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segunda-feira, 30 de abril de 2012

BUNDAS
texto de Gilberto Freyre

Um gosto que nasce no madrugador século XVI

“Inclinados a tal, sob que influências vindas de longe? A esse respeito é bom recorrer-se à fonte de informação do madrugador século XVI, suprida pela própria Igreja através de pesquisas realizadas então, como se estivessem concorrendo para saberes cientificamente sociais pelo santo Ofício em atividades investigadoras no Brasil. Suponho ter sido, no livro Casa-Grande & Senzala, o primeiro a utilizar os resultados de tais pesquisas, em obra acessível ao grande público. Constam essas informações da Primeira Visitação do Santo Ofício a Partes do Brasil pelo Licenciado Heitor Furtado de Mendonça. Surgem, nessas indagações secretas, homens casados casando outra vez com mulatas (talvez do tipo mulher tornada conhecida como “arde-lhe o rabo”, decerto por haver se extremado em furor anal), adultos europeus ou de procedência européia pecando contra a natureza, em coitos anais ou através de luxúrias de felação, com efebos, quer da terra, quer da Guiné, participantes, alguns deles, com tal volúpia desses amplexos, que de um deles se registra a exclamação “quero mais”.

A participação nesses coitos da gente da terra parece indicar, de ameríndios, presentes em contatos madrugadores com europeus, terem sido, eles próprios, dados à sodomia ou à pederastia, com o abuso de bundas já então praticado, quer por europeus em não-europeus, quer — é possível — em reciprocidades volutuosas eurotropicais: euro-ameríndias e euro-afronegras. Pode-se concluir de mulheres indígenas, desde esses dias, terem revelado preferências, para contatos sexuais com portugueses, por aqueles motivos priápicos já alegados pelo severo Varnhagen: os portugueses, em confronto com machos indígenas, teriam se revelado mais ardorosamente potentes. Sabe-se por alguma observações antropológicas confiáveis, de homens de culturas primitivas precisarem, em vários casos, para efeitos de procriação tribal, de festas excitantemente sexuais, que os levem a atos procriadores, é claro que acompanhados de gozos. Atos e gozos, entretanto, mais provocados que espontâneos, embora as investigações do Santo Ofício documentem ocorrência de receptividade de indígenas a práticas, já por indígenas conhecidas, em que o coito anal teria se verificado.

Das afronegras notáveis por suas bundas e dos ardores patriarcais

(…) Não há evidência alguma de mulheres indígenas terem se feito notar, como aconteceria com mulheres de origem afronegra, introduzidas na colônia, desde o século XVI, por nádegas notavelmente protuberantes ou por bundas salientemente grandes. E, por essas saliências, sexualmente provocantes do seu uso, e até do seu abuso, em coitos de intenções mais voluptuosas. Ao tamanho das nádegas, desenvolveu-se, é de supor, a tendência, quase folclórica, entre brasileiros, de associarem-se os chamados cus de pimenta ou rabos ardorosos, já presentes em referências em registros das investigações do Santo Ofício.

Entretanto, é preciso não resvalar-se na simplificação de atribuir-se a presença, entre mulheres brasileiras, de bundas grandes, com ou sem essas conexões, à presença de afronegras notáveis por tais protuberâncias de nádegas. Mas é preciso atentar-se no fato de mulheres tipicamente ibéricas, inclusive portuguesas, presentes na colonização do Brasil, terem quase rivalizado, por vezes, com afronegras, em tais protuberâncias de nádegas. Num livro notável, (…) The Soul of Sham (Londres, 1908), o mestre em sexologia, Havelock Ellis, lembra dos por Deniken classificados como do tipo antropológico iberóide serem em geral morenos de uma pigmentação de um encanto estético chamado por Gauthier, referindo-se especificamente às telas espanholas de Málaga, de um “dourado pálido” (…)

E as mulheres? De modo geral, superiores aos homens, afirma Ellis.O que viria sendo confirmado pela sua maior autenticidade como expressões de tipos nacionalmente ibéricos. E especificando seus característicos antropologicamente físicos à base dos sociais: quando jovens, tendentes a delgadas, embora com bustos e ancas — bundas, portanto — já desenvolvidos. Protuberâncias acentuadas com a idade madura. A idade, em mulher bonita, a associar-se a gordura. E à gordura, juntar-se, segundo Ellis, “maior amplitude e acentuação de ancas em relação com as demais partes do corpo”.

Para o ideal feminino predominante no Brasil patriarcal, de “gorda e bonita”, é de se supor ter concorrido influência árabe, contra a qual teriam se oposto, no século XIX, influências romanticamente européias. (…) Um ideal, o de sinhazinha adolescente, quase menina e, de tão delgada, quase sem bunda e de seios virginalmente discretíssimos, mãos e pés ostensivamente pequenos. Outro ideal, o de sinhadona de meia -idade, gorda, ostensivamente bem nutrida, dignamente bunduda, apta ao desempenho de mulher, mãe de sucessivos filhos e a cujo físico não faltavam bundas mais dignamente maternas que provocantemente sexuais. Pois para a satisfação de ardores sexuais o macho patriarcal brasileiro tinha, aa seu dispor — por vezes defrontando-se com ciúmes de esposas ciosas de seus direitos conjugais –, escravas, mucamas, morenidades em vários graus de mulheres. Isto, dentro da reciprocidade casa grande-senzala. Miscigenadas, como se a miscigenação se fizesse através de experimentos antropologicamente eugênicos e estéticos. Experimentos que permitissem que fossem com que graduadas saliências de bundas, evitando-se os exageros africanóides.

Da bunda como inspiração estética nas artes plásticas

Ouvi, em Sussex, do escultor Henry Moore, que os olhos do artista, para criarem esculturas, precisavam não só de ver, como, pelo olhar, apalpar o que viam com vontades de esculpir. O que evidentemente reforça a sensualidade das esculturas, quando de mulheres nuas, dando-lhes maior apelo sexual: o de uma intensidade que não chega a ser lúbrica para ser sexy. Impressionista, Moore? Para lá desse ismo. Mais expressionista que impressionista. Mas na verdade, também, além desse outro ismo.Para o arquiteto finlandês Eliel Saarinem, em Search for Form, (N.Y., 1948), nenhum desses ismos pioneiramente destruidores de convenções das chamadas naturalistas deixou de representar impulsos de criatividade diferentes em artistas inovadores. Diferença, inclusive, de perspectivas do nu de mulher, como desafio, quer de forma, quer de cor. O que inevitavelmente veio a tocar em morenidades ecológicas, condicionadas por sóis e calores tropicais. E a produzir pintores especializados em dar destaque a bundas de mulheres morenas. Um deles, de modo notável, Emiliano di Cavalcanti.

Bundas, porque, mais do que faces ou partes superiores de corpos, elas permitem ao pintor dar ênfase estética a curvas femininas. É em nádegas que esses curvas esplendem, irradiando suas maiores provocações, além de estéticas, sensuais. Foi pioneiro em fixá-las o exotista ou tropicalista Gauguin. De onde outros ismos em criações pictóricas em torno de corpos de mulheres, isto é, de formas diferentes das olimpicamente, apolineamente, estaticamente clássicas. Inclusive o muito dionisíaco primitivismo, pretendendo juntar, à apresentação de bundas como partes aliciantemente belas de corpos de mulher, uma perspectiva como que — paradoxo — maliciosamente inocente.

As bundas de mulatas célebres de Di Cavalcanti não estão nesse caso. Nem elas nem as das pinturas criativamente inclassificáveis como istas de Cícero dias, de que emergem mulheres nuas ostentando mais bundas desacompanhadas de pêlos do que sexos com pentelhos ramalhudos. Aliás, a miscigenação brasileira tornou-se tão vasta, que as bundas de mulheres do Brasil constituem, talvez, a mais variada expressão antropológica de uma moderna variedade de formas e nádegas, com as protuberantes é possível que avantajando-se às menos ostensivas.

domingo, 29 de abril de 2012

CHAMADAS

Não assisti mas acho que pode ser interessante...

Um Furacão dançante saiu de Nova York e pousou nos porões da QUINTA
TRASH em 2011. Quem não se apaixonou por ANDRÉ D. SINGLETON, nosso NEGO
LÔRO, nosso dançarino do abismo?

http://vimeo.com/40498226

Emeio recebido do amigo Arthur Viana


sábado, 28 de abril de 2012



NOTÍCIAS AINDA QUE TARDIA

Morreu na sexta feira passada, em Belo Horizonte, o cineasta e professor da UFMG José Américo Ribeiro era mestre em Artes (Ênfase em Produção Cinematográfica) pelo Department of Photography and Cinema the Ohio State niversity/Columbus ( Estados Unidos), doutor em Artes (Ênfase em cinema) pelo Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Dirigiu mais de 20 filmes de média e curta metragens, entre os quais Morte Branca (1968). Recebeu o prêmio Resgate do Cinema Mineiro em 2004, no 6º Festival Internacional de Curta Metragem de Belo Horizonte. Integrou o conselho curador do 43º Festival de Inverno da UFMG, realizado em 2011. É autor do livro O cinema em Belo Horizonte - do cineclubismo à produção cinematográfica na década de 60, publicado pela editora UFMG, fruto de tese de doutorado.

Ele estava no cinema Paladium assistindo um filme quando um infarto fulminante o pegou de surpresa e o levou para a sua grande viagem rumo ao infinito. O cineasta Fabio Carvalho registrou poeticamente o acontecido no seu roteiro: “Nova Aurora”, aqui publicado.

Zé Américo participou como ator do meu filme “Labirinto de Pedra” (aqui também publicado) e sempre foi um apaixonado pela sétima arte, assim como o foi o professor José Tavares de Barros, que já nos deixou faz algum tempo e por incrível que pareça dá o nome da sala de exibição onde ocorreu essa nossa triste perda. É cinematográfica as coincidências da história, nomes e homenagens a parte.

Convivi fraternalmente com esses dois personagens do cinema mineiro e me admira muito o fato de ter escrito os comentários ao texto do Fábio sem ainda saber do acontecido. Falei do personagem descrito, que de pronto me sensibilizou pela emoção ao vê-lo entrando no cinema, sem saber ainda que era o Zé, o amigo que assistia a sua última sessão de cinema... E esta foi a maneira que em Juiz de Fora, tempos atrás, morria, em uma exibição do filme “O Corpo que Cai” do Hitchcock, outro ser encantado pelo cinema, o grande artista plástico Arlindo Daibert. Uma história mágica sobre a qual fiz um curta-metragem chamado “Vertigem”. Outro que morreu assistindo também um filme na madrugada foi o nosso singular ator Guaracy Rodrigues de tantos filmes inigualáveis.

Fico agora sabendo, também pelo Fábio, que o seu roteiro, “Nova Aurora”, sobre o Zé Américo, vai virar também um filme.

Adianto a todos que esse vai ser um belo filme como foi em vida o seu protagonista.

Às vezes fico pensando: Terei a honra de uma morte tão cinematográfica como a que tiveram esses meus velhos camaradas?

Que viva os nossos companheiros nesta nova aurora. Viva o Cinema Brasileiro feito em Minas Gerais! Viva Humberto Mauro! Viva Shubert Magalhães, Maurício e Ricardo Gomes Leite! Viva Tatá, Guará Rodrigues, Ezequiel Neves, Rodrigo Santiago, José Aurélio Vieira, Paulo Augusto, Flavio Marcio, Robson Terra, Osvaldo Medeiros, Arthur Pereira, Milton Campos Neto, Marcão, Roberto Wagner, e tantos outros artistas mineiros que eu conheci e trabalhei nesta minha jornada cinematográfica pelo Brasil que me deixaram saudades ... Sarava!

Veja alguns dos seus filmes no link:
http://www.youtube.com/bhfilmesderua


sexta-feira, 27 de abril de 2012

CINEMA



    Aquarela de Osvaldo Medeiros para o filme Liberdade

A NOVA AURORA

Fábio Carvalho

1- Seqüência – Um grupo está reunido em uma pequena sala de um prédio comercial antigo. Nas paredes vários posters de cinema, e prateleiras repletas de livros. Eles falam sobre cinema e ou sobre um filme especifico ou ainda sobre um diretor. Este grupo é formado por vários homens de gerações distintas e apenas uma mulher mais jovem, de óculos, com um lap-top aberto a sua frente, todos falam menos a jovem que tudo anota e o senhor que em determinado momento olha as horas e discretamente se despede, dizendo que vai ver Aurora do Murnau pela trigésima vez.

2- Seqüência – Ele toma um ônibus, e senta ao lado da janela. Está anoitecendo e as luzes dos faróis em movimento no vidro se tranformam em imagens de filmes.

3- Seqüência – Ele anda pelas ruas do centro da cidade até entrar no cine Paladium.

4- Seqüência – Compra o ingresso, sobe a escada rolante, passeia por uma esposição que ali está, vai até o café, senta-se em uma mesa e toma um café.

5- Seqüência - Torna olhar as horas e se dirige a sala de projeção. Neste trajeto algumas pessoas o cumprimentam.

6- Seqüência - Entra e se senta em uma poltrona no meio de uma fila vazia. O cinema não está cheio, os poucos que entram o cumprimentam. As luzes se apagam e começa a projeção do filme. No transcorrer do filme, sem inclinar a cabeça, seus olhos vão fechando como que tomados por um sono irresistível. Antes dos olhos se fecharem definitivamente se ouve misturada ao som do filme uma voz dizendo: “Creio que o cinema exerce um certo poder hipnótico sobre os espectadores. Basta observar as pessoas que saem de uma sala de cinema, sempre em silêncio, a cabeça baixa e o ar distante. O público de teatro, de tourada e o público esportivo mostram muito mais energia e animação. A hipnose cinematográfica, leve e inconsciente deve-se, sem dúvida à obscuridade da sala, mas também às mudanças de planos, de luzes e aos movimentos da câmera, que enfraquecem a inteligência crítica do espectador e exercem sobre ele uma espécie de fascinação e de violação.”

7- Seqüência – Na tela aparece o fim do filme, as luzes se acendem e as pessoas vão saindo e ele continua na mesma posição. As luzes se apagam.

Comentário

Fábio, Heureka! Nós do cinema de invenção, poetas da imagem e do som, estamos pouco a pouco nos tornando escritores de cinema. Fazemos filmes de palavras soltas, imaginamos imagens como ideogramas fonéticos que se espalham na superfície plana do papel a nossa frente. Confrontamos idéias e emoções na abstração de nossas memórias. Editamos os sonhos com pontos e virgulas e não precisamos fazer mais nada. Dormiremos na eterna sala de espetáculos embalados pela ilusão ótica dos movimentos e quando a luz se apagar e só nos restar o nada, acordaremos novamente.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

DEPOIMENTO

Abrem-se as portas do paraíso.


(Discurso feito por Geraldo Silva para alguns amigos em sua casa. Um militante sexagenário que hoje está desempregado e cultiva um pequeno sítio no Estado de Minas Gerais. Carta recebida de um amigo comum)

Tenho pensado muito no mundo de hoje.

Nos homens e mulheres que herdarão a terra.

Penso nos animais que continuam sendo caçados e maltratados.

Penso também na natureza, violentada e arrasada há séculos por todos nós.

Penso no que nós nos tornamos.

Vejo os homens cada vez mais idiotizados, mais automatizados, mais consumistas das coisas inúteis, mais enfeitados e enganados por miçangas culturais oferecidas, impingidas a sua consciência, fortemente danificada, a partir da explosão da bomba atômica no Japão, pela política midiática do sistema capitalista, que venceu a guerra, mas perdeu o sentimento da justiça e da equidade no julgamento das coisas novas, do moderno e do que ainda não foi visto.

Essa força financeira, estranha, internacional, dogmática, vem nestes setenta anos se aprimorando em desencaminhar o homem do prazer de se ter total liberdade, no seu ser e no seu saber, de escolher o seu destino histórico.

Para não ser condenado pela opinião dos poderosos e por manter a sua opinião, este triste homem pode até perder o emprego, ficar na miséria, ser apagado da história.

Esse pobre animal hoje precisa caminhar por terras secas onde todos querem ter mais quando precisam ter menos, matando todas as possibilidades na natureza deste espírito se rebelar.

Torna-se o homem moderno prisioneiros das cidades desordenadas, da violência do capital, dos bancos argentários, dos juros escorchantes e das garantias financeiras que lhes são oferecidas pela força cruel do mercado de trabalho do qual escravo ele só é a vítima.

A ganância foi instituída como princípio no caráter da sociedade ocidental.

Todos querem o luxo exclusivo, o mais caro do melhor carro, do melhor apartamento, das roupas de grife, das novidades digitais, da melhor droga disponível, de empregados a sua disposição a festas infindáveis com putas universitárias que precisam também do luxo que é vendido pelos programas de entretenimento.

A música alta e execrável conduz a cena do caos em todas as artes.

Ninguém se sustenta com o que é realmente necessário ver.

Na cultura do inútil tudo hoje é orientado para a competitividade entre os segmentos sociais.

É necessário que um queira e tenha mais que o outro para se destacar no emprego, na empresa, na política, nos papos de negócios e futebol e nos encontros casuais das rodas sociais da alta sociedade onde eles podem se cumprimentar e no máximo tocar, estender as mãos, a elite emplumada.

Poucos, por meios inconfessáveis, conseguem atingir o ápice dos grandes salários, o auge do poder, a ascensão máxima na sua escalada social e todos sempre chegam aos seus objetivos, nem que para isso eles precisem cometer o ilícito ou matar o irmão.

O resto, a grande maioria de homens honestos e sonhadores, que ficam batendo cabeça por novas idéias transformadoras, libertárias, anarcosocialistas e mesmo democráticas, são líderes natos que querem contribuir para um mundo mais feliz e melhor, mas estão impedidos de se manifestarem, são censurados na obscuridade do seu trabalho.

Um trabalhador que por um motivo correto de opinião divergente do patrão atrapalha as metas financeiras proposta pela empresa, vê suas oportunidades de realização escoar-se pelo ralo e passam a ser marginalizados pelo sistema gestor e sem a proteção dos sindicatos e associações de defesa estão desempregados.

O funcionário público, que tem estabilidade no emprego em sua grande maioria, passa a sua vida há contar os anos, os meses, as semanas, os dias, as horas e minutos que faltam para sua aposentadoria, pois sabem que a burocracia é autofágica e nada se pode fazer.

Os poderosos burocratas do sistema não fazem nada, estão sempre de saco-cheio, vivem como em um conto do sobrenatural de Almeida.

Os mais sábios descobrem, com profunda tristeza, que nada mais são do que os muitos degraus que proporcionam a ascensão na escalada social dos poucos privilegiados que conseguiram conquistar a confiança deste monstruoso sistema.

Para se ascender ao grupo dos poderosos, nesta escalada funcional, por mais de confiança que se torne o esforçado janota, o seu sucesso vai depender do seu berço (origem), da sua família e das suas propriedades.

É preciso por fim a essa idiossincrasia, rasgar a chita e fazer uma revolução individual transformadora no mundo através da natureza, trazendo o homem que nos habita novamente de volta ao paraíso.

quarta-feira, 25 de abril de 2012


A Cúpula das guayaberas
Há cinco séculos uma Bula Papal, aplicando conceitos da época, atribuiu cerca de 40 milhões de quilômetros quadrados de terra, águas interiores e costas a dois pequenos e belicosos reinos da Península Ibérica.

Ingleses, franceses, holandeses e outros importantes Estados feudais foram excluídos da divisão. Intermináveis guerras não tardaram a desencadear-se, milhões de africanos foram convertidos em escravos ao longo de quatro séculos e as culturas autóctones, algumas delas mais avançadas do que as da própria Europa, foram desfeitas.

Há 64 anos foi criada a repudiável OEA. Não é possível relevar o grotesco papel dessa instituição. Um elevado número de pessoas, que talvez somem centenas de milhares, foram sequestradas, torturadas e desaparecidas como consequência de suas resoluções para justificar o golpe contra as reformas de Jacob Arbenz na Guatemala, organizado pela Agência Central de Inteligência yanque. A América Central e o Caribe, incluída a pequena ilha de Granada, foram vítimas da fúria intervencionista dos Estados Unidos através da OEA.

Mais grave ainda foi seu nefasto papel no âmbito da América do Sul.

O neoliberalismo, como doutrina oficial do imperialismo, cobrou inusitada força na década de 1970 quando o governo de Richard Nixon decidiu frustrar o triunfo eleitoral de Salvador Allende no Chile. Iniciava-se uma etapa verdadeiramente sinistra na história da América Latina. Dois altos chefes das Forças Armadas chilenas, leais à Constituição, foram assassinados, e Augusto Pinochet foi imposto na chefia do Estado, depois de uma repressão sem precedentes na qual numerosas pessoas selecionadas foram torturadas, assassinadas e desaparecidas.

A Constituição do Uruguai, um país que se tinha mantido durante muitos anos no marco da institucionalidade, foi varrida.

Os golpes militares e a repressão se estenderam a quase todos os países vizinhos. A linha de transporte aéreo cubana foi objeto de brutais sabotagens. Um avião foi destruído em pleno voo com todos os seus passageiros. Reagan liberou o autor mais importante do monstruoso crime de uma prisão na Venezuela, e o enviou a El Salvador para organizar o tráfico de drogas por dinheiro para a guerra suja contra a Nicarágua, que custou dezenas de milhares de mortos e mutilados.

Bush pai e Bush filho, protegeram e isentaram de de culpa os implicados nestes crimes. Seria interminável a lista de malfeitorias e atos terroristas cometidos contra as atividades econômicas de Cuba ao longo de meio século.

Hoje, sexta-feira, 13, escutei valentes palavras pronunciadas por vários dos oradores que intervieram na reunião de chanceleres da chamada Cúpula de Cartagena. O tema dos direitos soberanos da Argentina sobre as Malvinas - cuja economia é brutalmente golpeada ao ser privada dos valiosos recursos energéticos e marítimos dessas ilhas - foi abordado com firmeza. O chanceler venezuelano Nicolás Maduro, ao finalizar a reunião de hoje, declarou com profunda ironia que “do Consenso de Washington se passou ao Consenso sem Washington”.

Agora temos a Cúpula das guayaberas. O rio Yayabo e seu nome indígena, totalmente reivindicado, passarão à história.

Fidel Castro Ruz
13n de abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

ATENÇÃO



Notícias curtas

Uma onça parda saiu do pátio do Superior Tribunal de Justiça e evadiu-se pela cidade de Brasília e até hoje não comeu nenhum político.
Cinema é cachoeira – dizia o cineasta Humberto Mauro – nada mais atual.
A burguesia nacional gosta de viajar para Miami e lá gastar as suas economias. Vão ser idiotas assim lá nos esteites...
Como é medíocre a programação das tevês brasileiras... Será que esses empresários não entendem que destruindo, todos os dias, a identidade do povo, eles estão morrendo também? Pois então vão morar na matriz, vão morar em Miami!
 Além da grave crise financeira por que passa a Espanha, a sua elite endinheirada e o seus Reis do baralho, trilham o caminho da alienação e do desprezo pelo mundo. É certo o absurdo que a caça de elefantes em Botsuana é legal: paga-se 20.000 euros por animal abatido, e se gasta pelo menos mais 30.000 pela viagem. Mas sair, nos dias de hoje, para caçar elefante na África é no mínimo um deboche com a onça brasileira.
A decisão de nacionalizar o petróleo tomada pela presidente Cristina Kirchner é um passo transcendental na conquista da segunda independência da Argentina e de toda a América Latina. O hidrocarburante foi controlado pelo Estado desde o primeiro governo de Hipólito Irigoyen até sua privatização pelo ultraneoliberal Carlos Menem (1992). Agora chega!




segunda-feira, 23 de abril de 2012

ATENÇÃO


NO BRASIL



NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES
NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM
Alguns exemplos atuais:
· Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela “Academia Brasileira 
 de Letras"...
Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da “Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...
TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE
ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS
PARA SEU FILHO.
Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um “ACT” ou um professor
 iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja,
de que adianta estudar, fazer pós e mestrado?  Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história:
Os professores ganham pouco, porque “só servem para nos ensinar coisas inúteis” como: ler, escrever, pensar,
formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....
SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
Ø Educação Física: Futebol;
Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother; Evolução do
Pensamento  das "Celebridades"
Ø História da Arte: De  Carla Perez  a  Faustão;
Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
Ø Cálculo: Percentual de  Comissões e Propinas;
Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...
Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.
Está bom assim? ... eu quero mais!...
ESSE É O NOSSO BRASIL ...
Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para  ........ Arriscar a vida;
Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para  ........  Salvar vidas;
Ø Professor - R$ 728,00.....................para  ........  Preparar para a vida;
Ø Médico - R$ 1.260,00......................para  ........  Manter a vida;
E o Deputado Federal?.....R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc.,
para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus “bajuladores”
 apaniguados naquela manobrinha conhecida do “por fora vazenildo”!).
IMPORTANTE:
Faça parte dessa “corrente patriótica” um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos
 representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e,
principalmente, para despertar desse “sono egoísta” as autoridades que governam este nosso maravilhoso país,
 pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas “fofas” poltronas, de seus luxuosos gabinetes
climatizados, nem aí para esse povo brasileiro. Acorda Brasília, acorda Brasil !...

P.S.: Divulgue logo esta carta para todos os seus contatos. Infelizmente é o mínimo que, no momento, podemos                                                                                     fazer, mas já é o bastante para o Brasil conhecer essa "pouca vergonha".   As próximas eleições estão chegando!



Resposta rápida

domingo, 22 de abril de 2012

Senhores exibidores; Ministério da Cultura; Ancine; Universidades; Cinematecas e Cineclubes do Brasil, é preciso exibir os filmes de Paulo Cesar Saraceni.



1.1960 - Arraial do Cabo (curtametragem – documentário)

Documentário sobre a vida dos pescadores e trabalhadores das jazidas de sal de Arraial do Cabo (RJ).

2.1962 - Porto das Caixas (longa-metragem)

Direção - Paulo Cesar SaraceniRoteiro - Lúcio Cardoso e Paulo Cesar Saraceni

Elenco - Irma Alvarez, Reginaldo Farias, Paulo Padilha, Henrique Bello, Margarida Rey, Joseph Guerreiro, Sergio Sanz

Sinopse - Uma mulher muito pobre, maltratada por um marido ignorante e bruto, resolve assassiná-lo, e para conseguir quem faça isso, utiliza seus encantos femininos.

3.1964 - Integração Racial (documentário)

4.1965 - O Desafio

Direção - Paulo Cesar SaraceniRoteiro - Paulo Cesar Saraceni e Oduvaldo Vianna Filho.

Elenco - Oduvaldo Vianna Filho (Marcelo), Isabella (Ada), Joel Barcellos, Sérgio Britto, Hugo Carvana, Couto Filho, Marilu Fiorani, Renata Graça, Zé Keti, Luiz Linhares, Gianina Singulani, Maria Bethânia (A própria), Nara Leão (A própria), João do Vale (Ele mesmo), Elis Regina (A própria).

Sinopse – Por tratar do romance entre um estudante de esquerda, Marcelo (Vianinha) e a mulher de um rico industrial, Ada (Isabella) foi entendido pela censura do regime militar como apologia do amor entre as classes... Na verdade o que diretor quis foi investigar as razões do Golpe Militar de 1964 (especialmente a traição da burguesia industrial, que não se mostrou progressista) e seu impacto psicológico sobre os intelectuais.[

5.1968 - Capitu

Direção - Paulo Cesar Saraceni

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni, Paulo Emílio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles, baseado no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis

Elenco - Isabella, Othon Bastos, Raul Cortez, Rodolfo Arena, Nelson Dantas, Marilia Carneiro, Maria Morais, Wagner Lancetta, Patrícia Templer, Lídia Podorolska.

6.1970 – A casa assassinada

Direção - Paulo Cesar Saraceni

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni, a partir de romance homônimo de Lúcio Cardoso.

Elenco - Norma Bengell (Nina), Carlos Kroeber (Timóteo), Nelson Dantas, Leina Krespi, Tetê Medina, Augusto Rodrigues Lourenço, Nuno Veloso, Rubens Araújo, Joseph Guerreiro.

7.1973 - Amor, Carnaval e Sonhos

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni.

Elenco - Arduíno Colassanti, Leila Diniz, Hugo Carvana, Ana María Miranda, Isabel Ribeiro, Paulo Cesar Saraceni.

Sinopse – Misto de documentário e ficção que se passa no carnaval carioca. O filme marca a última aparição de Leila Diniz no cinema.

8.1977 - Anchieta, José do Brasil

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni e Marcos Konder Reis.

Elenco - Ney Latorraca (Anchieta), Luiz Linhares, Maurício do Valle, Joel Barcellos, Hugo Carvana, Maria Gladys, Vera Barreto Leite, Paulo César Peréio, Ana Maria Magalhães, Roberto Bonfim, Dedé Veloso, Manfredo Colassanti, Carlos Kroeber, Wilson Grey, Antonio Carnera

Sinopse – Olhar pessoal de Saraceni sobre a vida do padre José de Anchieta.

9.1982 - Ao Sul do Meu Corpo

Direção - Paulo Cesar Saraceni.Roteiro - Paulo Cesar Saraceni, a partir do episódio Duas vezes com Helena, do romance Três mulheres com três PPPês, de Paulo Emílio Salles Gomes

Elenco - Nuno Leal Maia (Policarpo), Paulo César Peréio (Alberto), Ana Maria Nascimento e Silva (Helena), Othon Bastos (Padre Paulo), Cissa Guimarães, Jalusa Barcelos, Maria Pompeu.

Sinopse - Um jovem, Policarpo (Nuno Leal Maia) se envolve com Helena (Ana Maria Nascimento e Silva), a mulher de seu professor e orientador, Alberto (Paulo César Peréio), ao visitá-los em Campos do Jordão.

10.1988 - Natal da Portela

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni.

Elenco - Milton Gonçalves (Natal da Portela), Almir Guineto (Paulo da Portela), Grande Otelo (Seu Napoleão), Zezé Motta (Maria Elisa), Paulo César Pereio, Ana Maria Nascimento e Silva, Zózimo Bulbul, Maurício do Valle, Maria Gladys, Jacqueline Laurence, Zezé Macedo, Tony Tornado.

Sinopse – Olhar pessoal de Saraceni sobre a vida de Natalino José do Nascimento, o Natal da Portela.

11.1996 - Bahia de Todos os Sambas

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Documentário sobre um espetáculo musical ocorrido entre 23 e 31 de agosto de 12.1983, no Circo Massimo, nas Termas de Caracalla, em Roma. A Bahia, sede espiritual da nação cultural brasileira, baixou em Roma. Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nana Caymmi, Moraes Moreira, Naná Vasconcellos, Tomzé, Paulinho Boca de Cantor, Walter Queiroz, o trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar e Batatinha, lenda viva do samba baiano, juntamente com cento e cinquenta músicos, ritmistas, dançarinas, capoeiristas, se apresentaram durante nove noites sucessivas para um platéia de aproximadamente cento e cinquenta mil espectadores.

13.1999 - O Viajante

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni, a partir do romance homônimo e inacabado de Lúcio Cardoso.

Elenco - Marília Pêra (Donana), Leandra Leal (Sinhá), Jairo Mattos (Rafael), Paulo Cesar Pereio (Chico Herrera), Irma Álvarez (Rosália), Ricardo Graça Mello (Zeca), Ana Maria Nascimento e Silva (Anita), Nelson Dantas (Mestre Juca), Myriam Pérsia (Isaura), André Valli (Zé Almino), Roberto Bonfim, Priscila Camargo, Leina Krespi, Milton Nascimento, Fausto Wolff, Adele Fátima, José Loyola, Hileana Meneses, Heloisa Helena Silvano Mendes, Maria Pompeu, Esperança Motta, Marcela Moura, Geraldo Magalhães, Celia & Celma.

Sinopse – A sorte leva quatro seres humanos para a última fronteira da paixão. Lá, onde o amor torna-se quase desumano e divino. Como se fosse um cometa, Rafael (Jairo Mattos), o viajante, aparece na festa para o santo padroeiro , em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais. Ele é o único que traz paixão e crime, desaparecendo depois, deixando um sentimento poético no ar, que é sempre mortal para os que ficam. D. Ana de Lara, ou Donana (Marília Pera), uma orgulhosa viúva rica, e Sinhá (Leandra Leal), ainda uma criança, cuja beleza e inocência são como o Tiê-Sangue, um pássaro vermelho, são as vítimas viajantes. Há também Mestre Juca do Vale (Nelson Dantas), um criminoso, cuja paixão o torna incrivelmente humano nesta história de amor, morte, perdão e ressurreição.

14.2003 - Banda de Ipanema - Folia de Albino

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Documentário. Albino Pinheiro e a Banda Ipanema – sua obra-prima – a partir de depoimentos de amigos e imagens do desfile da banda, em 2002.

15.2012 - O Gerente (ainda inédito).

Direção - Paulo Cesar Saraceni.

Roteiro - Paulo Cesar Saraceni, a partir de novela homônima de Carlos Drummond de Andrade.

sábado, 21 de abril de 2012

NOTÍCIA

Aonde o Tempo é Solto


Música: Meu velho meu amigo – Música e letra de Emiliano Sette feita em homenagem ao seu pai – Eu mesmo.

http://www.chal.com.br/index.php/musicas.html

Em Memória e Defesa da LIBERDADE
Dois Mineiros que fizeram história: Tiradentes em 1792 queria a independência do Brasil. Teófilo Ottoni queria a república e fez a única revolução que Minas viveu em 1842.


Romance “Previsões de um cego”, de Pedro Maciel (ed. LeYa), será lançado na Itália.

A tradução é de Andrea Ragusa, ensaísta, professor de língua italiana, pesquisador, crítico literário e tradutor italiano, é mestre e doutorando em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH) no contexto da literatura do século XIX, autor de vários ensaios de literatura comparada sobre os escritores universais e de estudos literários acerca dos escritores italianos e portugueses.

Mais uma ação terrorista contra a Liberdade gerada pelos mesquinhos interesses imperialista do governo dos Estados Unidos da América do Norte.

Nesse momento, os Estados Unidos se preparam para aprovar uma nova lei que daria poderes aos agentes dos EUA a espionarem quase tudo o que fazemos online. Mas podemos impedí-los antes da votação final.

Empresas a quem confiamos nossas informações pessoais, como a Microsoft e Facebook, são os defensores principais desse projeto de lei que permite às corporações compartilharem todas as atividades e conteúdo de usuários com as agências do governo dos EUA -- anulando as garantias de privacidade para quase todas as pessoas ao redor do mundo, não importando onde essas pessoas vivem ou navegam online.

Se nos manifestarmos em número suficiente, poderemos impedir que as corporações que lucram com nossas informações apoiem a ciber-espionagem. Assine a petição para essas corporações da Internet agora:

http://www.avaaz.org/po/stop_cispa_corporate_global/?vl

O Ato de Proteção e Compartilhamento de Ciber Inteligência (CISPA, na sigla em inglês) daria permissão às empresas que fazem negócios nos EUA de coletar registros exatos de todas as nossas atividades online e entregá-los para o governo dos EUA sem nem ao menos nos enviar uma notificação de que estamos sendo observados. Nenhuma garantia, nenhuma causa legal ou processo seria solicitado. Para piorar as coisas, o projeto de lei fornece ao governo e corporações uma imunidade para protegê-los de processos por violação de privacidade e outras ações ilegais.

Os defensores do projeto de lei afirmam que a informação do consumidor será protegida, mas a realidade é que grandes buracos na lei tornariam tudo o que fazemos online passível de observação -- e hoje em dia, nossas informações pessoais estão todas armazenadas na Internet.

O CISPA está sendo levado adiante no Congresso e será colocado em votação em alguns dias. Vamos criar um protesto massivo para impedir que as corporações dêem aos EUA uma carta branca para monitorar nossos passos. Clique abaixo para se mobilizar:

http://www.avaaz.org/po/stop_cispa_corporate_global/?vl

Neste ano, já ajudamos a impedir SOPA, PIPA e ACTA -- terríveis ameaças à Internet. Agora, vamos parar o CISPA e acabar com o ataque do governo dos EUA sobre nossa Internet.

Com esperança e determinação,

Dalia, Allison, Emma, Ricken, Rewan, Andrew, Wen-Hua e toda a equipe da Avaaz.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Frases do Espírito

O QUE ACONTECEU DA “RIO 92”, DOS FORUNS SOCIAIS MUNDIAIS, ATÉ A “RIO+20”?


http://www.youtube.com/watch?v=SDIJWcYlI8g&feature=youtu.be


Nelson Rodrigues

- O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade.

- Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de “ilustre”, de “insigne”, de “formidável”, qualquer borra-botas.

- A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.

- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

- O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.

- Em nosso século, o “grande homem” pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.

- Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.

- O amor não deixa sobreviventes.

- Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.

- Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

POESIA

 A BUNDA
Carlos Drummond de Andrade


A bunda que engraçada

Está sempre sorrindo

Nunca é trágica

Não lhe importa

O que vai pela frente do corpo

A bunda basta-se

Existe algo mais?

Talvez os seios.

Ora, murmura a bunda

Esses garotos, ainda lhes falta muito que estudar

A bunda são duas luas Gêmeas

Em rotundo meneio

Anda por si na cadência mimosa

No milagre, de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte, por conta própria

Na cama agita-se, montanhas avolumam-se, descem

Ondas batendo numa praia infinita

Lá vai sorrindo a bunda.

Vai feliz, na carícia de ser e balançar

Esferas harmoniosas sobre o caos

A bunda é a bunda, redunda.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

As Mil e Uma Noites de Terror

A invasão à Líbia: pobreza, divisão e morte.


A França foi o país encarregado de lançar a primeira bomba sobre a Líbia e abrir o caminho para uma invasão militar encabeçada pela Organização do Tratado para o Atlântico Norte (Otan) que teve o objetivo preciso de derrubar o governo de Muammar Kaddafi.

No dia 19 de março de 2011, logo que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovara o desenvolvimento de uma zona de exclusão aérea sobre o país do norte da África, se desatou uma invasão que durou oito meses e, todavia hoje ainda não se tem um registro real das consequências que produziu na população.

Porém, no final de fevereiro do ano passado, a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, já declarava que seu país não descartava nenhuma possibilidade para intervir na Líbia.

Poucos dias depois, os Estados Unidos impulsionariam a intervenção da Otan, apelando para a “colaboração” de seus aliados -França, Grã-Bretanha, Itália, entre outros-, a diferença das invasões que encabeçou no Afeganistão e Iraque, onde enviou sua força militar de forma unilateral.

Antes que o governo de Kaddafi caísse, em outubro do ano passado, desde essa administração se contabilizavam 5.000 mortos devido aos bombardeios. Por sua parte, em informes preliminares dados pela ONU recentemente, se contabilizou a morte de apenas 60 civis pelas incursões aéreas da aliança atlântica.

Para o embaixador venezuelano na Líbia, Afif Tajeldine, a cifra de mortos poderia ultrapassar os 70 mil, tendo em conta que a Otan efetuou mais de 20 mil incursões aéreas e superou os 8.000 ataques armados.

Entrevistado pela Radio del Sur, o diplomata, que agora reside em Túnez logo que a sede diplomática venezuelana foi atacada pelos grupos pró-coloniais que derrocaram Kaddafi, afirmou que a invasão teve como objetivo a conquista do petróleo por parte dos Estados Unidos.

“Antes da entrada da Otan na Líbia, morreram 118 pessoas. Depois que a OTAN entrou em Trípoli, morreram mais de 70 mil pessoas na capital e seus arredores. Eles morreram vítimas do armamento norte-americano e isso ninguém relata. Se contam nada mais do que 118 que haviam sido mortos no conflito entre o governo de Kaddafi e os grupos militares. Porém, as 70 mil pessoas mortas pela Otan não se encontram nos relatórios de vítimas do conflito”, denunciou Tajeldine.

O diplomata recordou o alto nível de desenvolvimento humano que possuía o país líbio, o segundo em qualidade de vida dentro da África e entre os dez primeiros a nível mundial.

O país norte-africano foi vítima de um “plano macabro contra a tranquilidade e o desenvolvimento do povo líbio, agredidos militarmente pela Europa e os Estados Unidos com base na desinformação e uma guerra midiática, onde mostraram a Kaddafi como um ditador, antissocial e assassino. O satanizaram”, asseverou.

Antes de seu assassinato sem julgamento prévio, Kaddafi havia denunciado que a nação terminaria como o Afeganistão, que dentro das fronteiras operavam células da Al Qaeda e que o objetivo principal era dividir geograficamente o território.

No dia 22 de fevereiro de 2011, o líder líbio expressava em um discurso à nação que “os Estados Unidos querem fazer na Líbia o mesmo que fizeram no Afeganistão e o mesmo que fizeram no Iraque. Querem que a Líbia se converta em um país destruído, que os Estados Unidos venham a nossos territórios e façam o mesmo que fizeram com os afegãos e com os iraquianos”.

Kaddafi agregava que “se os norte-americanos chegarem, voltará o colonialismo, eles são uns terroristas que querem converter a Líbia em um país que dependa deles”.

Na atualidade, a Líbia sofre um profundo conflito interno, onde as quadrilhas armadas do CNT se enfrentam permanentemente pelo poder das regiões; diversas investigações jornalísticas comprovaram a presença de milicianos da Al Qaeda, situação que não teve nenhuma pronunciamento por parte da ONU e menos ainda por parte dos Estados Unidos e da Otan; e o processo de divisão da Líbia começou semanas atrás, quando chefes tribais e políticos declararam a autonomia de Cirenaica, antiga região que formava parte das três federações durante a monarquia, derrubada em 1969 pela Revolução Verde encabeçada por Kaddafi.

“Agora vemos uma Líbia dividida, onde mandam os grupos militares ajudados pelos Estados Unidos, a Otan e os governos do Golfo. Agora, cada qual tem sua parte do botim. Em Trípoli há nada menos que vinte grupos militares e cada qual faz o que quiser, sem lei ou justiça. Vemos a Líbia dividida, porém o plano é fragmentá-la ainda mais”, advertiu Tajeldine.

Sobre a situação interna no território líbio, o diplomata venezuelano assinalou que no país “ninguém pode sair às ruas depois das 7 da noite e quase não há com o que pagar os salários”.

Tajeldine alertou que as reservas internacionais da Líbia, que superam os 200 bilhões de dólares, estão em poder do “imperialismo, que desfruta dessa riqueza”.

Fonte: Agência AVN , da Grã-Bretanha. Tradução: Daniel Oliveira

terça-feira, 17 de abril de 2012

CRÔNICA

Um novo dia
CABO FRIO - HOJE

Acordo às 10 horas da manhã e tomo um copo de água mineral, mineira, gasosa, ao natural.

Aí tomo um banho prolongado, um dia sim e outro não, com a água um grau mais quente que a temperatura do meu corpo.

Só depois de enxugar a pele e os poucos cabelos que me restam, com uma toalha felpuda, passo um creme hidratante nas partes íntimas do corpo.

Em seguida, num gesto rápido, lambuzo o meu sovaco com um antiácido famoso e finalmente visto a minha roupa limpa e cheirosa. Só faço a barba quando me sinto velho e acabado e não gosto de perfumes.

Sentado na poltrona da sala, lavo os meus olhos vermelhos, cansados de ver, com o colírio da tolerância.

Tomo um pouco de café com leite e ascendo o meu primeiro cigarro.

Desço as escadas e vou para minha caverna mergulhar em todos os meus sonhos. Um dia dá certo, em outro não.

Outras vezes desço à cidade para encontrar pessoas e falar da política local. Nada é mais saboroso que as disputas provincianas do poder. Todo dia tem um assunto novo, um deboche, uma ironia, um mal dizer. Ninguém pode resolver nada e todos querem resolver tudo.

Candidatos entram e saem pelas fumaças dos saborosos cafezinhos expressos servidos durante todo o belíssimo cenário da tarde do balneário de onde se descortina, sentado a beira do Canal Itajuru, um magnífico por do sol.

Não tenho costume de almoçar, prefiro a cafeína e as guloseimas da rua que como quando o estômago dói pela quantidade de tabaco ingerido entre as xícaras quentes do precioso líquido que já foi o principal item da exportação brasileira.

Gosto mesmo é de charuto, mas não tenho caixa para sustentar alguns dos meus mais diletos desejos. Só fumo quando ganho de algum comunista amigo que foi a Cuba uma caixa de Monte Cristo n.4.

Gosto também do cigarro feito com fumo negro, natural, do cigarro francês, mas fumo mesmo o tabaco lavado da Virginia – o popular cigarro americano. Que merda!

Existe outro lugar na cidade que gosto de freqüentar quando quero falar sobre cinema, tecnologia digital, roteiros, fotografia, etc. Ali se come bem e bebe-se melhor ainda – as melhores cervejas da cidade e os melhores sanduíches. Mas eu preciso estar ao lado de uma grande companhia para poder degustar essas maravilhas que só um gourmand de posse pode nos oferecer.

Em matéria de guloseimas aqui na cidade existe um bolo de nozes de fazer inveja as mais experientes doceiras portuguesas. Outra especiaria que me encanta é uma espécie de pão denominado “sola” de sabor oriental, indígena, de um gosto jamais por mim experimentado. Este manjar dos deuses é encontrado na feira popular de domingo ou como presente de apresentação, dado por um caiçara amigo.

Um passeio pelas belíssimas praias invadidas pelo mau gosto suburbano de engenheiros e construtores mineiros, especuladores do dinheiro público, me coloco utópico, infantil, revoltado, da mesma maneira que fico ao passar pela lagoa de Araruama, deprimido, instável, com vontade de voltar para as montanhas... Mas é como me disse um amigo: - depois da morte de Tancredo Neves, Minas não há mais... E como dói!

À tardinha volto com a minha mulher para casa. Na varando vejo um pedacinho do mar. Minha morena pega o violão e começa a tocar. O meu estômago rosna de fome. Na cozinha preparo o arroz integral feito na panela de pedra mineira de Ouro Preto. Não uso óleo, só o sal marinho.É fácil! Esquento a panela com o arroz lavado e mexo até secar. Coloco água fervendo e deixo cozinhar até a água secar. Cozinho, ao mesmo tempo, cenoura e .outro legume orgânico e para finalizar asso no forninho um peixe com banana. Depois preparo com esses ingredientes um belíssimo prato colorido. Não arrumo a mesa, pois prefiro comer de pé. Sei que é errado, mas o que eu posso fazer com as minhas preferências?

Ao anoitecer retorno a minha caverna, tomo uma dose de energia cósmica e discuto invariavelmente, todas as noites, com Platão. A cada tecla que eu pressiono no meu computador, surge na minha vista interior o pensamento empírico de que “nada pode ser e não ser simultaneamente” e parto dessa premissa indemonstrável para construir, nos símbolos da escrita, todo um universo particular de criação artística que devo exercitar em tudo que ainda me resta tempo de fazer.

Quando o marcador do tempo finaliza as 24 horas do dia, eu entro nas ondas da internet e navego por mares bravios e por tediosas calmarias.

Nas primeiras horas da madrugada, já cansado, subo para o segundo andar e vou até a cozinha esquentar o meu tradicional café com leite e pão com manteiga. Como e aprecio esta delícia, que aprendi vendo o meu avô, assistindo um final de filme na tevê.

Já me arrastando vou mijar sentado e fumar o último cigarro a meia luz do corredor. Escovo os dentes, apago as luzes, ligo o ventilador do teto e desmaio por cima de uma cama cheirosa feita por minha mulher com vários edredons da índia envolvidos por ervas de cheiro. Uma especiaria da casa grande mineira muito pouco conhecida que me faz sonhar novamente que um novo dia chegará amanhã.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

INFORMAÇÕES

Vídeo Sobre la escoria humana que gobierna el mundo, ahora sale a la luz, después de 15 años prohibido
en los 5 continentes!!!!
http://sorisomail.com/email/12091/clip-censurado-nos-eua--mickael-jackson-.html

Os chineses (coletânea livre de textos de emeio recebidos)
Weber:
"O obsceno brasileiro é bunda, peito e sexo.
Já nos EUA existe a obscenidade de circularem livremente discursos de ódio,violência e guerra".
É a forma deles defenderem as suas riquezas.
Eles viajam na primeira classe na Nave Terra. São 5% da população mundial e consomem 1/3 dos recursos naturais da Nave.
Por isso eles precisam se defender a ferro e fogo porque só com palavras fica meio difícil convencer os viajantes das classes inferiores e do porão que tem gente lá em cima, na primeira classe, consumindo e poluindo àvontade. A China é o grande paradigma. Os americanos que se cuidem.
Que é isso, Weber! China grande paradigma de que?
A China é emblemática porque ela está a produzir, com o domínio da tecnologia, tudo o que os países ricos produzem a um precinho bem convidativo. Parece que a China ainda acredita (rs) que Trabalho & Conhecimento são os ingredientes para o desenvolvimento.
China: 1,3 bilhões de habitantes com acesso à educação formal, desenvolvedores de ciência e alta tecnologia, disciplinados e obstinados por trabalho, o que você acha que vai acontecer?
EUA: 23% da população chinesa, muita gente obesa, muitos jovens perdendo a motivação para o trabalho de pensamento árduo, pois já são ricos, o que você acha que vai acontecer?
Se os chineses "abrirem os olhos" e quiserem ter o alto padrão de consumo dos americanos, o que ocorrerá? O Planeta derrete?
China, economia planificada, com a livre troca de informações tecnológicas entre suas indústrias, será que vai produzir melhor que o sistema de mercado americano onde há concorrência e segredos industriais?
Não sei responder. O tempo dirá se a história de Francis Fukuyama chegou ao fim ou se realmente chegamos no fim da história.
Ítalo escreveu: O uso da tecnologia está avançadíssimo lá, mas falta a ponta, a invenção do absolutamente novo. Akio Morita, fundador da japonesa Sony, era constantemente acusado de copiar e não de inovar. Respondia com absoluta clareza; "todo aprendizado começa pela cópia, depois vem a inovação". Pura verdade! Só que para se copiar alta tecnologia é preciso uma p..., upa, uma big base de conhecimento científico & tecnológico. Te dou o esquema completo, prontinho de um chip. Vc. fará outro igual? E é preciso tomar cuidado com a China, ela como poder econômico global é bastante colonialista e racista. Talvez possa ser uma das razões de a China ser um paradigma. Regimes totalitários em países de classe média não duram e quando a democracia vier na China, os ritmos vão diminuir muito. Falta ponta tecnológica no desenvolvimento chinês. O uso da tecnologia está avançadíssimo lá, mas falta a ponta, a invenção do absolutamente novo.
EUA, Alemanha, França, Inglaterra, nessa ordem, lideram nisso. E é preciso tomar cuidado com a China, ela como poder econômico global é bastante colonialista e racista. Vide que só quer da gente commodities
e esmaga nossa indústria com quinquilharias artificialmente baratas.
Um império é um império é um império, com tudo de bom e ruim que implica a relação de províncias e periferias com esse império. É  melhor que sejam relações pacíficas, de entendimento mútuo, sem ubmissão no cotidiano. Impérios seduzem desrespeitando, desrespeitamseduzindo. Fazem a cultura, desfazem/refazem a história. Entre o mpério e a república, sempre esta. Pois há também o poder do pequeno,
do micro. O princípio de David. É, não só a China é um mistério, como todos os países dos BRICS. É claro que os BIS, que têm liberdade de imprensa, são mais predizíveis, mas Russia e China, continuam sendo ditaduras, ainda muito repressivas. A Russia finge que é democracia, mas é uma ditadura meio-mafiosa, que foi constituida com o roubo perpetrado pelo PC durante os mais de 70 anos de ditadura soviética. Putin é o filhote desta ditadura, que insiste em manter o poder. Na China a coisa é ainda mais complexa, pois não há uma liderança pessoal clara, como na época Maoista, mas sim um partido altamente eficiente em seus objetivos. Concordo com o Italo, que ainda é um governo açambarca e devora, com pitadas racistas, mas a coisa está mudando. O que não muda é a cultura confucionista, que persiste por milênios na China e que tem como virtude a ética a serviço do governo (o que acaba se traduzindo, em melhoria para todos). Esta cultura é que resistiu a Revolução Cultural de Mao e fez com que a China, hoje, apresente este desenvolvimento fantástico. Torço pelos chineses, pois como eles representam 20% da humanidade, estou indiretamente torcendo por todos nós. Sou otimista com a China do futuro, que pode ser um país diferente do que é hoje, com mais direitos humanos, melhor distribuição da riqueza e colaboração com todos. Interessante comparar o que ocorreu com o Brasil, a China e o Japão nos últimos 60 anos. Um exemplo muito didático está em: http://www.authorstream.com/Presentation/merianmi-1061351-hiroshima-e-brasilmrf/ "O que não muda é a cultura confucionista, que persiste por milênios na China e que tem como virtude a ética a serviço do governo (o que acaba se traduzindo, em melhoria para todos)." Pois é ... Egberto, você tocou num ponto importante que vimos falando: a ideologia surge dos sentimentos. Confúcio falou aquilo que diz respeito ao "sentir" das pessoas. Isto baliza a conduta social dos chineses. Izabel, você sabe: são os sentimentos que movem o mundo, para o bem ou para o mal. A China teve Confúcio, a Índia teve Gandhi, o Japão teve Meiji, e nós, brasileiros, tivemos quem? Que pensamento iluminado pairou por essas Terras? Roberto Campos com a sua 'Lanterna de Popa" a serviço dos grandes capitais? Desde 1964, eu não vi presidente que manifestasse um bit de inteligência emocional que estimulasse o desenvolvimento de verdade do povo brasileiro. O mais "iluminado" foi o PhDeus Fernando Hentreguista cuja ideologia esteve a serviço da dependência. Desculpem-me o desabafo, mas, salvo exceções, tivemos muitos governantes de me&d@, e nos últimos anos, eleitos por um sistema eleitoral de bo&t@. Os idealistas morreram ou estão com a voz contida. Conforme me falou um brilhante jurista deste fórum uerjxxi que conviveu com tempos de maiores esperanças: "os políticos de hoje em dia são bem menores!"
Egberto
Desculpa meter o bedelho e dar uma de "xerife" dos temas indigenas. Mas temos sim, culturas milenares, que só nas últimas quatro décadas começaram a ser mais conhecidas. O que acontece é que nós conhecemos muito pouco delas e com elas não nos identificamos. Tem um artigo do Florestan Fernandes publicado na Alemanha, em 1964,sobre a filosofia de educação dos índios Tupinambá. Tem um livro belissimo de uma antropóloga francesa, Helene Clastres, intitulado Terra Sem Mal, onde está condensado o pensamento dos sábios guarani,cuja cosmogonia aparece bem descrita no livro Ayvu Rapyta, que contém as narrativas orais dos Mbya Guarani, é a biblia dos Guarani, assim como o Popol Vuh é a biblia dos Maia.
Egberto: Weber, fiquei vasculhando os nossos Confuncios. Nao tem nada igual, pois nao temos uma cultura milenar como a india, China ou Israel. Mas, tivemos grandes empresarios, com etica semi confuciana. Cito o Barao de Maua e Delmiro Gouveia, este ultimo assassinado, supostamente a mando dos ingleses.
No campo filosofico, padre Antonio Vieira? No governo, Marechal Lott?
Ufa! Dr. Egberto.
Boas lembranças. Mas poucos brasileiros sabem da saga destes homens. Além do mais, os pensamentos e atitudes deles não se propagaram entre nós conforme o pensamento daqueles que citamos.
Mas valeu você lembrar Delmiro, Lott, Mauá, Antonio Vieira ... No campo empresarial, mais recentemente, tivemos o Gurgel, também um desbravador, sacaneado pelo sistema entreguista, que o levou à asfixia, semelhante a outros.
Os herdeiros de Delmiro Gouveia, "... não resistindo às pressões da Machine Cotton, venderam a fábrica (de Delmiro) à empresa inglesa, detentora na América Latina da marca "Linhas Corrente", que mandou destruir as máquinas, demolir os prédios, e lançar os maquinários e escombros no rio São Francisco, livrando-se assim de uma incômoda
Lembrei-me da história da Romiseta (penso que li no livro, que recomendo a todos comprar no sebo, "Do Tear ao Computador - As lutas pela industrialização no Brasil", de Carlos Azevedo e Guerino Zago Jr.).
A Romiseta foi o primeiro carro nacional, fabricado pela indústria brasileira Romi (tornos Imor) sob licença italiana. A Romiseta só tinha um banco. Não tinha banco traseiro.
http://carrosdeontem.blogspot.com.br/2007/04/carros-antigos-histria-da-romi-isetta_05.html
O governo JK abriu uma linha de financiamento subsidiado destinado às multinacionais de automóveis que estavam se instalando no Brasil (50 anos em 5). A nacional Romi também pleiteou o financiamento, deixando os burocratas embaraçados, pois o financiamento fora pensado apenas para as multinacionais. Mas uma solução engenhosa foi encontrada. O governo baixou uma portaria definindo que automóvel é o veículo que tem dois bancos, o dianteiro e o traseiro! ... e, assim, a brasileira Romi foi jogada para escanteio, ficando fora do financiamento oficial, falindo a sua linha automotiva.