
A LUZ E O CINEMA 
A LUZ E O CINEMA Neste momento de reflexão sobre a vida eu me vi envolvido pela belíssima interpretação, recriação,transformação, transposição do pianista Glenn Gould a composição Siegfried de Richard Wagner, onde o talentoso músico esbanja o seu dominio total de todas as teclas... Criei uma imagem no meu celular e transformei tudo em um celukinopoesis intitulado
Morre filha do compositor Vinicius de Moraes.
NOTÍCIAS DO MUNDO
Assisti hoje um filme no youtube sobre o golpe militar de 1de abril de 1964 no Brasil que coleta documentos de imagens e sons que eu ainda não conhecia. O filme foi produzido pelo Canal Brasil e foi exibido sem muito estardalhaço pela emissora. O filme não traz novidade nenhuma cinematográfica, sua estética perde-se nos clichês de uma edição de imagem cheia de embalos sonoros, de climas convencionais de uma edição moderninha, usando e abusando de uma edição cheia de cortes que muitas vezes prejudica a informação histórica do que se quer fazer entender do conluio entre militares brasileiros e o governo dos Estados Unidos.

Lênin: Um Gigante de seu tempo
IMPERDÍVEL
Nada me fará voltar ao contrario andar de marcha ré dois passos à frente e três atrás
Londres é o meu degredo e o meu segredo e agora o que faremos? Eu vou voltar para casa, retornar ao lar, ao abrigo atlântico, ao verdadeiro, ao Maracanã. Aqui não posso mais ficar, inglês do após guerra, coisa de otários. Sou um homem comum, um Zé ninguém. Cultivo os sentimentos humanos e só lá, na minha terra, posso me fazer entendido. Maria a Globo te espera. A palavra vingança se pronuncia depressa. Como passa o tempo e no ano que vem o dinheiro também. Ácido, droga de
exportação, para nos dar prazer e mil brigas de morte. Neste festão cinéreo, os viajantes, os nossos amigos, burocratas do sistema, estigmatizados pela estupidez, não entram e nem passam pela porta. Mas também renunciar a toda retribuição do amor é um sacrifício que só o ódio está pronto a
oferecer. Todos nós seremos vingados na hora e no tempo certo. Não se deixe incrédula diante da miséria insurgente. Aqui ela existe mascarada de nobreza pelos becos mais sombrios. Lá, com nosso povo sofrido, pelo menos dá samba. A violência ainda não subiu os morros da cidade e ninguém nos conhece, aqui é tal qual a Madri de Franco, o generalíssimo em guardas de quarteirão, todos me chamam pelo nome, e sabem onde me encontrar. Maria é hora de voltar, não resta mais dúvida.
Pego hoje mesmo um avião..., e a prisão ? Você se esqueceu? Todos se esquecem muito fácil de suas histórias, não eu ! Tenho ainda que descascar muitas bananas até recuperar toda a minha dignidade. É preciso retirar as ferraduras que machucam as patas da besta para que ela paste novamente e se torne selvagem, bela e livre e todo o resto volte a normalidade.
Brigadeiros, Almirantes, Generais retirem os cascos para o país voltar a sua normalidade democrática. As intrigas foram longe demais e destruímos a cada hora nossos tesouros ainda escondidos numa juventude valorosa aqui perdida nas mesas do rei Artur. Neste rico país tem um povo pobre mas ainda feliz, não deixem que isto se acabar. Não deixem o samba morrer. O rock só é bom para quem aqui viu que merda que é o rock. Deixem que nós todos possamos voltar à praia que tanto amamos, aos bares e rodas de chopes que nos mata de saudade dos amigos que ficaram.
Que falta sinto de uma empadinha de galinha e de uma pata de caranguejo. Do arroz com feijão e do angu com quiabo e de uma franguinha mineira. Aqui não tem isso não. São as mulheres mais feias do planeta. Uma merda. Que palidez meu poeta esconde na face tua. Zeus me tira daqui!Chega de exploração. Pirataria moderna, testas de ferro desta ilha miserável. Nossos hospedeiros são nossos algozes e estão cansados de tamanha marcha e contra marcha desses latinos bárbaros. Eu to fora desta conjuntura falida de idéias e atos, aqui nada dá e ao contrario de lá onde tudo deu para quem nada fez e vive rico como um rei e ainda assim esmolamos o nosso exílio. Não vou mais ao cemitério visitar o túmulo de Marx, já que não posso mais ficar aqui, vou pra Paris, lá me sinto feliz. Adeus Maria! Zeus! O meu país perdidos em Lancaster rod.W3 fumando Number one. Guloise! Aqui vou eu. Londres março de 1970 
Arthur Pereira Novembro de 1985.
Sou convidado a fazer um documentário sobre este singular artesão. Arthur era um artista que expunha suas figuras, seus bichos, criando e talhando as suas peças em linhas curvas traçadas e esculpidas em um único tronco de madeira. Nesta estrada morro abaixo qual serpente vou indo a direita de Ouro Preto a esquerda da Ponte Nova
a alguns metros de um posto de gasolina fincado no asfalto no Alto da Serra vou indo ao escondido vilarejo de ruas estreitas cobert
as de árvores perfumadas de velhos
casarões coloniais de uma pequena mata ainda virgem A cidade onde ele viveu e trabalhou está ainda perdida nas entranhas das minas das montanhas do ouro. Lavadeira artesã com água clara límpida corrente nos pés de escravos ainda habitantes Vou indo no rio choroso entre fontes e flores ternas por pedras e igrejas incrustadas de ouro Vou indo me molhar todo de prazer na cachoeira pré-histórica do Brumado.
Cachoeira do Brumado, um misterioso vilarejo a alguns quilômetros de Ouro Preto no estado de Minas Gerais. Feito foi exibido o documentário “Artesão da Cachoeira” produzido com algums outros diretores de cinema mineiro (Paulo Augusto Gomes era um deles) para a recém inaugurada Rede Minas de Televisão.
Estas fotos são o que resta de alguns momentos deste trabalho feito em vídeo que não sei se ainda existe, se persiste, ou se só está guardado nos arquivos da minha memória. 
e um filho, Benito Albino, que nasceu, foi reconhecido, e em seguida renegado. É uma página negra da história da Itália, ignorada na biografia oficial do Duce. Quando Ida conhece Mussolini em Milão, ele é um fervoroso socialista que pretende orientar as massas contra a Igreja e a monarquia. Ela acredita nele e em suas ideias, e vende tudo o que tem para financiar Il Popolo d`Italia, um jornal que Mussolini funda para ser o núcleo do futuro Partido Fascista. Quando a Primeira Guerra Mundial irrompe, ele se alista no Exército e desaparece. Ao reencontrá-lo algum tempo mais tarde casado com outra mulher, Ida exige seus direitos como verdadeira esposa e mãe de seu filho primogênito. Levada à força, fica trancada por mais de 11 anos em um asilo de loucos, onde é amarrada e torturada, e nunca mais verá seu filho. Mas Ida não desistirá de lutar. Três filmes de J.Luc Godart, o maior e mais revolucionário cineasta do meu tempo.
Jefferson Airplane filmado por Godart em NY 1968
FILM SOCIALISME JL. GODARD TRAILER
Trailer Godard-Stones 'Sympathy For The Devil'

Muitas naves invadem os buracos negros que se multiplicam no sol.
parte 01
Brilha Uma Nova Estrela Quero exercitar o texto, mas sinceramente não quero falar de política, muito menos a cultural. Não quero falar de religião, seja ela qual for, sendo ocidental ou oriental, é tudo a mesma coisa. Deus morreu nos braço de Nietsche. Não quero falar do cinema, do cinema nacional nem se fala. Não quero falar da cidade onde moro, nem da casa onde eu vivo; nem da minha cachorra cega, nem do gato que agora me faz companhia. Não quero falar dos discos voadores, muito menos das piratarias e das bandalheiras. Não quero falar do meu novo roteiro de cinema, penso que posso morrer a qualquer momento, por isso não quero falar da morte. Não quero falar da minha dívida com o sistema financeiro internacional, muito menos com fisco, nada posso pagar, pois nada tenho e assim espero pacientemente elas envelhecerem... Não quero falar, enquanto tenho saúde, da minha aposentadoria, do meu seguro e dos remédios que terei de comprar. Não quero ficar de bode com o insolúvel produto que esse curto espaço de tempo me reserva. Não quero falar de toda uma vida dedicada ao cinema, à cultura brasileira e dos parcos recursos que deles recebi. Não quero falar dos prêmios e elogios que obtive pelos filmes que faço sem os recursos de produção que eles mereciam. Não quero falar de todas as minhas mulheres, nunca as mereci, nunca pude dar nada de material a elas, pois nunca nada tive para dar. Não quero falar de um mundo que não é meu, ao qual não pertenço e que sempre é o mesmo, repetitivo, obsessivo, ganancioso, cruel, em toda a sua história. Os homens do mundo que eu conheço, em sua grande maioria, permanecem iguais. Não mudam nunca. Não quero falar de tantas coisas que dariam para encher um livro. Mas tem uma coisa que ainda não existe que eu quero falar. Quero falar da esperança que surge quando uma nova vida desponta no nosso horizonte possível trazendo em sua aurora existencial a alegria natural dos que estão chegando. Quero hoje falar da Nina, que já prepara seu espírito, seus ouvidos, seus sentidos, sua memória, seus olhinhos para ver e descobrir o novo mundo que lhe será apresentado. Quero falar da alegria que é ter a primeira neta, ver nascer e crescer mais uma criança, uma nova mulher na minha família. Quero dizer da minha satisfação de poder assistir, ajudar, cuidar, amar, informar, mostrar, experimentar todos os paladares, todos os prazeres, que esse mundo idiota pode ainda oferecer a quem está chegando. Quero viver o suficiente para ouvir a sua voz, as primeiras palavras, as primeiras frases, a construção verbal de um pensamento, a primeira gargalhada, a primeira lágrima, o primeiro sorriso. Quero poder passear de mão dada com ela pelas areias do Arpoador onde me criei e chupar com ela o seu primeiro picolé de chocolate. Dar a primeira mordida divisória. Mergulhar nas ondas e afastar o medo. Mostrar que com seu avô ela pode se sentir protegida. E só depois de sentir que os seus olhinhos brilharão a me ver e que seu amor é tão grande quanto o meu, só assim poderei ir em paz para minha aventura espiritual, sabendo que aqui está tudo bem com aqueles seres que são para nós os melhores, pois nasceram da combinação cármico-cósmica de todas as estrelas do nosso universo particular. Sarava!
