENDO. NÓS
CONTINUAMOS FAZENDO.
grande abraço.
ricardo miranda
Zé,
você, além de entender, vai sentir: meu enorme abraço amigo.
Dileny Campos
Oi Zé,
Bonito. Forte. E triste. Parece que V., como todo mundo, quem diria, vai ficando velho. Que bobagem. Ninguém "fica" velho. Não nós. A gente viveu a juventude muito fortemente. Não tem jeito: ela está aqui. Mas sei que a gente tem tudo pela frente. Não há porque não fazer novos filmes. O futuro é dos persistentes. Depois que li o que V. escreveu, me deu vontade de ver um filme seu. Acho que está na hora de V. fazê-lo, novamente.
Uma juventude amadurecida? Existe? não sei. Seria perfeito.
Agora a gente tem mais o que dizer?
Eu acho que ainda vou começar. Fico até satisfeito por não ter feito muito antes. Acho que eu era muito sem noção.
Um abraço.
Carlão
Zé,
to de saco cheio
dos janotas burocratas do capital (2)
nos ferraram muito no nosso primeiro longa e deram até risada na nossa cara,
mas a gente seguiu na outra via, mais fodaços que a cris cyborg.
são tantas as outras vias fora destes dois únicos jeitos que os imbecis conhecem
que começo finalmente a pensar nosso segundo longa.
e, loucos demais, faremos do mesmo jeito, errado!!!
ancine? não sei nada sobre isto.
@biAhweRTHer
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