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domingo, 30 de maio de 2010

Emeios Pertinentes

Recebi dois emeios que justificam a exibição do filme AMAXON no Museu de Arte Murilo Mendes em Juiz de Fora.
O Primeiro viu o filme o segundo leu o primeiro.
Sr. Sette,
Acabo de chegar em casa vindo da exibição do filme "Amaxon" em Juiz de Fora e este filme ainda não saiu de mim, uma experiência fantástica.
Filmes como este me fazem pensar que um verdadeiro cinema preocupado com a estética e a linguagem cinematográfica pode ser feito, me faz ver que existem outros caminhos, porque é tanta coisa que as vezes nos fazem desanimar.
Seu filme reviveu em mim o sentimento de pensar no cinema como algo sagrado e verdadeiro, imagens vivas, de um diretor vivo e ativo, produzindo... por muito tempo eu achava que o cinema bom já tinha sido feito... que os bons filmes ficaram no passado... o poder daquelas imagens me fez em muitas coisas em relação ao meu sentimento pelo cinema... Mesmo com poucos recursos, o verdadeiro cinema transcende qualquer técnica quando se tem amor e em cada momento daquele filme pude ver o amor que você sente pelo cinema.
Daiverson

Caro José,
Euclides da Cunha diria que esse Daiverson, "saído da multidão anônima, surgido não se sabe donde", é, nada mais, nada menos, que a voz da História.
São assim os troféus da História, modestos, singelos, sem pompas, mas, acima de tudo, verdadeiros.
abs
Mario

Poesia

ESTRELASNada no bar.
medra a luz
infinda.
nos destroços
de papos furados
as rimas
estrofes temperadas
por um zé ninguém
do reich.

Será assim que se escreve?
Dito alto até parece!
Mas será ?

Todos querem saber
não sei responder

Só sei ser
sem ser
eis a questão
racional

Sem saber de você
todos nós somos

Brasil pois é
árvore dura
de roer
podemos e fudemos
na terra fofa

Não há quem não sabe!
Quem sois Enigmas
Projeções esferas
Feras findas
Estrelas

Serão íntimas
mulheres
de um mesmo mundo
de um mesmo sonho
de todos...
os nossos sonhos coletivos

Ônibus de poucos passageiros
seres vivos
de um bar qualquer
sombras mortas
procurando
um outro bar
um outro copo
talvez...

Oh! Ilustres estrangeiros
não me importa
para o mundo inteiro
ser neste quintal
das américas
o ser verdadeiro
ou
o que não se viu
ser ainda
por alguns minutos
menino
no tempo

O senhor da razão
do pião e do iô iô
sol e lua
noite e dia,
sim ou não
em mil algarismo
o único silogismo
o maniqueísmo
chauvinista
desta questão.

É ele que me passou
muitas vezes desapercebido
me fez ver você
encontrar
sem saber
fazer o que
ou ser simplesmente ser
quem sou

Linda mulher
que me ama
me lambuza
na cama.

Fontes dos amores
me encante
com tamanha nobreza
oh! natureza
dos meus sonhos!

Eis o porvir
das ambrósias
dos deuses neuróticos
sucedâneos da humanidade
e do tempo!

Também
será que tem alguém
que pudesse desejar
bem ali distante
uma caverna
adiante?

O que a vida
deseja e tece
umedece
debalde
o amor?

Quem sempre foi
quem sempre existiu
no infinito dele mesmo?

Tornou-se pó
presente e coeso
na simples troca do olhar
onde o todo
o que é mais
se refaz
do mundo maior
do mar indômito
do vômito
do verbo
ver

Nada se compara
a linha
do horizonte
lá longe
nua e crua

Como você
e sinto
não minto
que lá no bar
Absinto

A tocar
esta sonata
desafino
meus instrumentos
meus olhos
mas afino
meu olfato
meu sexto sentido
passando-lhe
a verba
vejo-te
linda
paixão
mistério
do medo
de me ver ridículo
de antemão
no ensejo
de só tê-la então
nas minhas duas mãos
dentro dos meus dez dedos
infinitamente cobiçá-los
nos seus desejos
nos meus desejos
vejo-os.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Notícia

Juiz de Fora homenageia o meu cinema.






Ontem, dia 26, a convite da Universidade Federal (UFJF) e do Professor e artista plástico José Pinho Neves, mantive um diálogo aberto com vários companheiros com os quais convivi por mais de 10 anos, quando morei nesta cidade. Aqui realizei alguns dos meus filmes: A Janela do Caos (Murilo Mendes), O Rei do Samba (Geraldo Pereira), Labirinto de Pedra (Pedro Nava), Vertigem (Arlindo Daibert). Aqui conquistei algumas das minhas mais sólidas amizades, e aqui casei com a minha mulher com a qual já estou a mais de vinte anos. Hoje à noite exibo, em sessão para convidados, o filme AMAXON.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Poesia


Meu Amor

Infelizmente um morcego pequenino
pretinho e aveludado, escondeu-se
por baixo da escrivaninha do escritório.

Tentei expulsá-lo
colocá-lo de volta em seu hábitat
à noite, livre.

Não tenho coragem de matá-lo
É um mamífero!

Você sabe que as minhas convicções
não me permitem esse massacre covarde

Contanto que outro o faça...
Eu não participando...
Tudo mal...

Sou cauteloso
Mas não mate o bichinho!

Que vergonha!
Não tenha medo
mas se puder jogá-lo para fora
sem machucá-lo...

Deixá-lo à noite
livre, vivo, vampirinho.

Peça alguém do prédio
o porteiro
o bombeiro
o síndico
sei lá!

É preciso arrastar o móvel e tirá-lo do escondido
se não passa a ser a escrivaninha o seu refúgio
o seu ninho de passarinho de veludo

Para sempre
seu alaúde.

Deixei a porta aberta
na esperança que esse quiróptero
saia de fininho antes que apareça alguém

O seu marido por exemplo
na noite finda para te agradar
mate-o torturante de mansinho.
o coitadinho!

Meu amor!
Deixe o bichinho voar.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CELUKINO III

A PRAIA DE CABO FRIO ESTA ACABANDO

Loucura Pouca é Bobagem (celukino III)

Tenho feito alguns vídeos com o meu celular, este é o

terceiro que publico. Quero, se o tempo me permitir,

fazer esse exercício de cinematografia artesanal muito

mais vezes.

sábado, 22 de maio de 2010

CELUKINO II

O SOL PULSANTE E O RÁDIO

POESIA


Última Morada

Esse é o lugar
onde o homem
deixa-se vencer.

Onde a luz
substitui o sol

Onde a lua
mostra a face oculta.

Onde o vento faz a curva
e o anjo louco escuta
o cantar do rouxinol.

Este é o lugar!

Do santo guerreiro
onde o barco corta
o rio caudaloso
de águas escuras
soltas no espaço
perdidas no tempo.

Lugar...

D´alma que canta
na voz do silêncio
onde o nada importa
provoca desconsolo
desfaz-se da jura
morre-se de medo

Foi nesse lugar...

Nesse templo do esquecer
onde guardei o segredo
do meu terrível desterro
quando me perdi
com um certo olhar
abrupto, desmedido.

Marquei esse lugar!
Incrível abismo
de um buraco negro

Aqui
toma-se o sagrado absinto
à mesa dos amigos
para ver
ter visões
sofrer
no caminho aflito,
no lugar esquisito, findo,
onde o infinito medra.

Pois é nesse lugar maldito
que inicia-se sem medo
difusa e pulsante
ao mesmo tempo
em todos os lugares
o mito bendito da vida

Agora diferente
da trama
já conhecida

Memória viva
drama
espaço
sem tempo
para acabar.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

NOTÍCIA

LOUCURA POUCA É BOBAGEMJapão lança uma sonda com direção a Vênus
O Japão pretende lançar sua primeira sonda para Vênus a partir de um foguete, que também transportará um veículo espacial experimental acionado pelas radiações solares.O lançador H-2A decolará da base de Tanegashima (sul) nesta terça às 06H44 (segunda-feira, às 19H44 de Brasília), indicou a Agência de Exploração Espacial Japonesa (Jaxa).Este transporte um "cometa espacial", o Ikaros - acrônimo em inglês de "veículo voador interplanetário propulsionado pelas radiações solares" -, que se desloca graças à pressão das partículas solares sobre sua vela.Ikaros, cujo desenvolvimento custou 1,5 bilhao de ienes (13 milhões de euros), será experimentado pela primeira vez no espaço exterior depois de vários testes em órbita ao redor da Terra.A vela deste veículo, cuja textura é mais fina do que o fio de um cabelo, também está coberta de células fotovoltaicas que geram eletricidade.Esta tecnologia permite que viaje no espaço sem combustível, sempre que puder captar os raios solares.O foguete H-2A também lançará a primeira sonda japonesa com direção a Vênus.A Venus Climate Orbiter PLANET-C, batizada Akatsuki ("alba" em japonês), trabalhará com a Venus Express, o satélite enviado no fim de 2005 pela Agência Espacial Europeia e que chegou a seu destino no início de 2006. Por sua parte, o artefato japonês chegará em dezembro ao planeta, onde a temperatura é de 460 graus.Os cientistas esperam que a observação do clima de Vênus, geralmente descrito como 'irmão gêmeo' da Terra por suas dimensões e massa, os ajudará a compreender melhor a formação do meio ambiente de nosso planeta.

Venus Climate Orbiter PLANET-C

Disclosure Project em Barcelona








quarta-feira, 19 de maio de 2010

ENTREVISTA

Marcelo Gleiser é autor dos livros Retalhos Cósmicos, A Dança do Universo e O Fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião. Gleiser tem o dom de tornar palatáveis as mais complicadas teorias da física quântica ou da astrofísica. Ele concedeu entrevista ao repórter Hebert França, da editoria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente da Agência Brasil, em que fala de seus livros, de ciência, de religião e de jornalismo.

C&T - Em seu mais recente livro, O fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião, você mostra de que forma religião e ciência respondem questões que afligem o homem há séculos. Hoje, como a religião interpreta os avanços científicos?

Gleiser - Historicamente a relação entre ciência e religião é conflituosa. Principalmente, porque a ciência sempre aparece como sendo a usurpadora do território da religião. Exemplo famoso foi quando Galileu começou a dizer que a Terra gira em torno do Sol. A igreja não gostou porque as escrituras sagradas diziam justamente o contrário: a Terra está fixa e o sol gira em torno dela. Sempre houve essa dificuldade de comunicação entre ciência e religião. A coisa não muito mudou muito nos últimos tempos, em função do extremismo religioso como o dos evangelistas. Nos EUA, existe um movimento, o criacionismo, que nega qualquer uma das descobertas da Teoria da Evolução de Darwin – da qual nos evoluímos do macaco – e também a teoria do Big bang, da cosmologia moderna sobre a criação do universo há 14 bilhões de anos. Os seguidores dessa seita tentam se infiltrar nas escolas e retirar esses temas do currículo. Segundo esses extremistas a Bíblia deve ser interpretada literalmente.
No livro, O fim da Terra e do Céu, tento mostrar que é possível uma convivência harmoniosa entre o que prega a religião e o que a ciência postula. A ciência deve muito a religião, algumas de suas preocupações são originárias da religião. Eu sempre falo do problema das três origens – universo, vida e mente – e para cada uma delas havia uma explicação na religião e hoje esses são assuntos puramente científicos. No livro, mostro como as idéias de fim do mundo, tão recorrente em todas as religiões, seja de um fim para ter outros começos ou do fim de tudo mesmo, passaram a fazer parte da ciência. O Apocalipse de João, último livro do Novo Testamento, descreve o caos cósmico – estrelas caem do céu, o Sol fica negro – como a ciência fala das conseqüências de uma colisão da Terra com um asteróide ou cometa. Exploro paralelos entre ciência e religião porque sei que esses são temas de interesse geral e nesse processo, tento ensinar o que a ciência está dizendo.

C&T - Por que, mesmo a ciência tendo respostas para muitas das questões, a maioria da população continua recorrendo à religião?

Gleiser - Essa é uma questão mais da psicologia da religião do que qualquer outra coisa. A resposta da religião é passiva, ela vem sob a forma de dogmas. A religião lhe promete muito. Sendo você uma pessoa religiosa, honesta, justa, e assim mesmo sofrendo privações nessa vida, as religiões (em especial as três monoteístas: judaica, cristã e muçulmana) garantem que você será recompensado. Algo como o paraíso para os cristãos. É uma proposta tentadora e sedutora para as pessoas encararem a vida. Todas as grandes questões estão respondidas e se você se comportar moralmente será recompensado, mesmo que sua vida hoje seja difícil. Já a ciência, argumento nesse livro, oferece uma autonomia à pessoa. Mas para isso a pessoa tem que pensar, não é um receptáculo passivo de informação, tem que ir a luta. Tem que ler, interessar-se e também acreditar na nossa capacidade racional de lidar com questões mais profundas. Concordo que é mais fácil acreditar numa realidade sobrenatural do que num esforço racional de se integrar no mundo. Mas você não precisa aceitar todas as verdades por meio de uma revelação divina. Parte do trabalho de divulgação científica é mostrar que a ciência pode preencher espaços na vida emocional das pessoas, isso sem tirar a religião delas.

C&T - Como trazer a ciência para a vida das pessoas?

Gleiser – Por intermédio das escolas. A educação científica deve começar no nível primário com aulas interessantes, motivadoras e mesmo cativantes. Com professores que tenham paixão pela ciência. As pessoas aprendem quando se interessam pelo assunto e para isso acontecer necessitam de motivadores, alguém que passe a informação de forma interessante, quase que apaixonada. A ciência é melhor aprendida quando se encaixa na vida das pessoas. Os professores devem tratar de coisas que estão próximas dos alunos. Exemplos: Por que as coisas caem? O que é o arco-íris? Por que quando as coisas ficam vermelhas quando quentes? Além da educação, também a divulgação cientifica, por meio dos veículos de informação, tem sua função nesse processo de transmissão do conhecimento. Entretanto, o espaço para divulgação científica no Brasil é muito pequeno. Algumas revistas brasileiras o fazem bem, apesar de vez por outra abordarem temas mais esotéricos que científicos. Para o jornalismo científico, a linha entre tornar a informação interessante e fazer sensacionalismo é muito sutil. O maior problema da divulgação científica no país é a televisão, onde praticamente não há jornalismo científico. Os poucos programas nessa linha ou passam em horários alternativos, tipo 7 horas da manhã, ou então em tevê a cabo. Por melhor que seja a vendagem de um livro, jamais conseguirá a mesma repercussão de uma programa de televisão. O tipo de penetração é muito diferente e infelizmente falta muito para a tevê brasileira nessa área. Há modelos para tornar a ciência algo interessante e rentável para a televisão, só que eles não estão sendo explorados?

C&T - A falta de interesse do telespectador por ciência está relacionada com a forma como a ciência nos é apresentada na escola?

Gleiser - Quando as pessoas vêem alguma notícia de ciência se questionam: para que eu preciso aprender essas coisas?. Para que aprender física, química se eu vou ser advogado?. O que não se percebe é que a ciência faz parte da cultura da humanidade. Ela forja toda uma visão de mundo e as pessoas se esqueceram disso. Até 1600, todo mundo achava que a Terra era o centro do universo, quem mudou isso foi a ciência Essa mudança de perspectiva, de posicionamento do homem perante o universo acarretou em várias coisas diferentes: influenciou a pintura, a literatura, o pensar sobre o mundo. O impacto da física Newtoniana perdurou por três séculos na Europa. O absolutismo, o racionalismo, o iluminismo, vieram de Newton. Da sociologia a psicologia, tudo tinha que estar baseado nas teorias de Newton. As pessoas esquecem que essas revoluções do pensamento vieram da ciência. Ela não gera só aqueles caras estranhos de laboratório, que falam de coisas como ir para a lua. A ciência gera visão de mundo. Hoje, qualquer um sabe que a Terra não é o centro do universo – pelo menos é o que eu espero.

C&T - Na sociedade moderna essa situação mudou. O cidadão de nosso tempo tem a real medida da importância da ciência?

Gleiser - A revolução que se deu no século XX, com a relatividade, a física quântica, ainda não foi passada de maneira concreta para a sociedade. Pouquíssimas pessoas sabem que o Sol é uma estrela, entre bilhões de outras estrelas, nessa nossa galáxia, a Via Láctea, que também não é única e que todas essas galáxias estão se afastando uma das outras, o Universo está em expansão. A visão de mundo é ainda uma coisa estilizada. A questão da ciência como geração de cultura, de visão de mundo, de valores não é transmitida com freqüência na educação. O pessoal aprende ciência por decoreba, tipo se misturarmos carbonato de sódio com não sei o que, tem uma precipitação verde. É uma coisa muito separada do resto mundo.

C&T – Como você imagina que isso possa ser alterado?

Gleiser - Na Universidade de Dartmouth College, ministro uma disciplina, Entenda o Universo e a Física através dos tempos, que foi apelidada de Física para poetas, em que não há nenhuma equação. Falo da história da física como sendo um processo de descoberta do homem. Qual o lugar do homem no universo? Como isso foi acontecendo? Falo dos gregos, da Idade Média, da Renascença, sem nenhuma equação e termino no big bang, buraco negro, mecânica quântica, nas últimas idéias. Uso só de analogias, demonstrações em aula, experiências feitas ao vivo, mostro como as coisas funcionam. O curso é direcionado a alunos de qualquer área, que não cientista. Mas o curso está tão interessante que até os cientistas estão fazendo também. É muito raro os cursos oferecerem essa visão global da ciência. Nas escolas, a mecânica, a química orgânica, a química inorgânica, a biologia são vistas separadamente, não adquirimos a noção geral de ciência.

C&T - E dos temas atuais de ciência e tecnologia, como a clonagem, a mídia os tem tratado de forma correta?

Gleiser - Acho que a mídia nacional, como as de outros países, com poucas exceções, ainda tem problemas com aquela linha divisória, a qual já me referi, entre a ciência de forma clara e honesta e o sensacionalismo. Confundem os conceitos para criar a sensação, vender o jornal, aumentar a audiência. Exemplo claro é a confusão que fazem entre clonagem e as pesquisas usando células tronco. São duas coisas completamente diferentes, mas dá forma que são expostas todos acabam acreditando que fazer pesquisas com células tronco é a mesma coisa que clonar um ser humano. Contudo, ao conversar com os pesquisadores envolvidos com células tronco você verá que eles não têm o menor interesse em clonar um ser humano. O objetivo dessas pesquisas é desenvolver tecidos e órgãos a serem utilizados em transplantes ou enxertos que podem salvar a vida de milhões de pessoas. Isso não tem nada a ver com criar monstrinhos de laboratórios, fazer algo semelhante ao livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, em que os humanos são classificados entre alfas, betas e gama de acordo com suas capacidades intelectuais e físicas. Está aí a importância do jornalista cientifico e do divulgador científico, cientista ou não, esclarecer questões como essa. Como hoje o acesso a informação está muito facilitado, revistas jornais, rádio e principalmente internet, também a possibilidade de informações incorretas aumentou. É o que eu chamo de desinformação. O jornalista científico, o professor, o educador e os pais com conhecimento em ciência que vão transmitir essas informações devem fazê-lo de forma consciente, para que esse acesso enorme a informação não seja uma perda de tempo. Essa é a minha cruzada, usando um termo religioso, aumentar a conscientização das pessoas com relação a importância da ciência na vida delas e da ciência no processo democrático do pais.

C&T – Qual o papel do jornalista científico nesse processo de conscientização da população?

Gleiser - Hoje em dia não podemos separar a ciência da vida das pessoas. Até há 150 anos, a ciência tinha um impacto mínimo na vida das pessoas. Hoje, isso não é mais verdade, dependemos de energia, de medicina, de telecomunicações e de onde vem tudo isso. Os cientistas começam, os engenheiros aplicam, mas tudo isso vem da ciência, Quando começa o racionamento de energia refletimos que não podemos continuar dependendo tanto de energias fósseis. Mas para que isso aconteça precisamos ter planejamento, pesquisa básica. Para que o cidadão cobre de seus representantes políticos a elaboração de projetos com fins científicas e tecnológicas é necessário que esteja bem informado e são os divulgadores científicos que ascendem essa lâmpada na cabeça das pessoas, as educa sobre o que está acontecendo em ciência e ajuda nesse processo de democratização. Quem resolverá se podemos fazer pesquisas usando células tronco? A igreja? Esse deve ser um processo democrático, e os representantes políticos que você escolheu é que decidirão sobre essa política que transformará a sociedade. Garanto que daqui a vinte anos o mundo será completamente diferente do que é hoje. Assim como é diferente do que era há vinte anos. Há sete anos não havia internet, era outro mundo. Ponto com, ponto br, não existia. Hoje estamos cercado disso, quem não aprender ciência ficar ápara trás.

C&T - E o jornalista científico precisa necessariamente ser um cientista?

Gleiser - Essa é uma questão complicada. Acho que o jornalista da área tem que se educar cientificamente. Não é necessário ser físico, um biólogo, um químico, mas precisa ler sobre o assunto, tem que ser competente nessa área. Para tocar uma música, não é necessário ser um compositor, mas precisamos saber um pouco de música para tocar um instrumento. Não é necessário ser cientista para falar de ciência, precisa saber sobre. No Brasil, existem vários cursos de jornalismo com especialização em ciência. Regularmente recebo mensagens de alunos falando sobre teses nessa área. O jornalista que quer atuar na área tem que se educar. Assim como o professor de ciências tem que saber, tem que estar interessado, entusiasmado. As editorias de ciência devem ser levadas mais a sério e suas vagas preenchidas por profissionais qualificados e não por sobras de outras editorias.

C&T – Indo para o outro lado, os cientistas estão dispostos a falar ao público, a divulgar suas pesquisas?

Gleiser - Há quinze anos não havia divulgação científica. Lembro do José Reis e do Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, um astrônomo. Era raro o cientista falar para o público, mas isso está mudando. Sou editor científico de um coleção, a ser lançada no próximo ano, em que convidei 18 cientistas brasileiros para fazer a biografia de grandes cientistas: Darwin, Einstein, Newton, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas. Projetada para o público adolescente e jovem adulto, os seis volumes iniciais devem ser lançados na Bienal do Livro de 2002. A receptividade dos cientistas foi incrível, todos gostaram da idéia, o que mostra que os cientistas querem fazer isso.. O professor Ricardo Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco, pessoa importante da pesquisa genética do país, está escrevendo sobre Watson-Crick e o modelo do DNA. O Ronaldo Rogério está escrevendo sobre Kepler e Copérnico. Esse negócio de que a comunidade científica vê com maus olhos as pessoas que fazem divulgação científica, porque comprometerão o significado da ciência é coisa do passado. Os grandes cientistas, com poucas exceções, fizeram divulgação científica. O primeiro deles foi Galileu, ele era o esperto, escrevia em italiano enquanto todos os outros cientistas escreviam em latim, que era a língua da igreja e lida só por aqueles que tinham formação teológica, uma coisa muito elitista. Escrevendo em italiano outras pessoas poderiam ler seus livros, escritos também de forma acessível. Além dele, também Newton, Einstein se preocuparam com divulgação científica Eisntein, não é uma novidade. Os cientistas começaram a perceber que fechados nos laboratórios e nas universidades, se afastarão da sociedade, que é quem paga a ciência. Estão percebendo a importância de contar para as pessoas o que é ciência, inclusive como forma de garantir o orçamento das pesquisas.

C&T - E para o futuro, algum novo livro?

Gleiser - Atualmente, estou me aventurando a fazer coisas diferentes. Comecei a escrever, em parceira com minha esposa, um livro de contos. Apesar de os livros de divulgação científica serem de não ficção, em meu último livro, O fim da Terra e do Céu, coloquei alguns textos ficcionais. No capítulo seis, por exemplo, em que falo sobre buracos negros, descrevo uma viagem ficcional de um explorador do espaço que passa por dentro de um buraco negro. Ninguém nunca passou dentro de um buraco negro e a ciência que estuda essa parte é um pouco incompleta, por isso resolvi mexer um pouco com a ficção, novamente com o objetivo de atrair as pessoas para a ciência. Esse novo projeto aborda a vida de Kepler, personagem que considero chave para a ciência, ele foi a ponte entre o antes e o depois. Ainda não decide se será escrito em primeira pessoa, como se fosse suas memórias, ou haverá um narrador que conta a história como se a estivesse vivendo, no século XVII. Depois pretendo voltar à divulgação científica. Estou com a idéia de escrever um livro chamado O livro da Natureza, que em vez de falar de coisas muito extratosféricas, tipo buraco negro e big bang, fala de coisas aqui do mundo. Como é que chove? Por que o céu é azul? Como é o arco-íris? Como a água ferve? Será dividido nos quatro elementos dos gregos (terra, fogo, água e ar) e em vida. O importante é que vou continuar a fazer divulgação científica.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Poesia

Poesia de EMILIANO SETTE
Locomotiva fumaça
Movida à loucura
Louca comitiva
Emotiva
Pura
A todo vapor
Trilhando desvios
Inventando caminhos
Para não chegar ao fim da linha
Ouço as Bachianas
Trenzinho caipira
O Villa é
Poesia brasileira
De infinita
Grandeza
Ouvindo eu sinto
O vento
Vejo paisagens
Miragens
Esqueço o tempo

domingo, 16 de maio de 2010

Loucura Pouca É Bobagem

Se 90% de nossa civilização fosse dizimada por uma grande catástrofe global, o restante de nós voltaria em poucos anos a viver como os homens primitivos. Abandonariam as cidades, em busca dos campos, e em cerca de 5.000 anos não haveria quase nenhum registro de nossa civilização.

Vulcões
parte 01
parte 02

Nassim Haramein
parte 01
parte 02
parte 03
Parte 04
http://www.youtube.com/watch?v=yVFubUK4S1Y
Terra Oca, Sol Oco, Átomo Oco
http://www.youtube.com/watch?v=bH4RZAhI5S0
A Construção das Pirâmides
http://www.youtube.com/watch?v=TFDRGz1XI8s
O Segundo Sol, 2012, a farsa do aquecimento global

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Entrevista

Energia Nuclear e a Bomba Atômica Brasileira
http://www.dw-world.de/

Entrevista de Carlos Albuquerque com o físico Luiz Pinguelli Rosa

Deutsche Welle: Professor Pinguelli, suas pesquisas levaram no passado à revelação de que os militares estariam construindo um buraco na Serra do Cachimbo com vista a testes nucleares. Os militares tinham tecnologia para construir uma bomba atômica?
Luiz Pinguelli Rosa: O problema da tecnologia para a bomba atômica não é a bomba em si, mas o material para fazê-la, ou seja, urânio muito enriquecido, a cerca de 90%, ou o plutônio, separado, depois do uso do combustível nuclear em reatores. Disso eles não dispunham, então havia um mistério: por que o projeto da bomba, se não era clara a cadeia que ligaria esse projeto ao material para fazê-la? Isso nunca foi esclarecido, o que havia era a preparação de um local para um teste nuclear.Na época, tudo estava no início, ainda não havia quantidade possível de material físsil para se explodir uma bomba. Então, isso nunca se esclareceu, mas nós tínhamos certeza que havia a intenção de desenvolver um teste nuclear lá em Cachimbo, isso foi apurado.
Como o governo brasileiro reagiu às suas pesquisas na época?
Inicialmente muito mal. Negou e disse que essa não era absolutamente a finalidade do local, do poço profundo de 300 metros, um poço estreito de 1,5m de diâmetro e uma profundidade muito grande. O governo disse que era para armazenamento de lixo radioativo, etc. Essa época era do governo do presidente Sarney [1985-1990], logo depois da mudança do governo dos militares para o primeiro governo civil. Já na época do Collor, o presidente seguinte, o governo reconheceu a existência da finalidade militar do poço e mandou fechar. Isso foi feito formalmente, o poço foi destruído e o governo se comprometeu a não usá-lo para nada.
Em artigo publicado na revista Internationale Politik, um especialista alemão em questões de segurança declarou que o Brasil poderia estar construindo uma bomba atômica, fazendo alusão à não-assinatura por parte do Brasil do protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O Brasil dispõe da tecnologia para construir uma bomba atômica? Haveria algum interesse por parte do Brasil em construir uma bomba?
A Alemanha também possui essa tecnologia. A Alemanha também poderia estar fazendo uma bomba nuclear. Ela tem toda condição para isso. E não só a Alemanha, outros países do mundo também poderiam fazer. E não estão fazendo porque há uma decisão política de não fazer.
O Brasil também não o faz. E, mais do que isso, existem compromissos internacionais. O Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), que impõe uma série de regras, que são cumpridas. O Brasil é signatário do Tratado de Tlatelolco, um tratado latino-americano de não-proliferação de armas nucleares. O Brasil tem na sua Constituição a proibição de fazer a bomba e, finalmente, criou uma agência, já faz muito tempo, com a Argentina, a Abacc, uma agência de fiscalização de instalações nucleares do Brasil e da Argentina, com a participação da Agência Internacional de Energia Atômica. Essas intenções indicam que o Brasil não tem o projeto de fazer uma bomba. Não vejo onde estaria esse projeto. Desde o governo Collor e depois, com o governo Fernando Henrique e o governo Lula, não vejo nenhuma decisão política de fazer a bomba, burlando todos esses compromissos. Não vejo também uma razão militar para isso. A questão dos protocolos adicionais não tem nada a ver com a questão da bomba. Eu acho que esse especialista alemão está totalmente mal informado.
A assinatura do protocolo adicional ao TNP permitiria o livre acesso às instalações nucleares brasileiras. Por que o Brasil não o assinou?
Esses protocolos adicionais são pouco efetivos tecnicamente e são muito invasivos, são uma violação de soberania. E o Brasil tem se destacado na política internacional por certa independência nacional: em relação aos EUA: na posição com respeito à invasão do Iraque pelos norte-americanos, a respeito do ataque a Gaza pelos israelenses, na relação com o Irã sobre a tecnologia nuclear. Enfim, mesmo na América Latina, em relação às pressões norte-americanas contra o governo da Venezuela, Bolívia, Equador, o Brasil tem se colocado com uma posição independente na diplomacia. Eu acredito que a questão dos protocolos adicionais tem um fundamento nessa independência diplomática do Brasil de não se ajoelhar perante pressões internacionais dos países mais ricos, que fazem normalmente os países em desenvolvimento seguirem suas decisões de forma unilateral.
Recentemente, o ministro brasileiro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, declarou à revista alemã Spiegel que o fato de o Brasil não ter assinado os protocolos adicionais teria a ver com o sigilo industrial em relação às centrífugas para o enriquecimento de urânio que o país dispõe. O que o senhor acha disso?
Isso pode ser verdade porque a centrífuga brasileira utiliza um material de desenvolvimento tecnológico próprio e já houve interesse internacional, inclusive em um campo comercial, sobre isso. Mas eu não posso concluir exatamente por que o Brasil não está exatamente assinando os protocolos, acho que se trata também de uma questão política.
O protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear privilegiaria países que já dispõem da bomba?
Não só o protocolo adicional, o próprio TNP é um tratado discriminatório dos países que têm a bomba e os que não têm a bomba. Mas não se trata só disso. Trata-se de avançar no Tratado de Não-Proliferação no sentido do desarmamento mundial. Isso não está acontecendo. O TNP é um tratado congelado quanto às obrigações dos países desenvolvidos, dos países possuidores da bomba, que são os EUA, o Reino Unido, a França, a Rússia, a China e hoje também, embora não esteja no tratado, Paquistão, Índia, Israel, e Coreia do Norte. Então, o que o Brasil defende é uma mudança nessa situação para que esses países armados se desarmem. Isso está contido no Parágrafo 6° do TNP na sua versão primeira, original, e nunca foi cumprido, embora alguns avanços existam hoje, como a retomada dos entendimentos entre Rússia e EUA sobre redução de mísseis, mas isso está sendo feito fora do TNP, de forma bilateral.Então o que o Brasil defende é um avanço do TNP em direção ao desarmamento nuclear e não da criação de pequenos itens que só afetam esses países que não têm a bomba.
Como o senhor vê o desenvolvimento do programa nuclear em países emergentes? Há cooperação nesse sentido, entre Brasil e China, por exemplo?
O Brasil tem cooperação com vários países, mas a cooperação na área nuclear do Brasil com a China é muito pequena. A cooperação mais importante que o Brasil tem com a China, em terrenos relativos, está na área espacial, na área de satélites, por exemplo.
E o programa nuclear iraniano? O senhor acredita que exista alguma cooperação entre Brasil e Irã nesse sentido?
Não creio que a cooperação nuclear entre o Brasil e o Irã seja muito importante, nem para o Irã nem para o Brasil. Como eu disse, trata-se mais de uma questão diplomática de apoio ao desenvolvimento do Irã, desde que o Irã tenha compromissos de não aplicar esse desenvolvimento em bombas nucleares. Acho que essa é a posição do Brasil.
A desconfiança dos europeus e do mundo ocidental em geral quanto ao programa nuclear iraniano é plausível?
Acho que os europeus estão totalmente errados. Há um perigo muito maior em relação ao Paquistão, porque o Paquistão está em uma área muito instável, como também seu governo é muito instável. E o Paquistão tem a tecnologia nuclear, tem a bomba nuclear e tem um estoque de bombas nucleares. Eu sou de acordo em fazer pressão sobre o Irã para que não desenvolva bombas nucleares, mas o problema não se resume ao Irã. O Irã é apenas a ponta de um iceberg. Continua havendo uma quantidade grande de bombas nucleares no mundo, e até crescente, se levarmos em conta as bombas do Paquistão, que é um país recentemente armado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dinheiro pouco é bobagem

Salete Lemos deixou a TV Cultura em julho passado e se isolou, segundo a própria, por um curto tempo, chateada com a demissão – o anúncio de sua saída da emissora deu-se durante as férias da jornalista. A apresentadora e âncora conta que sua saída aconteceu ao mesmo tempo em que a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) a procurou para pedir uma retratação a um comentário que ela fez no Jornal da Cultura sobre os bancos

segunda-feira, 10 de maio de 2010

ATLÂNTIDA (IV- Final)

ATLÂNTIDA E OS OCULTISTAS

Athanasius Kircher foi um jesuíta, matemático, físico, alquimista e inventor, famoso por sua versatilidade de conhecimentos e particularmente sua habilidade para o conhecimento das ciências naturais. Viveu parte de sua vida em Roma, onde Fundou o chamado “Museu do Mundo”. Papas, imperadores, príncipes e prelados respeitavam suas investigações e, essencialmente, suas opiniões. Em Trapani e Palermo seu interesse foi despertado pelos restos de elefantes antediluvianos (mamutes). Usando um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste e observou pioneiramente os vermes, construiu um aparelho para projetar imagens, conhecido como lanterna mágica (1646) e relacionou peste bubônica com putrefação. Para se ter uma idéia aproximada da sua atividade literária é necessário observar que durante sua curta estada em Roma nada menos que 44 livros foram escritos por ele. Considerado como o ultimo dos eruditos universais, Kircher, que falava dezesseis idiomas, dedicou-se ao estudo de, entre outros, egiptologia, geologia, medicina, musica e matemática.
EDGAR CAYCE (1877-1945) – O médium americano, conhecido como o “Profeta Adormecido”, Edgar Cayce também mencionou várias vezes a Atlântida. Ele fez predições certeiras sobre a primeira e segunda guerra mundial; a quebra da bolsa de NY e a independência da Índia. Profetizou que aos finais dos anos 60 se encontrariam partes de Atlântida, e predisse também que o continente de Atlântida reapareceria no futuro em uma época acompanhada de terremotos, erupções vulcânicas e outros cataclismos em todo o planeta.O caminho de Bimini foi descoberto em 1968. Cayce morreu em 1945. Mas seu projeto seguiu adiante graças à sua fundação A. R. Edgar Cayce, que tem patrocinado projetos de busca de Atlântida; trabalham sobretudo na ilha de Andros.
Em 1901 ele perdeu a voz, durante um ano não conseguiu curar-se, até tratar-se com um hipnotizador de sua cidade. Para surpresa de muitos, ele mesmo indica a causa de sua enfermidade e indica o remédio adequado. Começa sua fama de curador. Afirmava poder contatar com os registros akásicos da humanidade, que são cúmulos de conhecimentos administrados por seres elevados.
Cayce tinha a suposta capacidade de ver o futuro e de se comunicar com os mortos. Ele identificou centenas de pessoas, incluindo a ele mesmo, como atlantes reencarnados; muitos dos consulentes de Cayce recebiam informações sobre o seu passado atlante nas “leituras” que o médium fazia de seus casos. Ele disse que o limite ocidental da Atlântida seria descoberto perto da costa de Bimini até o final da década de 60. Em 1969 mergulhadores britânicos descobriram duas “estradas” de pedra paralelas na costa de Bimini. Mas os primeiros pesquisadores e arqueólogos que estudaram o local, conhecido como “Estrada de Bimini”, logo o consideraram como uma ocorrência natural. No entanto, investigações recentes descobriram evidências que parecem sustentar a idéia de que as pedras foram moldadas e colocadas lá para formar uma parede. E essa descoberta de uma possível cidade submersa próxima de Cuba só vai aumentar o ímpeto dos que apóiam a teoria da Atlântida.
Em suas visões, o continente era habitado por seres tecnologicamente muito avançados. Ele acreditava que os atlantes possuíam tecnologias remarcáveis, inclusive “cristais de fogo” extremamente poderosos que eles usavam para energia. Um desastre no qual esses cristais ficaram fora de controle foi responsável pelo afundamento da Atlântida, ele disse, o que parece com uma fábula de precaução sobre os perigos da energia nuclear. Tendo permanecido ativos abaixo das ondas oceânicas, os “cristais de fogo” danificados enviam campos de energia que interferem com os navios e aviões que passam – isto é como Cayce considerou as ocorrências do Triângulo das Bermudas. Segundo ele, a Atlântida já possuía muitas das tecnologias que julgamos modernas, haviam dominado a tecnologia da cirurgia com raios laser; tinham naves que navegavam pelo ar e pela água; haviam extraído gases que os ajudavam a erguer as pedras para a construção dos templos; e tinham um potente cristal que concentrava a luz do sol, e proporcionava luz e calor aos atlantes.
Edgar Cayce afirma que dois grupos diversos tiveram grande poder nessa época, um deles chamados de “Os Filhos de Belial”. Estes trabalhavam pelo prazer, tinham grandes posses, mas eram espiritualmente imorais. Um outro grupo chamado de “As Crianças da Lei Um”, era constituído por pessoas que invocavam o amor e praticavam a oração e a meditação juntas, esperando promover o conhecimento divino. Eles se chamavam “As Crianças da Lei Um” porque acreditavam em Uma Religião, Um Estado, Uma Casa e Um Deus, ou melhor, que Tudo é Um. Logo após essa divisão da civilização atlante, foi que ocorreu a primeira destruição da Atlântida, ocasião em que grande número de imensos vulcões entrou em erupção. Então uma parte do povo foi para a África onde o clima era muito favorável e possuíam muitos animais que podiam servir como fonte de alimentação. Ali os descendentes dos atlantes viveram bem e se tornaram caçadores. A outra parte direcionou-se para a América do Sul onde se estabeleceu na região onde hoje é a Bacia Amazônica. Biologicamente os atlantes do grupo que foi para a América do Sul começou a se degenerar por só se alimentarem de carne pensando que com isso iriam obter a força do animal, quando na verdade o que aconteceu foi uma progressiva perda das habilidades psíquicas. Assim viveram os descendentes atlantes até que encontraram um povo chamado Ohlm, remanescentes dos descendentes da Lemúria, que os acolheram e ensinaram-lhes novas técnicas de mineração e agricultura.
Em 1933, Cayce disse que a civilização de Atlântida conhecia raios que seriam “descobertos nos próximos vinte e cinco anos”. O laser foi descoberto em 1958, exatos 25 anos depois.
Segundo Edgard Cayce, o fim da civilização atlante deu-se devido a fatores como descontentamento do povo, escravidão dos trabalhadores e “misturas” (entre homens e animais), sacrifícios humanos, adultério, fornicação generalizada e mau uso das forças da natureza, mas ele afirmou que novas terras surgirão no Atlântico e no Pacífico, frente às costas americanas, vestígios de velhos continentes. Mudarão os pólos magnéticos da Terra, depois do que não haverá mais desastres geológicos. Depois de grandes transtornos no mundo, virá um Messias e novos dirigentes espirituais. “os homens serão avisados por videntes e por sinais no firmamento. Porém poucos acreditarão.
STEINER - Mais detalhes foram acrescentados ao mito por Rudolf Steiner, em “Lemuria and Atlantis”, que tratava dos dois continentes afundados ao mesmo tempo. Ex-integrante da Sociedade Teosófica, o criador da antroposofia, Rudolf Steiner, disse poder relatar o que havia acontecido na Atlântida recorrendo aos arquivos akáshicos (vestígios de todas as ocorrências preservados na luz astral). Segundo ele, os atlantes pensavam por imagens, tinham extraordinária capacidade de memória e usavam energia latente nos vegetais para pilotar aeronaves. Os mais evoluídos foram selecionados e levados para a Ásia Central, onde passaram por treinamento espiritual para entender os poderes divinos; eles foram a ascendência dos primeiros reis-sacerdotes arianos.
O médium Anthony Neate, fundador de um grupo inglês de pesquisa sobre os atlantes, que em transe afirmava manifestar um atlante, em 1957, disse:“Os acontecimentos acontecerão gradualmente. Haverá terremotos onde normalmente não existem e vulcões extintos há séculos ficarão ativos. Predominarão condições meteorológicas anormais, que se agravarão com a progressão do tempo. As estações do ano perderão o significado, pois haverá dias quentes nos meses do inverno e frios nos períodos tradicionalmente cálidos (aparente inversão dos polos). À medida que a data se aproximar, será registrada uma escuridão crescente, pois os raios solares serão bloqueados. Cairá dos céus uma substância vulgarmente conhecida como chuva negra e haverá um grande caos. Quando estes acontecimentos atingirem um clímax, a Terra se inclinará. Muitas terras desaparecerão sob os mares em ebulição e algumas serão erguidas dos leitos submersos. Entre estas últimas, aparecerá o continente de Atlântida”.
SPENCE - Lewis Spence (o fundador da ordem Rosacruz AMORC) fez diversas abordagens em livros como: “The Problem of Atlantis”, “Atlantis in América”, “The History of Atlantis” e “The Problem of Lemuria, the Sunken continent of the Pacific”. Spence afirmou que o homem de Cro-Magnon era sobrevivente do cataclismo atlante, tal como os maias, que viveram num outro continente afundado, Antilia, uma Atlântida ocidental que afundou mais tarde – para preencher a lacuna de muitos milênios entre a ruína do continente-mãe e o estabelecimento da civilização da América Central. Mas os argumentos de Spence, em termos geológicos, antropológicos ou lingüísticos, eram bastante insustentáveis. Outra contribuição para o tema veio através de um livro de 1931 do rosacruz norte-americano Wishar Cervé, Lemúria: O Continente Perdido do Pacífico. Baseado em antigos manuscritos tibetanos e chineses que chegaram às mãos da fraternidade rosacruz em San Francisco, Cervé apresentou os lemurianos como um povo dedicado principalmente ao desenvolvimento espiritual. Uma saliência na testa permitia aos nativos manter comunicações telepáticas, ver objetos e seres da quarta dimensão e conhecer o passado e o futuro. Tal como nos outros relatos, o continente submergiu numa sucessão de erupções vulcânicas, terremotos e maremotos.
PAPUS - “Por volta de 10.000 a.c., um fantástico dilúvio abalou a terra; a Atlântida foi tragada pelas águas e a atual Europa fez a sua aparição. O Egito é uma antiga colônia atlante”. PAPUS – “ABC do Ocultismo” – Papus, Editora Martins Fontes.
BLAVATSKY – O trabalho de Donnelly serviu de referência para um dos mais importantes livros ocultistas do século 19: “A Doutrina Secreta”, da russa Helena Blavatsky, publicado em 1888. Mas a controvertida criadora da Teosofia não admitiu abertamente o uso dessa fonte; segundo ela, as informações sobre a Atlântida apresentadas na obra provinham de sua leitura das “Stanzas de Dzyan” (um misterioso livro levado da ilha por homens santos antes que ela desaparecesse) e de conhecimentos secretos transmitidos por mahatmas tibetanos. A antropogênese teosófica, toda ela fundamentada em antigas escrituras hindus e tibetanas, postula que a espécie humana surgiu, na Terra, em simultâneo ao surgimento do próprio planeta. A espécie, humana, é essencialmente a mesma, porém, as Raças, diferem entre si em sua constituição bioquímica sempre em correspondência com seu desenvolvimento espiritual. Blavatsky atribuía às Stanzas o mapeamento dos sete estágios de vida da humanidade na Terra, cada qual controlado por uma raça-raiz.
A primeira raça-raiz habitara um continente que Blavatsky denominou de “A Imperecível Terra Sagrada”. Os indivíduos da Primeira Raça, se ainda existissem, teriam a idade da Terra e tal como a Terra em seus primórdios, seus corpos seriam massas gasosa de forma circular oscilante.
A segunda raça, um pouco mais densa, ainda assim seria etérea; são chamados de “Raça Hiperbórea” e habitaram a região polar norte.
A terceira, a Lemúria, habitaram um continente vasto que ocupava o atual oceano Pacífico e também áreas do Atlântico; Esse continente submergiu com o fim da civilização da Lemúria, ocasionado por convulsões geológicas como terremotos e erupções vulcânicas. Começou sua jornada ontológica também em corpos de matéria sutil; foram chamados de “os sem-ossos” e eram assexuados; mentalmente pouco desenvolvidos (e por isso também chamado “SEM-MENTE”). Produziram, já nas últimas gerações, seres dotados de esqueleto ósseo, dimensões agigantadas – em relação ao sapiens atual, e foram inicialmente bissexuais passando a ser heterossexuais, divididos em machos e fêmeas, no fim do período. Este foi o primeiro passo para um tipo de reprodução que iria se desenvolver dali por diante: a reprodução sexuada (os modos anteriores foram a EXUDAÇÃO e o BROTAMENTO).
A Quarta Raça é a dos Atlantes.
A Atlântida data de pelo menos 100.000 a.C., então constituindo não uma ilha e sim um imenso continente que se estendia desde a Groelândia até o Norte do Brasil. Para se estudar bem a Atlântida deve-se considerar que esse nome diz respeito a três civilizações distintas, pois em cada uma das destruições os que restaram tiveram que recomeçar tudo do início.
Em 52.000 a.C. os Atlantes começaram a sofrer com ataques de animais ferozes, o que os fizeram aumentar seus conhecimentos em armas, motivando um avanço tecnológico na Atlântida. Novos métodos de agricultura foram criados, a educação expandiu-se, e conseqüentemente bens materiais começaram a assumir um grande valor na vida das pessoas, que começaram a ficar cada vez mais materialistas e conseqüentemente os valores psíquicos e espirituais foram decaindo. Uma das conseqüências foi que a maioria dos atlantes foi perdendo a capacidade de clarividência e suas habilidades intuitivas por falta de treinamento e uso, a ponto de começarem a desacreditar na mencionadas habilidades.
A segunda destruição, motivada pela mudança do eixo da Terra, ocorreu em torno de 28.000 a.C., quando grande parte do continente afundou, restando algumas ilhas, das quais uma que conectava o continente Atlante à América do Norte. Com isso novamente os atlantes fugiram para as Antilhas, Yucatã, e para a América do Sul.
E a terceira destruição foi exatamente esta onde floresceu a civilização citada por Platão e que por fim foi extinta, em uma só noite, afundando-se no mar restando apenas as partes mais elevadas que hoje corresponde aos Açores descrita por Platão.
Diz-se haver sido colonizada pelos lemúrios que haviam fugido do continente onde habitavam, também sujeito a cataclismos imensos, quando então se estabeleceram correntes migratórias fugitivas das destruições que ocorriam na Lemúria, algumas delas dirigiram-se para o Sul da Atlântida. Eles foram os gigantes que viveram há 18 milhões de anos atrás, em um continente chamado Atlântida. São os primeiros que podemos chamar de “homens”.
Sua cultura era muito avançada; em muitos pontos, ultrapassava a nossa com facilidade. Esta tecnologia diferia muito da atual em termos de padrão de freqüência vibracional. Estava diretamente relacionada com as forças da Natureza e continha aspectos energéticos (metafísicos e radiônicos) e até espirituais unidos numa só Ciência (conceito praticamente impossível de ser aceito e assimilado pela “Ciência” atual).
Construíram aeroplanos, mas nada muito desenvolvido, algo que se assemelharia mais ao que é hoje é conhecido como “asa delta”. Isto, de acordo com a Teosofia, tem sido confirmado através de gravuras em certos hieróglifos egípcios e maias. Também fazia uso de tecnologia nuclear. Os Atlantes tinham grande conhecimento da engenharia genética, o que os levou a tentar criar “raças puras”, raças que não possuíssem nenhum defeito. Em busca do aperfeiçoamento racial, como é da natureza humana o querer sempre mais os cientistas atlantes tentaram desenvolver certos sentidos humanos mediante gens de espécies animais detentoras de determinadas capacidades. Tentaram que a raça tivesse a acuidade visual da águia, e assim combinaram gens deste animal com gens humano; aprimorar o olfato através de gens de lobos, e assim por diante. Mas na verdade o que aconteceu foi o pior, aqueles experimentos não deram certo e ao invés de aperfeiçoarem seus sentidos acabaram criando bestas-feras, onde algumas são encontradas na mitologia grega e em outras mitologias e lendas. Ainda no campo da engenharia genética criaram algumas doenças que ainda hoje assolam a humanidade. A moral começou a ruir rapidamente e o materialismo começou a crescer. Começaram a guerrear. Por último os atlantes começaram a fazer experimentos com displicência de forma totalmente irresponsável com cristais e como conseqüência acabaram canalizando uma força cósmica, que denominaram de “Vril”, sob as quais não tiveram condições de controla-la, resultando disso a destruição final da Atlântida, que submergiu em uma noite.
Muitos atlantes partiram para onde hoje é a Grécia e com o uso a tecnologia que detinham se fizeram passar por deuses dando origem assim a mitologia grega, ou seja, constituindo-se nos deuses do Olimpio
Durante o ponto mediano da evolução dos Atlantes, eles se cruzaram com seres simiescos, produzindo os animais que hoje são chamados de primatas. Esta atitude condenou a Raça, pois perante o karma esta bestialidade era um pecado grave. Segundo Helena Petrovna Blavatsky os Atlantes foram punidos com a destruição da Raça e de seu continente. Foram quatro os grandes cataclismos, espaçados entre si por muitas centenas de anos, que destruíram a grande civilização atlante. O último deles, ocorrido aproximadamente 10.000 anos antes da época de Platão, submergiu a última terra remanescente do grande continente. À medida que as catástrofes iam se sucedendo, submergindo áreas inteiras do continente atlante, os povos remanescentes iam migrando em todas as direções. Aqueles que apresentavam um estado de consciência mais elevado e que não se imiscuíram na baixa magia e nos terríveis crimes perpetrados pelos povos revoltados que instalaram a desordem sob a égide dos perversos Rackshasas, seres híbridos provindos da Raça anterior, a Lemuriana, foram conduzidos por um enviado dos Céus, um Manú, chamado Vaisvásvata, para o Planalto do Pamir, no Norte da antiga Aryavartha, atual Índia. Os demais povos atlantes foram se dispersando nas terras que restaram da submersão. Isso aconteceu, segundo a cronologia esotérica, cerca de 850 mil a 1 milhão de anos atrás. Os sobreviventes deste cataclisma fundaram a quinta e atual Raça-raiz, a Ariana.
A corrente que deu origem a civilização egípcia inicialmente teve muito cuidado com a transmissão dos ensinamentos científicos a fim de evitar que a ciência fora de controle pudesse vir a reeditar a catástrofe anterior. Para o exercício desse controle eles criaram as “Escolas de Mistérios”, onde os ensinamentos eram velados, somente sendo transmitidos às pessoas que primeiramente passassem por rigorosos testes de fidelidade.
A Quinta Raça é a atual, cujo surgimento datam em cerca de um milhão de anos. A Sexta e a Sétima Raças são seres humanos que ainda estão por vir e que tendem a ser mais evoluídos que seus predecessores em todos os aspectos da existência de um indivíduo realmente inteligente.
“Por certo, estas afirmações da Sabedoria Oculta podem parecer delirantes, e mais ainda se dissermos que existiam homens ou proto-homens há 18, há 45, há 150 milhões de anos (desde há 18 milhões, a humanidade física; antes, a Humanidade astral). Entretanto, a Ciência Esotérica pode argumentar ponto por ponto para defender as suas teses”, escreveu Blavatsky. “Há algumas décadas, éramos ensinados nas escolas que o Homem tinha 600.000 anos. Hoje em dia, parece que vamos em 4, 5 milhões de anos, sete ou oito vezes mais… Veja-se a que ritmo se multiplicou a suposta idade do homem! São as luzes e sombras do método indutivo”, retrucam seus seguidores.
Um discípulo de Blavatsky, William Scott-Elliot, aprofundou as idéias da mestra em seu livro A Lemúria Perdida, de 1904. Na obra, ele descreve a Lemúria como um continente que “quase rodeava o globo”, habitado por humanóides de inteligência escassa e altura que variava entre 3,5 e 4,5 metros. Dotados de três olhos (um deles na parte posterior da cabeça), que lhes permitiam uma visão de 360 graus, eles caminhavam também para trás. Segundo Scott-Elliot, os lemurianos eram inicialmente hermafroditas e desenvolveram posteriormente a reprodução sexual. Mas esse processo não foi tranqüilo: no início, eles tiveram relações sexuais com animais, de onde resultaram os grandes símios de hoje. Os deuses criadores dos lemurianos ficaram tão horrorizados com esses cruzamentos que deixaram seus postos. No entanto, os humanóides não ficaram desprotegidos: magos vindos de Vênus encarregaram-se de orientar a evolução lemuriana. Tudo isso, porém, foi interrompido por erupções vulcânicas e sismos, que submergiram o continente.

domingo, 9 de maio de 2010

NOTÍCIA

Loucura Pouca é Bobagem
(da internet)

O Brasil assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, mas especialistas suspeitam que o país possa estar trabalhando em uma bomba nuclear. É permitido ao país enriquecer urânio legalmente para seus submarinos nucleares, mas ninguém sabe o que acontece ao combustível assim que chega às bases militares restritas. Em outubro de 2009, o renomado periódico americano “Foreign Policy” publicou um artigo intitulado “As Futuras Potências Nucleares Com as Quais Você Devia se Preocupar”. Segundo o autor, Cazaquistão, Bangladesh, Mianmar, Emirados Árabes Unidos e Venezuela são os próximos candidatos –após o Irã– para ingresso no clube das potências nucleares. Apesar de seus argumentos interessantes, o autor não mencionou a potência nuclear potencial mais importante: o Brasil. Atualmente, o Brasil é visto com alta estima pelo restante do mundo. Seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou um astro no palco internacional. “Esse é o cara”, disse certa vez o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um elogio ao seu par brasileiro. Lula, como se sabe, pode até mesmo receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, com todas as honras e apoio ao seu programa nuclear, pelo qual o Irã atualmente enfrenta o ostracismo por parte do restante do mundo. A autoconfiança de Lula é um indicativo da reivindicação por parte do Brasil do status de grande potência. A reivindicação militar está refletida na Estratégia Nacional de Defesa, que foi apresentada no final de 2008. Além do domínio do ciclo completo do combustível nuclear, o documento pede pela construção de submarinos nucleares. Pode soar inofensivo, mas não é, porque o termo “submarino nuclear” poderia ser uma fachada para um programa de armas nucleares. O Brasil já teve três programas nucleares secretos entre 1975 e 1990, com cada uma das Forças Armadas buscando sua própria rota. A abordagem da Marinha provou ser a mais bem-sucedida: usando centrífugas importadas de alto desempenho para produzir urânio altamente enriquecido a partir de hexafluoreto de urânio, para poder operar pequenos reatores para submarinos. No momento apropriado, a capacidade nuclear recém-adquirida do país seria revelada ao mundo com uma “explosão nuclear pacífica”, baseado no exemplo estabelecido pela Índia. O poço de 300 metros para o teste já tinha sido perfurado. Segundo declarações do ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 1990 os militares brasileiros estavam prestes a construir uma bomba. Mas isso nunca aconteceu. Durante o curso da democratização do Brasil, os programas nucleares secretos foram abandonados. Segundo a Constituição de 1988 do país, as atividades nucleares ficaram restritas a “usos pacíficos”. O Brasil ratificou em 1994 o Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe e, em 1998, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e o Tratado Abrangente de Proibição de Testes Nucleares. O flerte do Brasil com a bomba aparentemente terminou. Sob Lula, entretanto, este flerte foi reiniciado e os brasileiros estão ficando cada vez menos hesitantes em brincar com sua própria opção nuclear. Poucos meses após a posse de Lula em 2003, o país retomou oficialmente o desenvolvimento de um submarino nuclear. Mesmo durante sua campanha eleitoral, Lula criticou o Tratado de Não-Proliferação, o chamando de injusto e obsoleto. Apesar do Brasil não ter abandonado o tratado, ele endureceu as condições de trabalho para os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A situação se tornou tensa em abril de 2004, quando foi negado à AIEA acesso ilimitado a uma instalação de enriquecimento recém-construída em Resende, perto do Rio de Janeiro. O governo brasileiro também deixou claro que não pretendia assinar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação, que exigiria a abertura de instalações antes não declaradas para inspeção. Em meados de janeiro de 2009, durante uma reunião do Grupo dos Fornecedores Nucleares, um grupo de seis países fornecedores que trabalha visando a não-proliferação por meio do controle das exportações de materiais nucleares, os motivos por trás dessa política restritiva ficaram claros para os presentes, quando o representante do Brasil fez o máximo possível para combater as exigências que tornariam transparente o programa de submarinos nucleares.Por que todo esse sigilo? O que há para esconder no desenvolvimento de pequenos reatores para mover submarinos, sistemas que vários países possuem há décadas? A resposta é tão simples quanto perturbadora. O Brasil provavelmente também está desenvolvendo algo mais nas instalações declaradas como voltadas à produção de submarinos nucleares: armas nucleares. O vice-presidente José Alencar ofereceu um motivo quando defendeu abertamente a aquisição de armas nucleares pelo Brasil, em setembro de 2009. Para um país com uma fronteira de 15 mil quilômetros e ricas reservas de petróleo em alto-mar, disse Alencar, essas armas não seriam apenas uma ferramenta importante de “dissuasão”, mas também dariam ao Brasil os meios de aumentar sua importância no cenário internacional. Quando foi apontado que o Brasil tinha assinado o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, Alencar reagiu calmamente, dizendo que era um assunto aberto a negociação. Como exatamente o Brasil poderia produzir armas nucleares? A resposta, infelizmente, é que seria relativamente fácil. Uma pré-condição para a fabricação legal de pequenos reatores para os motores de submarino é que o material nuclear regulado pela AIEA seja aprovado. Mas como o Brasil designa suas instalações de produção de submarinos nucleares como sendo áreas militares restritas, os inspetores da AIEA não mais têm acesso. Em outras palavras, assim que o urânio enriquecido fornecido legalmente passa pelo portão da instalação onde os submarinos nucleares estão sendo construído, ele pode ser utilizado para qualquer propósito, incluindo a produção de armas nucleares. E como quase todos os submarinos nucleares funcionam com urânio altamente enriquecido, que por acaso é o urânio do mesmo grau utilizado para armas, o Brasil pode facilmente justificar a produção de combustível nuclear altamente enriquecido. Mesmo sem nenhuma prova definitiva das atividades nucleares do Brasil (ainda), eventos do passado sugerem que é altamente provável que o Brasil esteja desenvolvendo armas nucleares. Nem a proibição constitucional e nem o Tratado de Não-Proliferação impedirão isso de acontecer. Tudo o que bastaria para obtenção de uma resolução parlamentar para eliminar esses obstáculos seria Lula dizer que os Estados Unidos não têm o direito de ter o monopólio das armas nucleares nas Américas. Se isso acontecesse, a América Latina não mais seria uma zona livre de armas nucleares

sábado, 8 de maio de 2010

Poesia


Testamento do Poeta

José Régio

Todo esse vosso esforço é vão, amigos:
Não sou dos que se aceita... a não ser mortos.
Demais, já desisti de quaisquer portos;
Não peço a vossa esmola de mendigos.

O mesmo vos direi, sonhos antigos
De amor! olhos nos meus outrora absortos!
Corpos já hoje inchados, velhos, tortos,

Que fostes o melhor dos meus pascigos!
E o mesmo digo a tudo e a todos, - hoje
Que tudo e todos vejo reduzidos,

E ao meu próprio Deus nego, e o ar me foge.
Para reaver, porém, todo o Universo,
E amar! e crer! e achar meus mil sentidos!....
Basta-me o gesto de contar um verso.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

ATLÂNTIDA (III)

O tema da Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações, umas mais cépticas, outras mais fantasiosas. Segundo alguns autores, tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o Dilúvio), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo suas particularidades culturais próprias. Sua existência foi cogitada e investigada sobre os mais variados aspectos, dentro e fora dos limites daquele oceano, mas nada de definitivo foi descoberto até hoje.
A Atlântida era governada em paz, era rica em comércio, avançada em conhecimento e dominava as ilhas e começou a expandir seu domínio: “Agora nesta ilha de Atlântida havia um grande e maravilhoso império que governou em toda a ilha e em várias outras, e em partes do continente”, ele escreveu “e depois, os homens da Atlântida dominaram as partes da Líbia dentro das colunas de Hércules até o Egito e a Europa, até a Tyrrhenia”.
Platão adverte repetidamente que tudo o que conta ocorreu de verdade, inclusive avisando que os fatos podem parecer irreais por sua magnitude. Somente muda os nomes originais para aproximar mais o relato à vida cotidiana da Grécia.
Aquilo que, há dois milênios, Platão relatou a respeito da Atlântida, cabe em pouco mais de 20 páginas impressas. Pouco mais se sabe de Atlântida!
Em muitos pontos nos diálogos, os personagens de Platão referem-se à história da Atlântida como uma “história real”. Platão também parece colocar na história muitos detalhes sobre a Atlântida que seriam desnecessários se ele pretendesse usar isso apenas como um instrumento literário.
A Atlântida teria desaparecido há mais ou menos 10.000 ou 12.000 anos atrás em um só dia e uma só noite, e as causas podem ter sido várias. A mais conhecida é a do continente ter sido submerso devido ao fim da última glaciação pelo qual o planeta passou (há cerca de 80.000 anos atrás começou esse período, e acabou justamente entre 10.000 e 12.000 anos atrás). A conseqüência do fim do período glacial é o derretimento de grande parte do gelo acumulado e o conseqüente aumento do nível dos Oceanos. Daí a submersão do continente.
As obras de Platão não são os únicos relatos que existem de um país perdido no meio do oceano Atlântico, que, por certo, deve seu nome a este continente desaparecido. Para aqueles que alegam que a Atlântida de Platão era uma analogia velada sobre a corrupção da Atenas, argumenta-se que o renomado filósofo não escreveria uma parábola tão complexa, em três volumes, criando toda uma civilização, tecnologia e cultura, que em nada faz paralelo com o mundo grego, envolvendo o nome de um grande líder político (Sólon) e seu neto (Crítias), com a real possibilidade de contrariar os interesses de seus descendentes. Além do mais suas descrições da tecnologia de Atlântida se encaixam perfeitamente nas descrições do MahaBahata hindu.
Outros pensadores gregos, como Aristóteles e Plínio, argumentaram sobre a existência da Atlântida, enquanto que Plutarco e Heródoto, considerado por alguns como o maior dos historiadores antigos, escreveu sobre a misteriosa civilização da ilha no Atlântico como um fato histórico. Um manuscrito intitulado “A Respeito do Mundo” e atribuído a Aristóteles evidencia a crença em outros continentes. O antigo historiador grego Diodoro da Sicília (séc. I a.C.), escreveu que milhares de anos antes dos fenícios, havia uma imensa ilha atlântica (no local em que Platão descreveu que a Atlântida estava), e os atlantes eram vizinhos dos líbios; também mencionou que eles tiveram uma guerra com os amazônicos! Dentre outras afirmações e registros, descreveu a Atlântida como uma “ilha de tamanho considerável e situada no oceano a uma distância de alguns dias de viagem da Líbia (entende-se Líbia a África conhecida até então) para o oeste e cujo povo era chamado Atlatioi.
Homero (sec. VIII a.C.) em sua Odisséia, refere-se a Scheria, uma ilha afastada no oceano, que ficava depois das Colunas de Hércules a oeste, onde viviam os faécios, “os mais famosos homens”… Faz também uma outra referência à cidade de Aleino, a qual segundo suas descrições, lembra em muito a Atlântida de Platão. Também em sua Odisséia, Homero se refere a duas tribos, uma chamada Atarantes e a outra Atlantes, a qual o nome derivada de uma montanha cônica e arredondada chamada Atlas. Dizem que era tão alta, que seu cume nunca poderia ser visto, pois as nuvens jamais o permitiriam.
Tucídides (460 – 400 a.C.) nas Guerras do Peloponeso descreveu terremotos e inundações as quais destruíram cidades e ilhas e menciona uma terra a qual também fora atingida chamada Atalante.
E mais dezenas de outros registros de historiadores famosos assim como Heródoto (século V), Apolodoro (século II), Teoponipos (século IV a.C.), Tertuliano (160 – 240), Philo Judaeus (20a.C. – 40 a.D.), Aelius (Claudius Aelianus – século III). Como podemos ver, era crença comum os habitantes do antigo mundo mediterrâneo acreditar no afundamento de uma grande ilha continente a oeste dali e também em invasões e dominações de um povo mais desenvolvido.
A Atlântida se tornou parte do folclore em todo o mundo, foi colocada em mapas oceânicos e buscada pelos exploradores.
Também na Bíblia, Ezequiel dedica várias passagens de seu livro a um arquipélago ao qual denomina de “Ilhas Tarsis”. Fala de suas riquezas, e de uma completa decadência, e por último o aviso de Deus: “farei subir por ti o abismo e muitas águas te cobrirão” (Ez. XXVI-19). E prosseguindo com o texto de Ezequiel (XXVI e XXXII): “… Disse o senhor: E fazendo lamentações sobre ti, dir-te-ão: como pereceste tu que existias no mar, ó cidade ínclita, que tens sido poderosa no mar e teus habitantes a quem temiam? Agora passarão nas naus, no dia da tua espantosa ruína, e ficarão mergulhadas as ilhas no mar, e ninguém saberá dos teus portos; e quanto tiver feito vir sobre ti um abismo e te houver coberto com um dilúvio de água, eu te terei reduzido a nada, e tu não existirás, e ainda que busquem não mais te acharão para sempre…”. Também o profeta Isaias fala do desaparecimento da Atlântida com palavras bastante diretas: “… Ai da terra dos navios que está além da Etiópia; do povo que manda embaixadores por mar em navios de madeira sobre as águas. Ide, mensageiros velozes, a uma gente arrancada e destroçada; a uma gente que está esperando do outro lado, e a quem as águas roubaram suas terras…“(Is XVIII , 1-2).
O Dilúvio narrado no Gênesis era um mito comum tanto aos babilônios, assírios, persas, egípcios, gregos, italiano quanto às cidades-Estado da Ásia Menor – sem mencionar os povos do Mediterrâneo, Golfo Pérsico, Mar Cáspio e até mesmo Índia e China. A lenda de Tamandaré, dos índios guaranis, também retrata um dilúvio e a salvação de um casal no alto de uma montanha;
O Livro de Enoch consagra 105 capítulos aos “anjos” descidos do céu para desposar as belas terrestres. Quem eram esse “anjos?
No fim do século passado foram descobertas, na colina de Kuyundjik, no Kazaquistão, doze placas de argila, escritas em acádico, que descrevem uma epopéia heróica: o Poema de Gilgamés, tido como o texto mais antigo da humanidade escrita por volta de 2.500 anos antes de Cristo. Gilgamés foi rei de Uruk na Babilônia, hoje Iraque. O vitorioso herói seria dois terços deus e um terço homem, realiza uma série de proezas e feitos fantásticos. O poema contém o relato exato do dilúvio, precedendo em séculos as primeiras versões manuscritas da Bíblia e do mito de Noé. Na epopéia de Gilgamesh, Noé é chamado de Utnapisti. É considerada como fonte de onde deriva o texto do Gênesis hebreu.
O caso é que em quase todas as civilizações, incluída a tibetana, a egípcia, a hindu, a mesopotâmica, maia, pré-inca e chinesa sempre aparece um povo desaparecido sob as águas do mar, cujos sobreviventes, que se anteciparam à eminente catástrofe, se espalharam pelo mundo.
Os índios, especialmente os maias e astecas, diziam ter vindo de uma ilha situada no meio do oceano, mais além do Golfo do México, à qual os astecas chamavam Aztlan, na qual reinava um soberano conhecido como Atlanteoltl, e os maias de Tollan.
Artistas maias e astecas esculpiram elefantes, quando na América nunca existiram estes animais [Platão descreve um animal similar ao elefante na Atlântida]. As lendas maias falam de um povo que chegou por mar para a fundação de uma civilização. Antigos escritos dos astecas e dos maias, como o Chilam Balam, Dresden Codex, Popuhl Vuh, Codex Cortesianus e Manuscrito Troano também foram traduzidos como histórias da destruição da Atlântida e Lemúria.
Os sacerdotes Maias tinham tabelas para prever os eclipses. Mas há algo muito estranho sobre os Maias: aparentemente, eles nunca dominaram o uso da roda. Eles visualizavam a eternidade como nenhum outro povo. Pensavam em milhares de anos adiante, mas nunca aprenderam a pesar um saco de grãos. Essa sofisticada civilização foi extinta por não desenvolver métodos básicos de agricultura de subsistência. O que pergunto é: se eles herdaram uma parte de seu conhecimento de uma civilização mais antiga e sábia?
O Popol Vuh, o livro sagrado dos Maias, fala de ondas gigantes, dilúvios, céus escuros durante meses, uma chuva escura e gelada, e granizo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

ATLÂNTDA (II)


(A Lenda e o Mito)
... Naquele tempo, muito além das Colunas de Hércules, existia uma ilha do tamanho de um continente que se chamava Atlântida, em honra de seu primeiro rei e fundador, Atlas, filho de Poseidon.
Conforme a lenda, nos primeiros tempos, os deuses helênicos fizeram entre si a partilha do mundo, a cidade de Atenas pertencia à deusa Atena e Hefesto, mas Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus dos mares.
Fala Crítias que o primeiro homem a habitar Atlântida fora Evenor, junto de sua esposa Leucippe. Desta união nascera Cleito, a qual Poseidon viera a se apaixonar. Poseidon viveu na ilha por longo tempo em companhia da jovem Clito.
Para proteger a seus filhos e separar a amada dos restos dos mortais, o deus decide fortificar o território por meio de um canal de 100 metros de largura, outro tanto de profundidade e 10 quilômetros de comprimento, que conduzia a outro canal interior, que fazia às vezes de porto, no qual puderam ancorar os maiores navios da época. Em seguida foram abertas eclusas para atravessar os outros dois cinturões de terra que rodeavam a cidadela situada na ilha central, de forma que somente poderia passar um navio de cada vez. Esses canais estavam cobertos com tetos, pelo que a navegação se fazia por baixo da superfície, que estava elevada com relação ao nível do mar.
Após dividir a ilha em dez áreas anelares, cedendo-as a cada um dos dez filhos (cinco pares de gêmeos), Poseidon autorizou supremacia a Atlas, seu filho mais velho (primogênito), dedicando-lhe a montanha, de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha. Atlas tornou-se a personificação das montanhas ou pilares que sustentavam o céu. A palavra grega Atlantis (Atlântida) significa “a ilha de Atlas’, assim como a palavra Atlântico significa “o oceano de Atlas”.
Em cada um dos distritos, reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Poseidon. Estes se reuniam uma vez por ano no centro da ilha. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro; uma vez o touro caçado, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e comprimentos eram trocados entre si à luz lunar, com a participação de seus cidadãos; isso servia para resolver todas as disputas de forma equilibrada.
Nos cinturões externos de terra, foram construídos ginásios para práticas esportivas e hipódromos, bem como moradia para soldados, hangares para barcos e armazéns para todas as modalidades conhecidas de artigos náuticos. O canal principal que servia de entrada para embarcações era muito movimentado, tanto de dia como de noite, o que demonstra ter sido Atlântida um grande centro comercial de seu tempo.
A capital da cidade de Atlântida era uma maravilha de arquitetura e engenharia. A cidade tinha um muro coberto por um desconhecido metal, o oricalco, que etimologicamente quer dizer “cobre das montanhas”, e que somente era inferior ao ouro. Bem no centro havia um monte, e no topo do monte um templo para Poseidon e outro dedicado a Clito, ambos rodeados de uma cerca de ouro. O Templo de Poseidon tinha seu interior de oricalco, com artesanato de marfim e adornos de ouro e prata (Não se sabe ao certo o que era o oricalco. Pode ser uma liga de ouro/cobre, cobre/estanho ou cobre/zinco/latão, ou metal desconhecido). Presida o templo uma estátua do deus, sobre um carro puxado por 6 cavalos alados, todo ele em ouro maciço. O palácio real era segundo os relatos “uma verdadeira obra prima de encantar a vista, por suas dimensões e beleza”.
O templo dedicado a Posseidon era cercado por um muro de ouro. Todo o templo era forrado de prata, com exceção dos acrotérios, que eram de ouro. No interior, a abóbada era de marfim, com ornamentos de ouro, prata e oricalco. Havia também no templo estátuas dedicadas a diversas divindades, bem como outras que homenageavam os reis e suas esposas, além de um altar cuja beleza e magnificência não encontrava paralelo conhecido.
Geograficamente, Platão descreve a Atlântida desta forma: “toda a região era muito alta e caía a pique sobre o mar, mas que o terreno à volta da cidade era plano e cercado de montanhas que desciam até a praia, de superfície regular, era mais comprida do que larga, com três mil estádios na sua maior extensão, e dois mil no centro, para quem subisse do lado do mar. Toda essa faixa da ilha olhava para o sul, ao abrigo do vento norte. As montanhas das imediações eram famosas pelo número, altura e beleza, muito acima das do nosso tempo…“.
Atlântida possuía a capacidade de prover seus habitantes com todas as condições de sustento, apesar de receber de fora muito do necessário, provavelmente, através do comércio. Havia na ilha grande abundância de madeira que com certeza foram utilizadas nas imensas obras lá construídas, bem como imensas pastagens, tanto para animais domésticos, como para selvagens, incluindo aí a raça dos elefantes, que teriam se multiplicado pela ilha. Por sua vez, toda sorte de frutos, legumes, flores e raízes existiam ali, sendo que o fabrico de essências e perfumes era corriqueiro. A extração de minérios, em particular o ouro, ocorria fartamente em Atlântida. As águas jorravam no centro da ilha, em suas imediações foram construídas “cisternas para banhos quentes no inverno”. Havia, contudo, locais próprios para os banhos dos reis, bem como modalidades específicas para as mulheres. Sua flora era exuberante.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Notícia

O grande Einstein é sugado pelo buraco negroAlgo de muito estranho está intrigando astrônomos de todo o mundo: a partir da galáxia M82, a 12 milhões de anos luz da Via Láctea, um misterioso objeto começou a emitir ondas de rádio de uma forma até agora desconhecida pela ciência.
Tom Muxlow, do Centro de Astrofísica Jodrell Bank, na Grã- Bretanha está perplexo não só com o a transmissão, mas também com a velocidade com que o objeto se move, que é de quatro vezes a da luz.
O objeto foi descoberto casualmente, em maio de 2009, enquanto Muxlow e sua equipe estudavam a explosão estelar na M82, utilizando a rede de radiotelescópios britânica Merlin.
O Centro de Astrofísica Jodrell Bank começou a processar os dados da região central da M82, procedentes de 20 radiotelescópios de todo o planeta.
“Processar essa quantidade de dados é uma tarefa longa e árdua. Só depois disso é que poderemos desvendar esse mistério. No momento, não sabemos o que é”, esclarece Muxlow.
Depois de ler a notícia, pensei no seguinte: considerando que a velocidade da luz é de 300 mil quilômetros por segundo, a velocidade do estranho objeto (quatro vezes mais) é de um milhão e duzentos mil quilômetros por segundo.
A título de ilustração, digamos que o objeto seja uma nave espacial. Se ela fosse nossa e se quiséssemos ir à Marte, que fica a cerca de 54 milhões de quilômetros da Terra, chegaríamos lá em menos de dois minutos, o que seria simplesmente fantástico.
Mais detalhes neste outro link: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/04/100413202858.htm

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pesquisa & Informação

(textos e fotos da internet - pesquisados e editados)

A história antiga da humanidade em grande parte se constitui um enigma. São fragmentos de história sem explicação que questionam a opinião tradicional de arqueólogos sobre as civilizações antigas. Existe muito mistério sobre o passado, e de como evoluímos da Idade da Pedra até hoje. Por milhares de anos “homens primitivos” desenvolveram separadamente, em diversas partes do globo, a escrita, a arquitetura, as religiões, a astronomia e construíram grandes monumentos no Mundo Antigo. Uma civilização perdida no tempo deixou sua marca pelo mundo. Os Sacerdotes egípcios falaram a Platão sobre tal civilização.

ATLÂNTIDA (I)

As pessoas da Antiguidade, espalhadas em todas as partes do mundo, aparentemente não tiveram contato entre si, mas culturalmente preparada, criava, pensava e acreditava em coisas muito semelhantes; construíam pirâmides e estudavam as estrelas, por exemplo. Uma explicação para estas semelhanças desconexas era o resistente mito de Atlântida. Outros lugares, julgados também como mitos, como a Tróia de Homero, revelaram-se verdadeiros.
A descoberta de restos culturais milenares e das referências que aparecem nos textos mais primitivos, nos dá base real à possibilidade de que existiram civilizações anteriores, às mais antigas, que estiveram localizadas em regiões ignoradas do globo e foram possivelmente submersas por súbitas catástrofes. Teóricos proclamam que os historiadores ignoraram evidências de uma civilização perdida de sofisticação espetacular, a chave do nosso passado. Se for verdade, este episódio esquecido vai subverter todas nossas idéias sobre as origens da civilização. Toda a nossa concepção da pré-história pode estar errada…
A Atlântida teria sido uma antiga ilha ou continente lendário, cuja existência ou localização nunca foram confirmadas. Originalmente mencionada pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos, “Timeu ou a Natureza” e “Crítias ou a Atlântida”, conta-nos que o legislador Sólon (640-558 a.C.), no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo de Atlantis. Segundo o Sacerdote, o povo de atlantis (ou Atlântida) viveria numa Ilha localizada para alem dos Pilares de Heracles (Hércules – freqüentemente identificado com o Estreito de Gibraltar), onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava. Estendendo-se, em grande parte para Oeste, a ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas; “deste você poderia passar ao todo do continente oposto que cercou o verdadeiro oceano”, afirma Platão. Denominado o maior pensador de sua época. Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates – mais velho do que ele quarenta anos – e gozou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola. Nela ingressou Aristóteles com 17 anos de idade. Platão morreu com oitenta anos de idade. Dedicou ao tema da Atlântida três de seus Diálogos, dos quais infelizmente somente nos chegaram dois, “Timeu” e “Crítias”.
Platão gravou e embelezou a história do neto de Sólon, Critias, o Mais Jovem. Assim começa o antigo relato: “Escuta-te pois Sócrates, existe uma história que é estranha, mas é por certo verdadeira, sobre um maravilhoso império que viveu outra avançada civilização“.
Disse Timeu que ouviu contar esta história a Sólon, um dos sete sábios da Grécia, quem por sua vez havia escutado dos lábios de um sacerdote egípcio em Sais. “…Ouvi, disse Crítias, essa história pelo meu avô, que a ouvira de Sólon, o filósofo. No delta do Nilo eleva-se a cidade de Sais, outrora capital do faraó Amásis e que foi fundada pela deusa Neit, que os gregos chamam Atena”.
Sólon foi um legislador que em 594 a.C. iniciou uma reforma social, política e econômica da polis ateniense. Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento, dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos. Sólon também era considerado um dos Sete Sábios da Grécia Antiga e como poeta compôs elegias morais-filosóficas.
Os habitantes de Sais são amigos dos atenienses, com os quais julgam ter uma origem comum. Eis por que Sólon foi acolhido com grandes homenagens pela população de Sais. Os sacerdotes mais sábios da deusa Neit apressaram-se a iniciá-lo nas antigas tradições da história da humanidade.
Os sacerdotes fizeram saber a Sólon que conheciam a história de Sais a partir de 8000 anos antes daquela data: “Ao menos aquilo que tu, o Sólon, acabas de falar da seqüência de tuas gerações, é bem pouco diferente de um conto infantil; pois primeiro vos lembrais de um só dilúvio na terra, embora ocorressem muitos dilúvios; e, depois, vós nem sabeis que a melhor e mais bela geração humana viveu em vossa terra, da qual descendeis vós e todo o vosso Estado moderno, graças a uma pequena tribo que sobreviveu ao cataclismo. Tudo isto vos ficou oculto, porque muitas gerações de sobreviventes passaram por este mundo, sem nada deixar escrito”... “sempre houve e há de haver, no futuro numerosas e variadas destruições de homens; as mais extensas , por meio da água ou pelo fogo, e as menores por mil causas diferentes... Nas destruições pelo fogo, prosseguem os sacerdotes, perecem os moradores das montanhas e dos lugares elevados e secos, de preferência aos que habitam às margens dos rios ou do mar (…), por outro lado, quando os Deuses inundaram a terra para purificá-la, salvaram-se os moradores das montanhas, vaqueiros e ovelheiros, enquanto os habitantes de vossas cidades eram arrastados para o mar pelas águas dos rios. (…) entre vós outros, mal começais a vos prover da escrita e do resto de que as cidades necessitam, depois do intervalo habitual dos anos, desabam sobre vós, do céu, torrentes d’água, maneira de alguma pestilência, só permitindo sobreviver o povo rude e iletrado. A esse modo, como se fosseis criancinhas, recomeçais outra vez do ponto de partida, sem que ninguém saiba o que se passou na antiguidade, tanto aqui como entre vós mesmos“
Há manuscritos, disseram, que contém relato de uma guerra que se lavrou entre os Atenienses e uma nação poderosa que existia na grande ilha situada no Oceano Atlântico, próximo do Estreito de Gibraltar. A ilha chamava-se Posseidonis ou Atlantis. O começo do relato não poderia ser mais catastrófico: os homens já haviam sido destruídos e o tornaram a ser de muitas maneiras. A última, e talvez a mais dramática das vezes, havia ocorrido 9.560 anos antes da narração.