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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Notícia do Rio

EDITORA DUBOLSINHO
Criança não é um idiota pequeno,
mas pode ser o projeto de um idiota grande
www.dubolsinho.com.br
Lançamento do livro
Minerar O Branco,
de Ronaldo Werneck
03 de outubro (sábado)
14h30min
Estação das Letras
Rua Marquês de Abrantes, 177 - lojas 107 e 108
Flamengo - Rio de Janeiro - RJ

domingo, 27 de setembro de 2009

Ouvindo Luiz Gonzaga


www.bemaosouvidos.blogspot.com/search/label/Luiz%20Gonzaga

Esse endereço disponibiliza toda a discografia do Luiz Gonzaga ...começando com o primeiro disco de 1941.

Importante: todos os discos podem ser baixados !!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ENTREVISTA

Entrevista dada por Jose Sette ao jornalista Paulo Ernesto, presidente do cineclube Osvaldo de Oliveira da cidade de Itu em SP, para ser publicada na sua revista de cinema. 1 - Como surgiu o gosto pelo cinema

Meu pai, um médico nascido no interior de Minas Gerais, tinha três paixões em sua vida: Mulher, Fotografia e Política. Sua mãe, minha avó, gostava de música e de poesia.
Até os meus 10 anos (1958) eu já tinha descoberto o meu amor pela sétima-arte. Meu pai possuia um projetor 16mm e tínhamos sessão de cinema em casa. Depois morava eu em Ipanema e havia dois cinemas na minha rua: o Cine Pax e o Pirajá. Passei a minha infância e adolescência nas salas de cinema vendo qualquer filme, muitos de roliude e alguns filmes brasileiros, as chanchadas da Atlântida cinematográfica principalmente. Aos quinze anos estava em Minas Gerais, Belo Horizonte, e me envolvi um grupo de jovens que me apresentaram um novo cinema, viamos do neo-realismo italiano aos filmes do cinema novo, que naquela época dava os seus primeiros passos e ai veio o golpe militar, soube da quartelada quando assistia pela primeira vez aos filmes revolucionários franceses da nouvelle-vague - Godart, Truffaut, etc. Só no final dos anos sessenta foi que me apaixonei pelos filmes do extraordinário artista que foi Orson Welles. Durante o primeiro e único Festival de Cinema na capital mineira eu conheci e passei a conviver com os dois cineastas brasileiros com quem me identifiquei de imediato, assisti e não gostei de Barra Vento, o primeiro filme do Glauber Rocha, mas gostei de pronto do Bandido de Rogério Sganzerla e Cara Cara de Julio Bressane, seus primeiros filmes e fiquei amigo dos dois “enfant terrible” do cinema nacional. Neste mesmo ano, em sessenta e oito, produzi o primeiro filme do cineasta mineiro Neville de Almeida e terminei de escrever o meu primeiro roteiro de longa metragem. No início da década de setenta, exilado, fui frenquentador assíduo da cinemateca francesa. Em 1975, já de volta ao Brasil, aos 27 anos, produzi, realizei e exibi, mesmo sem o certificado de censura, o meu primeiro filme em 35mm de longa metragem intitulado Bandalheira Infernal.

2 - Como o Senhor analisa a produção cinematográfica nacional?

A indústria do entretenimento cinematográfico nacional corre, há muito tempo, atrás do prejuízo, buscando desesperadamente o sucesso de público e de se afirmar como uma indústria rentável e dominante. Com o auxílio hoje do dinheiro público, de algumas leis e muitos editais e principalmente da TV Globo, ela vem conseguindo alguns grandes sucessos individuais sem, no entanto, se afirmar como indústria. Mas não é esse o cinema que eu faço, não estou preocupado em entreter ninguém com novelas pseudorealistas da vida como ela não é. Faço do cinema poesia e da poesia cinema. Se eu e o cinema brasileiro vamos conseguir atingir os nossos objetivos só o futuro dirá.

3 - Recentemente participou de um encontro em Minas onde pode rever alguns amigos. Conte-nos como foi este encontro.

Fui convidado, juntamente com o Andrea Tonnaci, Sylvio Lanna, Eliseu Visconti, Geraldo Veloso, Luis Rosemberg, para exibir alguns dos nossos filmes durante o Festival de Inverno de Ouro Preto. Foi uma semana agradável na belíssima cidade histórica de Minas. Tenho um diário completo desta viagem publicado, com vídeo, fotos e texto, no meu blog.

4 - Neste ano o senhor lançou o filme AMAXON. Como foi a produção e como esta sendo a receptividade do filme onde passa?

Ainda não consegui lançá-lo. Estou, para isso, ainda em conversa com a RioFilmes. Mas tenho feito algumas sessões para convidados e Amaxon tem se comportado bem. De sua produção eu só posso dizer que neste filme não entrou dinheiro nenhum de editais e nem de leis de incentivo. Foi feito com suor e lágrimas. Uma grande epopéia para um artista sexagenário como eu.

5 - Nos anos 70 lançou seu primeiro filme chamado Bandalheira Infernal em 35mm. O Senhor acha importante esta nova tecnologia digital no audiovisual?

Ela viabilizou Amaxon. Embora a película tenha uma textura própria, inigualável, o vídeo tem os seus macetes, filtros e recursos digitais, que se bem utilizado, podem transformar a imagem linear e fria da gravação em uma nova textura, belíssima e ainda não experimentada. Isso aconteceu com a fotografia de Amaxon quando o vi projetado em mídia DVD em uma tela grande do cinema Vila Rica de 300 lugares na cidade de Ouro Preto. Não é incrível? Bandalheira Infernal foi rodado em película 35mm, PB, em uma semana, no ano de 1975, e por outras histórias, que de tão longas não vale a pena serem contadas, perdeu-se o negativo, som ótico, etc. Se não fosse essa nova tecnologia eu não teria hoje uma cópia betadigital do meu filme.

6 - Me parece que fora do cinema o senhor tem algumas atividades. Gostaria que falasse destas atividades. Que me parece ser a pintura e a literatura.

Gosto de trabalhar com a luz, com enquadramento, com a fotografia aliada a um pincel e sua mise-en-scène e outras vezes com uma caneta correndo sobre o papel rabiscando poemas, romances, roteiros, dramaturgia. Mas não julgo que praticando essas outras atividades artísticas estaria deixando de fora o cinema. O cinema que eu faço envolve-se com todas as boas manifestações artísticas captadas pelas minhas antenas experimentais e de invenção, sendo o mais importante que só a ele devo alguma explicação. É mais difícil fazer cinema ou escrever um livro?Pintar um quadro ou um poema?O poeta Murilo Mendes dizia que um artista pinta sempre um mesmo quadro, um poeta escreve sempre o mesmo poema, e eu digo que um cineasta faz sempre o mesmo filme.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

CONVITE

Faculdade de Letras/UFJF e Anome
convidam
para o lançamento do livro-dvd
P O R T U G U E S I A
Minas entre os povos da mesma língua
Antropologia de uma poética
Ensaio de Wilmar Silva
Antologia com 101 poetas e 485 poemas
Brasil - Portugal - Guiné-Bissau - Cabo Verde
24 de setembro (quinta-feira)
19 horas
Auditório da Faculdade de Letras
Campus da UFJF
Participação de
Wilmar Silva, Carolina Barreto,
Prisca Agustoni, Edimilson de Almeida Pereira,
Fernando Fiorese & Iacyr Anderson Freitas

domingo, 20 de setembro de 2009

NOTA

AMAXON
Ligia Duran e Paulo Vilaça (citação do filme INSIDE)
Não consegui exibir o meu novo trabalho Amaxon assim que ele ficou pronto no Rio de Janeiro para uma platéia repleta de muitos amigos. A sua primeira exibição foi em Minas, perto da minha terra, em Ouro Preto, para uma platéia de passantes, alguns turistas e poucos amigos. Mas foi ali que descobri que Amaxon nasceu para tela grande de cinema. Aquela exibição teve uma cinematográfica e espetacular projeção. É incrível! Mas já fiquei satisfeito com a obra. Nada a acrescentar. Perfeita. Estamos portanto tentando uma nova exibição no Rio de Janeiro. Produziremos outras exibições em São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora e finalmente na cidade de Cabo Frio, onde ele foi realizado. Vamos começar a mandar o DVD de Amaxon para alguns festivais de cinema do Brasil e do Exterior e ai é ver o que vai acontecer.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POESIA

Destino

De tempo em tempo
De páginas em páginas
De contos aos cantos
De sombras as sombras
Só espero a partida que vem.

BH 1968

domingo, 13 de setembro de 2009

POEMA

HALL
Para sua cultura indico um computador
Só assim podemos ter uma linguagem contemporânea.
De manhã meditação com a natureza
mastigando arroz integral cru
uma mil e uma vezes
para ter saúde.
Pois o caminho do homem
é o infinito dele mesmo ...
E o da máquina?
Só Deus sabe.

Londres 1971

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Triste Notícia de Minas Gerais

O meu amigo de adolescencia, o poeta e ator Paulo Augusto de Lima falece em Ouro Preto.
Estive com ele em Ouro Preto na exibição do meu novo filme Amaxon.

“Não sou um burocrata, sou um artista, não um profissional liberal.

Sou ‘antena da raça’, romper obstáculos, saltar fronteiras,

é o meu destino absoluto”.


(Trecho da poesia O ARTISTA, de Paulo Augusto de Lima)

O feriado de 7 de setembro em Ouro Preto este ano foi tomado por uma grande tristeza. A cidade perdeu um filho. O corpo do artista, que enriqueceu a cultura ouropretana com sua irreverência e intelectualidade, foi encontrado no córrego da Estação na tarde desta segunda-feira.

Paulo Augusto de Lima era natural de Belo Horizonte e residia em Ouro Preto há cerca de 20 anos. Seu sepultamento será no cemitério do Bonfim, na capital mineira.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Poesia

Dialética

Se minha vida
nesse mundo idiota
medrasse alguns devaneios
agradar-me-ia a lorota
do amigo a dar conselhos

Ora, quem sabe o que sente
explode em vertentes
de águas sem fim

Mas, quem só sente o que sabe
sacode e invade o tédio infinito
que tens para mim

Por uma rebeldia sem ideologia!
Por uma juventude sem causa!
Por uma geração sem mácula!
Por um mundo sem medo!

Minas - 1983

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Notícia

http://ionmuniz.mus.br/
Na concorrida galeria de amigos que já partiram sobe o músico Ion Muniz. Mais um grande artista que se foi. Conheci o talentoso músico acompanhando do baterista e advogado Marcos André, logo após o meu curto exílio, por volta de 1974, quando freqüentei algumas vezes o apartamento do virtuoso pianista Aloísio Aguilar em Ipanema, onde também conheci o genial Edison Machado, o fotógrafo do filme Anchieta do Saraceni, Marco Bottina, o Sabonete e o expressivo artista, também fotógrafo de cinema Rogério Noel. Foi lá que encontrei esse grande músico e arranjador, flautista e saxofonista de primeira. Vale à pena conhecer os arranjos que ele fez para um dos últimos discos do cantor Agostinho dos Santos. Belíssimo trabalho que precisa urgentemente ser resgatado pela cultura brasileira. Ion Muniz, quando jovem, era um pândego na convivência diária. Maria Gladys, sua grande amiga, me convidou na época e fui gravar o som de um filme, uma comédia, que ela estava produzindo e dirigindo. Uma das suas cenas era o encontro de amor que ela tinha com Ion em seu apartamento onde concomitantemente rolava o ensaio de uma nova banda que nunca existiu de fato. Na banda a fina flor do musical carioca: João Donato, Ricardo Santos, Noveli, Edison Machado, Maciel e Ion – Tenho parte deste som gravado. Grande perda para nossa geração que ainda permanece incólume. Meu querido amigo, que há muito tempo não encontrava, vai deixar saudade