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segunda-feira, 30 de março de 2009

Memória

Pequena história da trilha musical do Filme 100% BrazileiroQuando era adolescente, era um apaixonado pelas músicas tocadas e interpretadas pelo Tamba Trio. Para mim era o que havia de melhor no instrumental da música popular brasileira no ano de 1965. Eu era um admirador fervoroso, tinha todos os Lps do grupo, mas me identificava principalmente com o seu pianista e arranjador que trazia nas suas concepções rítmicas, do que se chamava bossa nova, não só o jazz tradicional, mas a alma romântica dos cancioneiros franceses e das modinhas portuguesas. Era uma maneira de interpretar, harmonicamente, os temas da época no piano, sem a total influência do jazz. É bom que se diga que nesta época a música popular brasileira tinha nas suas formações de música instrumental o que havia de melhor. Do samba ao chorinho. Do jazz a bossa nova. Mas, talvez, por sua formação clássica, francesa, este extraordinário músico me agradava mais que outros também geniais pianistas brasileiros.
Imagine o que eu senti vinte anos depois, em 1985, quando em memoráveis noitadas, na sua casa e no estúdio de gravação do seu amigo Arthur Verocai, talentoso violonista que gravou o violão do belíssimo arranjo paro o Trenzinho Caipira do Villa-Lobos, eu me aproximei e conheci o lado criativo e iluminado deste artista sensível.
Fiquei feliz quando ele, na sua casa, me disse que tinha formado um novo trio, com dois outros músicos e com o nome de Triângulo e que gostaria que eles participassem do nosso trabalho. Assim ele me apresentou ao baterista Robertinho Silva e ao baixista Luiz Alves, o seu trio. Surpresa. Ambos eram meus conhecidos anos antes durante as filmagens, no Teatro Municipal de São Paulo, do show O Milagre dos Peixes com o Milton Nascimento. Filme que eu fotografei para o Márcio Borges e o Sérvulo Siqueira.
Com a formalização dos primeiros contatos – contratos feitos com o produtor, iniciamos os trabalhos de criação da trilha que deveria ter quase o mesmo tempo do todo filme – 80 minutos – Assim foi feito com a apresentação para ele dos 120 minutos do copião montado e gravado em uma moviola com uma VHS.
Lembro-me que cheguei à casa do pianista e fui recebido na porta por sua mulher. Fui entrando timidamente, como um bom mineiro, e ela me levou até a cozinha do apartamento. Olhei de esgueiro para não incomodar, mas ele me colocou a vontade me oferecendo o que ele estava comendo – um prato, uma montanha, de arroz com feijão preto. Eu, mesmo sendo o todo poderoso diretor, produtor do filme, não tinha palavras pra enfrentar o meu ídolo da juventude – sempre fui um apaixonado por piano que aprendi a tocar com a minha avó – e, enquanto ele comia, eu pensava como me aproximar e conquistá-lo para o filme... Levava na mão um disco do Darius Milhaud que tentava lhe entregar, mas ele comia em silêncio, sem parar e com prazer indescritível o seu banquete brasileiro... Assim, numa explosão de timidez, levantei o disco raro na mão e disse com a voz forte: - Faz muito tempo que pensei neste encontro, não sabia como iria acontecer, mas hoje aqui na sua frente, dissipadas todas as nuvens do estrelismo, eu posso dizer ao extraordinário músico, que só você é capaz de entender o que quero como trilha musical para esse filme... Ele continuava comendo, e eu levantei o tom da minha voz dizendo-lhe: - Fiz um filme sobre um poeta francês que vem ao Rio de Janeiro no carnaval e aqui se envolve com a nossa história, com a nossa cultura e principalmente com o nosso povo e só você pode fazer a cama musical aonde esse poeta vai se deitar... Ele deixa o prato na pia da cozinha, da um gole no cálice de vinho e coloca a sua mão no meu ombro e me pergunta o que eu trazia em minhas mãos. Eu lhe falei do músico francês e do disco raro que em seguida lhe dei de presente... Fomos até a sala onde ficava o piano e eu me emocionei com o belo instrumento e sem querer disse três vezes com inflexões diferentes: - Grande Luis Eça! Luis Eça, Luisinho! Toca alguma coisa aqui pra esse seu fã mineiro matar a saudade.
Ele riu e me deu um abraço, não tocou o piano, aceitou o trabalho e começamos assim, em alto astral, a trilha musical do Filme 100% Brazileiro, que venho trazendo diariamente aqui para os privilegiados leitores do Kynoma.

sábado, 28 de março de 2009

Poesia

95 ANOS ENTRE EU E OS ANJOS
Embora o parnasiano Bilac o tenha desdenhado e o Rio de Janeiro o maltratado, Augusto dos Anjos, “um poeta singular”, como disse Carlos Drummond, é o poeta mais conhecido e admirado pelo povo brasileiro. Foi o nordeste e o interior do país que lhe salvou a fama póstuma. Por mais paradoxal que possa ser o poeta da decomposição e dos vermes, das composições naturalistas repletas de palavras difíceis e rebuscadas no cientificismo da época é, ainda hoje, passados noventa e cinco anos de sua morte, um poeta Popular. Da Paraíba do Engenho do Pau d’Arco à Leopoldina mineira, viveu uma vida sofrida e ignorada por pouco mais de trinta anos. Poeta metafísico repleto de denúncias sociais, eu posso dizer até que ele é comovente quando retrata a miséria do homem brasileiro, delineia em imagens cáusticas a vida e a morte do nosso interior esquecido. Ninguém do movimento modernista, que aconteceu oito anos depois da sua morte, descobriu o grande antropofágico poeta que ele era. Ninguém passou por tamanha dor. Ninguém se aprofundou tanto no sobrenatural chegando a criar uma poética única, simbolista, que traz em suas imagens, aparentemente fatídicas, distorcidas, a marca moderna do expressionismo em nossa contemporaneidade. O filósofo naturalista extremado era um poeta maldito no final do século dezenove. Bilac, considerado o “príncipe dos poetas”, em sua época, dizia que os poemas de Augusto “era o extremo do mau gosto”. Ora, Como ele estava errado! Como ele se enganou e como todos se enganaram: “Poeta de necrotério”, chamava-no nas reuniões os intelectuais cariocas. “Poeta do horror” era o mínimo que se dizia de um dos maiores poetas brasileiro.

quarta-feira, 25 de março de 2009

IMPERDÍVEL

AVA
Ava Rocha, Nana Love, Daniel Castanheira, Emiliano 7

26 de março quinta

Posto 8 22 hs

Av. Rainha Elizabeth, 769 – Ipanema
R$ 30,00 R$ 15,00 (meia-entrada)

Até onde o progresso quer chegar?

Recebi do meu amigo Paulo Laender, que além de grande artista-plástico é também arquiteto, esta informação sobre a cidade que conhecemos e crescemos e que hoje não existe mais. É como diria o poeta – Belo Horizonte é hoje só um vídeo na internet.E fica o enigma a ser decifrado: o que tanto poderia interessar a cidade das alterosas em um filme produzido pelo governo dos Estados Unidos há 60 anos?Você pode imaginar a cidade de Belo Horizonte em 1949? São imagens inéditas quando a cidade tinha apenas 200 mil habitantes. Entre no link abaixo e veja 17min de filme.
http://www.archive.org/details/BeloHori1949

Festa no Rio de Janeiro


terça-feira, 24 de março de 2009

Enredo do filme

AMAXON

Laura Marques (Vera Barreto Leite) é uma escritora de sucesso casada com Lourenço Marques (Otávio III), um apresentador de tevê.
Ela sai da grande cidade onde mora e se refugia solitária em sua casa no alto da serra para escrever um novo livro.
De lá ela pode observar a imensidão do mar.
É no mar que ela busca a inspiração para toda a sua obra aclamada pelo público e pela crítica.
Toda história começa quando ela escreve o final do último capítulo de “Os Homens Que Não Tive” e finaliza toda a escrita, feita a mão, com sua caneta tinteiro e depois digitalizado o texto no computador.
Quando ela remete para o seu editor (Paulo Villaça) que é amigo de Lourenço, via internet, os originais encomendados, uma série de acontecimentos sinistros na natureza transforma o seu universo existencial.
O que é ficção torna-se poesia.
Retira-se a prosa do realismo fantástico de um mundo dual e agressivo. Mundo onde o sentir se apresenta como sendo um novo e cruel texto. Onde o ver é ouvir. Onde o processo criativo se apresenta com uma nova roupagem. Mundo experimental e inventivo onde nos assustamos com suas imagens e nos tranquilizamos pelo novo som nunca antes experimentado.
É o despertar desse novo momento da criação que a história de Laura vai contar.
O renascer pela verdade mágica da arte oculta na poesia em prosa cinematográfica.
Entre a prosa e a poesia, tudo é novo, tudo é verdade e tudo é mentira.
Máscaras dos sonhos, às vezes pesadelos, vividos no processo criativo que ela se envolve em suas reflexões... - Ira-me, que eu irei!
A escrita fala, narra (Ava Rocha) e dialoga com Laura.
A memória é viva, sem limite e se expressa por imagens cinematográficas.
Citações perdidas no tempo (Guaracy Rodrigues).
Essa nova roupagem, que busca no entendimento dos fatos por ela vividos a lucidez de seus últimos dias, leva a sua personagem e sua inspiração, acostumada a placidez de uma lagoa espelhada, para o enfrentamento do transmutado e revolto mar.
Formam-se imagens atormentadas, sofridas, criadas no desespero e no conhecimento de uma profunda solidão que consome a sua alma de artista.
É preciso que o mar novamente invada a terra e o céu seja riscado pela luz ofuscante de milhares de raios para que tudo volte a ser como antes.
Luzes terríveis que transformam a paisagem do grande continente em uma ilha são necessárias para que o equilíbrio criativo de Laura possa ser reconquistado e a sua loucura transformada em lucidez
É nesta ilha habitada por Calibã, que Laura, filha de Próspero, nasce uma nova mulher. Uma deusa - Amaxon! Uma guerreira com o poder de todos os homens do mundo.

Este filme é um manifesto poético sobre a arte da criação em um mundo desequilibrado, perdido e massacrado pelo homem predador.
Um filme quase ecológico e reconstrutor dos significados mais profundos do ser e do não ser na alma inquieta do verdadeiro artista.

domingo, 22 de março de 2009

Mostra de Filmes em Minas Gerais

IMAGEM DOS POVOS
é uma Mostra Audiovisual que reúne anualmente obras e artistas de
diversos lugares do mundo , países e /ou regiões , para um encontro em
Minas Gerais, com a nossa cultura, com nossos criadores
e com nosso público. Dirigida por Adyr Assumpção e
Tâmara Braga, a V Mostra Internacional Audiovisual será realizadados
dias 20 a 23 de Agosto de 2009 em Ouro Preto e dos dias 25 a 30 de Agosto de 2009 em Belo Horizonte.
Mais informações: http://imagemdospovos.blogspot.com/

sábado, 21 de março de 2009

Memórias da vanguarda

A arte maldita Um dia no passado tocou o telefone e falei com o grande ator de teatro e de cinema Kimura Schettino. Ator popular brasileiro. Mistura de todas as raças. Sempre um forte para interpretar os seus inúmeros personagens. Atendi ao telefone e era o meu amigo de Belo Horizonte. Ele, de frente à praça da igreja da Boa Viagem, confessava, interpretava chorando e rindo ao mesmo tempo, o seu amor perdido e o seu sentimento infinito de fracasso... Dei uma boa risada e lhe falei: - Um grande ator não fica desempregado! Um ator popular como você não se deixa perdido e muito menos maldito!... Ele não me deu ouvidos... Insistia comigo para encenar novamente a peça que eu havia escrito a mais de dez anos e dizia-me que ensaiava a mesma todos os dias no cemitério... Fiquei assustado do outro lado da linha. Ele recitou um poema – vazava interferência pelo fio ou passava uma motocicleta na rua, só consegui ouvir o final – “... do caos telúrico procedo / ... escuridão ... cósmicos segredos / ... substâncias de todas as substâncias...” Seguia falando do seu projeto e que estava atrás de dinheiro para comprar uma lata de tinta para Gilbertinho Abreu pintar o cenário quando resolveu me telefonar... Pensei: Como o amor a arte pura é o mais revolucionário, o mais inocente e primitivo sentimento de vanguarda de todas as manifestações do homem - Veja: ele não havia almoçado, estava com fome e podia ainda pensar na arte, em presentear ao distinto público com o seu melhor espetáculo, com sua peça preferida, com a melhor representação do seu maior sofrimento - Morte e vida! Ouvi e vi o exato momento em que ele bateu com sua mão forte no orelhão da igreja da Boa Viagem conclamando-me com sua voz empostada: -... Augusto é o meu Eu e Eu sou o seu Anjo! ... Morte e vida. Ouvi e vi o seu lamento e fiquei imaginando o quanto seria bom para a nação se os seus verdadeiros artistas, com liberdade, talento e poesia, pudessem dispor de pequenas quantias para seus grandes projetos. Podíamos estar trabalhando, revolucionando, consolidando a grande arte da vanguarda brasileira.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Lista dos melhores filmes já assistidos

Foto de cena do filme Amaxon
Lista parcial de filmes que todos aqueles que gostam de cinema deveriam assistir em casa com todo o conforto. Todos estão em DVD. Recebi uma lista pelo meu emeio – bazardefilmes@gmail.com - de 700 filmes dos quais eu consegui separar estes:

1. BANDIDO DA LUZ VERMELHA – de Rogério Sganzerla
2. CASO DOS IRMÃOS NAVES – de Luís Sérgio Person
3. GLAUBER O FILME - LABIRINTO DO BRASIL – Silvio Tendler
4. RIO ZONA NORTE – de Nelson Pereira dos Santos
5. SÃO PAULO S.A – de Luís Sérgio Person
6. GETÚLIO VARGAS – de Ana Carolina e Teixeira Soares
7. DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL – Glauber Rocha
8. DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO – Glauber Rocha
9. TERRA EM TRANSE – Glauber Rocha
10. A MEIA-NOITE LEVAREI TUA ALMA – José Mojica (Zé do Caixão)
11. RITUAL DOS SÁDICOS /O DESPERTAR DAS BESTAS - José Mojica
12. DELÍRIOS DE UM ANORMAL - José Mojica
13. ANOS JK – Silvio Tendler
14. JANGO – Silvio Tendler
15. MARIGHELLA – Silvio Tendler
16. MACUNAÍMA – Joaquim Pedro de Andrade
17. O PADRE E A MOÇA - Joaquim Pedro de Andrade
18. GRANDE SERTÃO VEREDAS – Geraldo e Renato dos Santos Pereira
19. ANJO EXTERMINADOR - Luis Buñuel
20. LADRÕES DE BICICLETA – de Vittorio De Sica
21. METROPOLIS – de Fritz Lang
22. SINDICATO DE LADRÕES – de Elia Kazan
23. ZABRISKIE POINT – de Michelangelo Antonioni
24. O ESPELHO - Andrei Tarkowski
25. LA LUNA - Bernado Bertolucci
26. OS SONHADORES - Bernado Bertolucci
27. GRANDE DITADOR , O – Charles Chaplim
28. TEMPOS MODERNOS - Charles Chaplim
29. 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO
30. DR. FANTÁSTICO - Stanley Kubrick
31. GRANDE GOLPE, O - Stanley Kubrick
32. ILUMINADO, O – DVD DUPLO - Stanley Kubrick
33. LARANJA MECÂNICA - Stanley Kubrick
34. NASCIDO PARA MATAR - Stanley Kubrick
35. ACCATTONE: DESAJUSTE SOCIAL - Pier Paolo Pasolini
36. DECAMERON - Pier Paolo Pasolini
37. EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS, O - Pier Paolo Pasolini
38. GAVIÕES E PASSARINHOS - Pier Paolo Pasolini
39. TEOREMA - Pier Paolo Pasolini
40. ALPHAVILLE – Jean Luc Godard
41. JE VOUS SALUE MARIE - Jean Luc Godard
42. NOSSA MÚSICA - Jean Luc Godard
43. CARMEN - Jean Luc Godard
44. AMARCORD – Federico Fellini
45. DOCE VIDA, A - Federico Fellini
46. FELLINI 8 ½ - Federico Fellini
47. NOITES DE CABIRIA - Federico Fellini
48. ABISMO DE UM SONHO - Federico Fellini
49. CIDADÃO KANE – Orson Welles
50. PROCESSO, O – Orson Welles
51. SÉTIMO SELO - Ingmar Bergman
52. DERZU UZALA - Akira Kurosawa
53. RASHOMON - Akira Kurosawa
54. SONHOS - Akira Kurosawa
55. FORTALEZA ESCONDIDA, A - Akira Kurosawa
56. SETE SAMURAIS, OS - Akira Kurosawa
57. ENCOURAÇADO POTEMKIN, O - Sergei Eisenstein
58. GREVE, A - Sergei Eisenstein
59. QUE VIVA MÉXICO! - Sergei Eisenstein
60. OUTUBRO - Sergei Eisenstein
61. ROMA, CIDADE ABERTA - Roberto Rosseline
62. ALEMANHA ANO ZERO - Roberto Rosseline
63. SÓCRATES - Roberto Rosseline
64. CÂMERA OLHO - RÉQUIEM A LÊNIN – de Dziga Vertov
65. DIVIDIR E CONQUISTAR – de Frank Capra
66. ZEITGEIST – de Peter Josep
67. ASSASSINATO DE TRÓTSKY, O – de Joseph Losey
68. HOMEM DE MÁRMORE, O – DVD Duplo – de Andrzej Wajda
69. LAWRENCE DA ARABIA – DVD Duplo – de David Lean
70. NA NATUREZA SELVAGEM – de Sean Penn
71. MAHABHARATA – de Peter Brook
72. GIORDANO BRUNO – de Giuliano Montaldo
73. AGUIRRE - A Cólera dos Deuses – de Werner Herzog
74. CRUZ DE FERRO, A – de Sam Peckinpah
75. TRIUNFO DA VONTADE – de Leni Riefenstahl
76. CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO, A – de Elio Petri
77. TERRA TREME, A – de Luchino Visconti
78. DANTON - O processo da Revolução – de Andrzej Wajda
79. FREUD ALÉM DA ALMA – de John Huston
80. VINHAS DA IRA, AS – de John Ford
81. VIVA ZAPATA – de Elia Kazan
82. MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PUBLICOS – de Alain Resnais
83. JANELA INDISCRETA
84. DAMA OCULTA, A
85. ASSASSINATO / SABOTAGEM / AGENTE SEGRETO, CORTINA RASGADA, CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO, HOMEM QUE SABIA DEMAIS, O LADRÃO DE CASACA, MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA, PSICOSE, OS PASSÁROS, SOMBRA DE UMA DÚVIDA, UM CORPO QUE CAI, FRENESI - Alfred Hitchcock
86. FEIOS, SUJOS E MALVADOS - Ettore Scola
87. BAILE, O - Ettore Scola
88. NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO - Ettore Scola

Muitos outros filmes de longa-metragem eu escolheria que estão fora desta lista e que acho importantes, e que estão também gravados em DVD. Por exemplo: os filmes dos diretores brasileiros Mario Peixoto, Humberto Mauro, Lulu de Barros, Júlio Bressane, Paulo Cesar Saraceni, Neville de Almeida, Carlos Manga, Watson Macedo, Andréa Tonnati, Paulo Gil Soares, Eliseu Visconti, Carlos Prates, etc.
Em breve nova lista.

terça-feira, 17 de março de 2009

O Deus e o Diabo

Glauber Rocha e a memória nacional.
Não fui amigo de Glauber Rocha, conheci o gênio do Cinema Novo em duas ocasiões especiais: a primeira em 1979, quando eu e Rogério Sganzerla editávamos o meu curta-metragem sobre “Osvaldo Goeldi, Um Sorriso Por Favor” e ele editava com Ricardo Miranda o filme “A Idade da Terra” na moviola do Jonny em Copacabana. A segunda, também com meu amigo Rogério, em um bar que ficava em frente ao laboratório da Líder Cinematográfica na Rua Álvaro Ramos em Botafogo. Foram dois encontros repletos de suspense cinematográficos em todo seu enredo e sobre o qual ainda escreverei um romance barroco como os Sermões do Vieira.
Glauber e Rogério amavam sabendo o Brasil e o Brasil os amava ignorando.
Pensei em escrever um pequeno texto poético para publicá-lo aqui exaltando a memória de tão ilustre filho do povo brasileiro, mas confesso que não consegui. Depois comecei a pesquisar a sua trajetória político-cultural e reaver, na memória, todos os seus filmes e criei então um mote para informar aos leitores do blog, que ainda não o conheciam, da força criadora do ilustre baiano na sua dramática trajetória de vida. Eu ia escrever a síntese biográfica deste artista revolucionário, que vivendo a frente do seu tempo, através dos registros cinematográficos que foram compostos na atmosfera tempestuosa de uma época de terror e de morte, mas confesso que novamente não consegui, pois quando ia começar a passar a história para o papel recebo pela lista dos curtametragistas, na internet, um texto biográfico que era exatamente o que eu havia pensado. Nada havia para ser acrescentado. Agora já está na hora de fazer um roteiro de cinema sobre a sua vida, pensei, pois a sua memória já foi exaltada pelo texto que vem a seguir. Assim reproduzo aqui (no Folhetim) alguns longos trechos da biografia condensada e publicada na internet pelo Jornalista Beto Leão presidente da ABD-GO dias atrás para a comemoração dos 70 anos de Glauber Rocha.
(O texto está publicado na página do Folhetim)

sexta-feira, 13 de março de 2009

14 de março de 1939

Em homenagem aos 70 anos de Glauber Rocha, a Associação dos Amigos do Tempo Glauber apresenta a “SEMANA GLAUBER ROCHA – 70 ANOS” que se consiste em atividades como exibição de filmes do artista e documentários sobre seu processo de criação, leituras de cartas e textos pertencentes ao seu acervo com grupos de teatro, apresentações musicais, entre outras. Estas atividades serão realizadas na semana de seu aniversário dando início na segunda-feira dia 16 de março de 2009, às 15:00h, com a Leitura do texto “Senhor dos Navegantes”, de Glauber Rocha, com o grupo Tropa de Palhaços de Quinta - Exibição do filme “Barravento Visto Por...”, de Paloma Rocha e Joel Pizzini - às 17:00h - Exibição do filme “Barravento”, de Glauber Rocha - às 19:00h - Apresentação musical de AVA - às 21:00h . O evento acontecerá na sede do Tempo Glauber, no Rio de Janeiro, Rua Sorocaba, nº 190 – Botafogo.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Notícias de São Paulo

Recebi do meu amigo Paulo Laender, um dos mais importantes artistas brasileiro, a quem eu devo a criação de um filme sobre toda a sua obra, o convite para a exposição/lançamento do seu livro Portfólio Brasil, na Galeria Horizonte, em São Paulo, no próximo dia 18, quarta-feira, às 19 horas. A galeria fica Rua João Lourenço,79 – Vila Nova Conceição. Imperdível.

Notícias do Rio


Recebi de meu amigo José Celso do Teatro Oficina o convite para

o lançamento dos seus DVDs no Cinematheque em Botafogo.

Vale a pena conferir.

terça-feira, 10 de março de 2009

Notícia

Reformulando o Blog

Estou retirando hoje do Blog - na página do KTV, esses dois filmes: Um Sorriso, por Favor e Encantamento, que por serem pesados demais estão sem a qualidade técnica que engrandece e justifica essas duas obras cinematográficas... Aviso que eles estarão novamente disponíveis no KTV em breve, republicados com mais qualidade de som e imagem.

domingo, 8 de março de 2009

Poesia

GALAXIAS

Vejo ali
o cavalo envergado pela luz estelar
Galopando frenético sobre o criador do sonho
No seu mundo perdido entre as galáxias
Sem tempo! Um novo luminar no espaço puro
Observado a distância de um lugar seguro
Azáfama no encontro explosivo das massas

Ouço o silêncio do poder absoluto
Fico em pânico! Retiro o olhar da lente
Sigo em frente. Mais alguns anos luz
O fim das coisas mostra-se medonho
Passa-se o ultimo milênio
A humanidade vai pesar seu gênio
Eu vou afagar meu sono.

Fotos da NASA

sábado, 7 de março de 2009

Noticia de Belo Horizonte

O TEATRO
dos amigo.

Em Belo Horizonte, um novo acontecimento da mais alta relevância artística.
Falo da estréia do espetáculo cênico produzido por Hélio Zolini e dirigido por Ronaldo Brandão, com as atrizes Soraya de Borba e Guga Barros.
É imperdível.

quinta-feira, 5 de março de 2009

NOTICIAS DO RIO

Liberou Geral
S
empre que me coloco em frente uma câmera de cinema, ou mesmo de vídeo, sinto-me desconfortável, não sei me comportar, não sei onde coloco a mão. Se eu dou um sorriso ou se fico sério. E se tenho que decorar ou falar algum texto, aí é que eu esqueço tudo. Mas o pior e o mais complicado é que não consigo deixar de olhar para a câmera. Toda vez que me convidam para representar um personagem, recuso o convite, não gosto de me ver nem no espelho. Pode ser um paradoxo, mas não nasci ator. Não tenho o gênio de um Welles ou de um Cassavetes, (não consigo me lembrar de outros), que são tão grandes atores quanto extraordinários cineastas.
Lembrei-me disso quando recebi o telefonema do Leonardo, que é amigo do meu filho Emiliano e que com muita simpatia na sua voz fonástica se apresentou dizendo que gostaria de fazer uma homenagem em cinema, um curta em 35mm, com fotografia do Dib Lutfi, sobre três cineastas brasileiros: Eu, o Rosemberg e o Visconti. Disse-me que tinha assistido no Estúdio Garimpo, com o meu filho Emiliano, parte do meu filme AMAXON, que ali está finalizando o som. Ele tinha gostado do que viu - Esse é o cinema que eu gosto, que me identifico, disse-me e depois me explicou a sua idéia do filme Alguém Tem de Honrar essa Derrota.

Ponderei com ele sobre o perigo que existe em homenagear os artistas vivos que ainda tentam trabalhar fazendo cinema e das minhas dificuldades em aparecer como personagem de mim mesmo. Olha que a maioria dos meus filmes foram feitos para homenagear grandes artistas – Goeldi; Krajcberg; P.W.Lund; C.Guarnieri; Blaise Cendrars; Murilo Mendes; P.Nava; Augusto dos Anjos; Geraldo Pereira; Nunes Pereira; A.Daibert; Tancredo Neves; Aloísio de Azevedo e outros... Sei como é difícil ser verdadeiro na narrativa cinematográfica sem traçar, desenrolar, sucumbir, destroçar a alma de um artista que outro artista quer homenagear no balançar da euforia de uma juventude intrépida, inquieta e rebelde. Confesso que fiquei honrado com a lembrança do meu nome, mas ainda irresoluto pedi ao jovem cineasta que marcasse o dia e a hora que eu estaria lá. Nesta noite lhe mandei um emeio: “Meu caro Leonardo, tenho certeza que você vai fazer um filme com inteligência e saber... Não somos atores representando personagens criando a sua história, mas as histórias de personagens que se quer representar como se atores fossem. É sem dúvida uma situação delicada que você coloca nessa sua proposta. Pois não é um documentário, mas sim uma ficção - conspiração do silêncio – um jogo de baralho - assassinato e suicídio - arte e comércio em conflito onde não há vencedores. São como o sal, o azeite e o vinagre, não se misturam, mas pode ter um sabor agradável se bem preparados, com equilíbrio, carinho, afeto e principalmente respeito, pois já passamos por tudo isso e muito mais ainda haveremos de passar”. Cheguei ao set de filmagem, no sábado de carnaval, as seis em puento de la tarde. Era uma praça destas dos bairros cariocas onde os velhinhos podem jogar dama e baralho. Já não havia mais luz. Reencontrei com alegria os velhos amigos que já estavam a algum tempo sentados no banco esperando o diretor e sua produção. - Vamos usar os faróis do carro para iluminar a cena! Gritou o diretor chegando apressado. Sentamos a mesa e distribuímos as cartas ao contrário. Os dados foram lançados. Não podia mais recuar. Tenho certeza, depois pensei: fui o personagem mais cafajeste, mais canastrão, mais estereotipado de todos os amigos ali presentes... Não vou pensar mais nisso. Liberei geral. Leonardo me ligou hoje à tarde me dando notícia do material filmado. Ele me disse ter ficado espetacular e que estaria me mandando algumas fotos desta inesquecível noite via internet... (as que estão aqui publicadas). Não falei nada, mas fiquei emocionado. Sempre fico quando alguém quer me fazer uma homenagem, um elogio, um agrado.

As fotografias são de Tatiana Almeida

quarta-feira, 4 de março de 2009

NOTÍCIAS DAS GERAIS

Tonico Mercador lança o seu novo livro de poemas que é editado pelo meu amigo Paulo Giordano. Fiquei curioso e com os olhos quase cegos pensando em viver esse encontro onde o sonhar pode ser participar com os mil olhos de dentro atentos a noite mineira onde poderia encontrar alguns de meus velhos amigos. Mesmo assim espero poder receber, pelo correio, um exemplar autografado.
A Festa vai acontecer em Belo Horizonte, no Pátio Savassi, na Quarta-feira, dia 11 de março, as 18.30 horas.

domingo, 1 de março de 2009

Os Filmes que ainda não fiz...

Estou publicando no Link ROTEIROS o meu projeto sobre a Revolução Liberal de 1842 em Minas Gerais intitulado “Ottoni e a Revolução”

“O país lembra-se ainda hoje de 1842, do morticínio dos liberais de Minas e São Paulo, da sufocação da imprensa, do direito de petição eliminado, da delação premiada pelo governo da tirania.” (Rui Barbosa).

Inspirava-me a fazer este projeto fílmico, a pessoal convicção para com os exemplos de Minas, em sua mais íntima e substancial essência, irradiadora dos conceitos de cidadania, brasilidade e opulência política. A imortalidade de Teófilo Benedito Ottoni, que ousou modificar a história de Minas e do Brasil, nos idos de 1842, tratava-se de um deles. Cristalizada por marcante epopéia política, histórica e de formação institucional que, pouco a pouco, vem esgarçando-se na memória das gerações, como que aproximar-se do mais impiedoso e injusto esquecimento. Sendo matéria do maior interesse na formação política do Brasil e na construção do moderno processo democrático, os Chimangos, alcunha dada aos liberais pelos portugueses conservadores de 1842, transformou o panorama do II Reinado.
Este é o roteiro do grande filme histórico que deveria ter encantado a todos os mineiros preocupados com a nossa identidade cultural.
Ottoni e a Revolução deram e a Minas, mais uma vez, a oportunidade de lutar em defesa da liberdade e da república, que somente seria proclamada 47 anos depois, no primeiro golpe militar de nossa história.