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terça-feira, 24 de março de 2009

Enredo do filme

AMAXON

Laura Marques (Vera Barreto Leite) é uma escritora de sucesso casada com Lourenço Marques (Otávio III), um apresentador de tevê.
Ela sai da grande cidade onde mora e se refugia solitária em sua casa no alto da serra para escrever um novo livro.
De lá ela pode observar a imensidão do mar.
É no mar que ela busca a inspiração para toda a sua obra aclamada pelo público e pela crítica.
Toda história começa quando ela escreve o final do último capítulo de “Os Homens Que Não Tive” e finaliza toda a escrita, feita a mão, com sua caneta tinteiro e depois digitalizado o texto no computador.
Quando ela remete para o seu editor (Paulo Villaça) que é amigo de Lourenço, via internet, os originais encomendados, uma série de acontecimentos sinistros na natureza transforma o seu universo existencial.
O que é ficção torna-se poesia.
Retira-se a prosa do realismo fantástico de um mundo dual e agressivo. Mundo onde o sentir se apresenta como sendo um novo e cruel texto. Onde o ver é ouvir. Onde o processo criativo se apresenta com uma nova roupagem. Mundo experimental e inventivo onde nos assustamos com suas imagens e nos tranquilizamos pelo novo som nunca antes experimentado.
É o despertar desse novo momento da criação que a história de Laura vai contar.
O renascer pela verdade mágica da arte oculta na poesia em prosa cinematográfica.
Entre a prosa e a poesia, tudo é novo, tudo é verdade e tudo é mentira.
Máscaras dos sonhos, às vezes pesadelos, vividos no processo criativo que ela se envolve em suas reflexões... - Ira-me, que eu irei!
A escrita fala, narra (Ava Rocha) e dialoga com Laura.
A memória é viva, sem limite e se expressa por imagens cinematográficas.
Citações perdidas no tempo (Guaracy Rodrigues).
Essa nova roupagem, que busca no entendimento dos fatos por ela vividos a lucidez de seus últimos dias, leva a sua personagem e sua inspiração, acostumada a placidez de uma lagoa espelhada, para o enfrentamento do transmutado e revolto mar.
Formam-se imagens atormentadas, sofridas, criadas no desespero e no conhecimento de uma profunda solidão que consome a sua alma de artista.
É preciso que o mar novamente invada a terra e o céu seja riscado pela luz ofuscante de milhares de raios para que tudo volte a ser como antes.
Luzes terríveis que transformam a paisagem do grande continente em uma ilha são necessárias para que o equilíbrio criativo de Laura possa ser reconquistado e a sua loucura transformada em lucidez
É nesta ilha habitada por Calibã, que Laura, filha de Próspero, nasce uma nova mulher. Uma deusa - Amaxon! Uma guerreira com o poder de todos os homens do mundo.

Este filme é um manifesto poético sobre a arte da criação em um mundo desequilibrado, perdido e massacrado pelo homem predador.
Um filme quase ecológico e reconstrutor dos significados mais profundos do ser e do não ser na alma inquieta do verdadeiro artista.

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